Anápolis: após saída de Naves, aliança entre PP, UB e MDB não é descartada

Avaliação é que divisão de forças na cidade favorece, principalmente, o projeto do time oposicionista, encabeçado pelo ex-prefeito e atual deputado estadual, Antonio Gomide, do PT

Postado em: 10-10-2023 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
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Naves, por ter sido reeleito no pleito de 2020, está, todos sabem, impedido de concorrer | Foto: Reprodução

Nos bastidores da política anapolina especula-se a formação de uma “forte” aliança no município. As conversas foram intensificadas, segundo fontes consultadas pela reportagem, a partir do desembarque do ex-prefeito de Anápolis, Roberto Naves, do PP. A informação que circula no alto escalão é que a saída do político do partido pode facilitar uma composição que até então era regada a dificuldades.

Naves, por ter sido reeleito no pleito de 2020, está, todos sabem, impedido de concorrer. Sendo assim, precisa indicar um sucessor para a corrida do ano que vem. Diante das dificuldades em encontrar consenso em relação a esse nome, bem como a insatisfação do prefeito em relação a tratativas internas da sigla, no último dia 19, Naves anunciou o  desembarque. Ele se filiou ao Republicanos, onde assumiu tão logo a presidência do grupo no estado. 

Com a debandada, o partido, avaliam interlocutores da política anapolina, se viu livre das amarras que o impedia de abrir diálogo de maneira mais incisiva com outros agentes da política municipal. Um exemplo disso passa pelo nome do deputado federal e pré-candidato à prefeitura, Marcio Correa. 

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Márcio é do MDB, partido cuja presidência pertence ao vice-governador goiano, Daniel Vilela. A parceria do governador Ronaldo Caiado (UB) e Daniel, vale ressaltar, tem estimulado a construção de diversas dobradinhas para o ano que vem. 

Ambos os políticos anseiam conquistar o máximo possível de prefeituras em 2024, o que ampliará consideravelmente o protagonismo da base governista pelos quatro cantos do estado. E mais: fortalecerá, de igual modo, os planos de Vilela em relação às eleições de 2026, onde deve figurar como sucessor do atual gestor. 

A ideia, agora, é, mais do que nunca, levar essa dobradinha para Anápolis. A especulada aproximação com o PP visa, sobretudo, a formação de um time favorito. Isso porque a leitura é que a divisão de forças na cidade favorece, principalmente, o projeto do time oposicionista, encabeçado pelo ex-prefeito e atual deputado estadual, Antonio Gomide (PT). 

Gomide tem, de acordo com as mesmas fontes, grandes chances de figurar como favorito, especialmente em um cenário de desordem entre os partidos. Naves, por sua vez, terá o desafio de construir um nome tão competitivo quanto os dois citados anteriormente. Se conseguir, deve brigar por uma vaga no segundo turno das eleições. Algo típico, por sinal, da política anapolina. 

Insatisfação

Conforme mostrado pela reportagem, em setembro, a política anapolina previa, mas não sabia que causaria tanto barulho o desembarque do prefeito Roberto Naves do Progressistas, sigla pela qual até então “dava o sangue”. Afinal, aliado de primeira hora do presidente da legenda, Alexandre Baldy, que é presidente da Agência Goiana de Habitação sob Ronaldo Caiado, tinha trânsito às decisões. 

De repente, num movimento anômalo, a relação que rendeu alguns frutos importantes ao poderio do grupo em Anápolis começou a ficar esganiçada. E tudo parecia um destino normal: que o PP escolhesse algum nome que, como o próprio Naves, tivesse consistência no cenário político municipal para a eleição à prefeitura do ano que vem. 

A escolha de Baldy foi Leandro Ribeiro, que, do PP, foi presidente da Câmara de Vereadores da cidade com histórico de críticas à gestão do atual mandatário. A escolha de Baldy, é bom lembrar, não tinha qualquer consonância com que Naves gostaria. 

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