Luisa González e Daniel Noboa disputam segundo turno em meio a clima de tensão

O vencedor liderará o País pelos próximos quase 17 meses, completando o mandato do atual líder Guillermo Lasso

Postado em: 15-10-2023 às 15h52
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Luisa González e Daniel Noboa disputam segundo turno em meio a clima de tensão
Além dos desafios políticos, o Equador enfrenta uma crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19 | Foto: Reprodução

Neste domingo (15/10), os equatorianos retornam às urnas para decidir o futuro do país em meio a uma campanha eleitoral marcada por turbulências e temores relacionados à violência do narcotráfico. Com a perspectiva de eleger a primeira presidente mulher ou o mandatário mais jovem da história equatoriana, a nação sul-americana enfrenta um momento crucial em sua política.

Durante os últimos 150 dias, o Equador passou por uma série de eventos extraordinários, incluindo uma tentativa de impeachment, a dissolução do Parlamento, a convocação de eleições antecipadas e, mais alarmante, o assassinato de um candidato à Presidência. Este segundo turno coloca frente a frente dois ex-deputados moderados: Luisa González, de 45 anos, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, e Daniel Noboa, de 35, empresário de centro-direita e filho de um dos homens mais ricos do país.

O vencedor desse pleito liderará o Equador pelos próximos quase 17 meses, completando o mandato presidencial do atual líder Guillermo Lasso, que optou por não concorrer à reeleição após decretar a dissolução do Congresso em meio a uma crise política.

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A campanha de Luisa González enfatiza a restauração dos programas sociais implementados por Rafael Correa durante seus dois mandatos presidenciais. González promete injetar 2,5 bilhões de dólares das reservas internacionais para fortalecer a economia equatoriana e reviver iniciativas sociais. No entanto, ela rejeita a concessão de perdão judicial a Correa, atualmente exilado na Bélgica e condenado por corrupção.

Por outro lado, Daniel Noboa, filho de Álvaro Noboa, um dos empresários mais ricos do Equador, foca suas promessas na criação de empregos, incentivos fiscais para novos negócios e no combate à corrupção. Noboa conseguiu se destacar como principal representante do eleitorado crítico a Rafael Correa, um feito surpreendente dada a complexidade do cenário político atual.

A campanha eleitoral, entretanto, foi ensombrada por uma onda de violência sem precedentes, incluindo o assassinato de três líderes políticos em apenas três semanas, culminando na morte do presidenciável Fernando Villavicencio. Esse clima de tensão se estende ao cenário nacional, onde cerca de 100.000 militares e policiais foram destacados para garantir a segurança eleitoral, refletindo a preocupação com a violência associada ao crime organizado e ao narcotráfico.

Além dos desafios políticos, o Equador enfrenta uma crise econômica agravada pela pandemia de Covid-19. Com uma taxa de pobreza ainda acima do nível pré-pandêmico, a violência no país é alimentada pelo tráfico de drogas, resultando em um aumento significativo nos homicídios e transformando os portos em pontos cruciais de distribuição de cocaína para a Europa e a América do Norte.

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