Jogada do PCdoB pode devolver Fábio Tokarski à Câmara Municipal

Político histórico do partido mais aliado de Lula, que fez parte de seu governo, vai disputar prévias de nomes da esquerda em Goiânia

Postado em: 16-10-2023 às 08h05
Por: Yago Sales
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Político histórico do partido mais aliado de Lula, que fez parte de seu governo, vai disputar prévias de nomes da esquerda em Goiânia | Foto: Reprodução

A esquerda goianiense tinha o seu nome mais forte: o professor Fábio Tokarski. Da velha guarda do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, de Goiás, foi “ressuscitado” recentemente pela sigla: ele é discutido como pré-candidato ao Paço. Claro, se não houver alguém do PT (leia-se delegada Adriana Accorsi). 

Mesmo que o nome não prospere, Tokarski tem a chance de retornar à Câmara Municipal de Goiânia. Ele foi eleito vereador em 1996 e, muitas críticas a Fernando Henrique Cardoso depois, ter sido deputado e assessor do primeiro governo Lula, já em 2008, voltou à Câmara defendendo bandeiras da educação e ciência.  Na ocasião também era presidente estadual do PCdoB. 

Aliado do PT antes de Luiz Inácio Lula da Silva chegar ao Planalto em 2002, Tokarski, como engenheiro civil – e professor da Universidade Federal de Goiás – foi secretário de Obras da capital em parte do mandato do prefeito Darci Accorsi, do PT. Darci é pai da deputada federal do PT, delegada Adriana Accorsi. 

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Foi justamente naquele pleito difícil, que elegeu Lula, que Fábio foi eleito para uma das cadeiras da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego). Aproveitou para contribuir para a criação da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg). Entre outras bandeiras, defendeu que o Estado deveria destinar 3% do orçamento à Universidade Estadual de Goiás (UEG). 

Ele também encabeçou a valorização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), preservação do Cerrado. E, ainda, como pauta progressista e direitos humanos, a defesa das mulheres diante de violência. 

No término do mandato, e antes de chegar à Câmara Municipal, Fábio foi convidado por Lula para assumir o cargo de assessor especial do então ministro da Fazenda (o Haddad da época), Guido Mantega. 

Fábio se destacou quando, aos 17 anos, em duro período para o Brasil, em 1974, ele se dedicou à militância no movimento estudantil com destaque para a reconstrução da União Nacional dos Estudantes (UNE), em 1979. 

Participou também da luta pela anistia aos cidadãos perseguidos pelo regime militar e da campanha por eleições diretas. Em 1984, foi um dos coordenadores do comício pelas Diretas Já em Goiânia, que reuniu 300.000 pessoas, e integrou a caravana goiana que participou do grande comício das Diretas Já, na Praça da Sé, em São Paulo.

No movimento sindical, Fábio Tokarski esteve presente na primeira Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em 1981, que resultou na criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Em 2006, Fábio tentou uma vaga na Câmara Federal. Ele, contudo, foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Um imbróglio à época dizia, erroneamente, que o político havia sido enquadrado pela ficha limpa por ter feito captação ilícita de sufrágio, ou seja, compra de votos. A defesa negou. Em seguida, o TSE reconheceu o erro, considerando que houve, por sua vez, captação ilícita de recursos de campanha. 

Na petição encaminhada à Corte, Fábio Tokarski informou, à época, que “jamais comprou votos , como jamais corrompeu qualquer eleitor ou mesmo praticou conduta ilícita destinada à obtenção de votos destinados à sua eleição à qualquer cargo público”. O texto foi publicado como errata no site da Corte.

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