Caiado precisa conquistar direita para ganhar força daqui até 2026

O desafio será não apenas provar que tem condições de ser o representante desse segmento da política brasileira, mas o de ser o único nome na corrida com esse propósito

Postado em: 17-10-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Caiado precisa conquistar direita para ganhar força daqui até 2026
As eleições de 2022 foram definidas por uma diferença historicamente minúscula | Foto: Reprodução

O Brasil segue dividido. Mais de nove meses se passaram desde a eleição que reconduziu Lula (PT) ao terceiro mandato como presidente do país. Os números, contudo, revelam que o bolsonarismo, apesar de fragilizado, ainda pulsa. As eleições de 2022 foram definidas por uma diferença historicamente minúscula. O que não se sabe é se o próximo pleito, em 2026, imprimirá nas páginas da história uma situação parecida. Ainda há muita água para passar debaixo da ponte, mas se as projeções de hoje se aplicarem amanhã, a resposta é ‘sim’, a nação estará polarizada. 

Conforme rememorado pela revista Veja, o presidente Lula, ao ser eleito no pleito de 2022, prometeu unir o Brasil. Os números, na contramão disso, mostram que o desafio de outrora ainda não foi superado. A revista divulgou em seguida o resultado de uma pesquisa encomendada ao instituto Paraná Pesquisas. Diante dos números, a reportagem do veículo considerou que Lula quase nada avançou para conquistar corações e mentes de quem votou no adversário em 2022. 

Os resultados mostram o presidente liderando as intenções de voto para 2026. Lula (PT) tem 36,6%, ele é seguido por Tarcísio de Freitas (Republicanos), 12,7%; Simone Tebet (MDB), 7,4%; Sergio Moro (UB), 6,7%; Ciro Gomes (PDT), 6,3%; Romeu Zema (Novo), 5,7%; Ratinho Junior (PSD), 4,6%; Eduardo Leite (PSDB), 2,1%; Tereza Cristina (PP), 1,9%; e Ronaldo Caiado (UB), 1,2%. Não sabem ou não opinaram, soma 4,7% e Nenhum/Branco/Nulo, 10,2%.

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Também foi questionado aos eleitores se eles aprovam ou desaprovam o governo Lula. 51,6% dos brasileiros disseram que ‘sim’ quando questionados sobre esse ponto. Em maio, o número era de 54,1%. Lula, vale lembrar, obteve 50.9% dos votos válidos em 2022. Em paralelo, o número daqueles que desaprovam o governo cresceu. Era 39,4% e saltou para 43,7%. Não sabem ou não responderam caiu de 6,5% para 4,7%. 

Como já mostrado pelo O HOJE, o governador Ronaldo Caiado (UB) trabalha para ser candidato à presidência da República em 2026. Interlocutores atestam que o político pretende se lançar na corrida como o representante da direita brasileira. Se conseguir, pode agregar boa parte da força pulverizada, atualmente, entre os candidatos tidos como ‘bolsonaristas’ ou simplesmente direitistas. O desafio será — e ele sabe disso — não apenas provar que tem condições de ser o representante desse segmento da política brasileira, mas o de ser o único nome na corrida com esse propósito. 

Em um cenário hipotético onde o governador goiano alcance tal feito, poderia aglutinar os votos dos representantes da direita acerca de seu nome. Em números, isso quer dizer o seguinte: a união dos indicadores de Tarcísio, Moro, Zema, Ratinho, Leite, Tereza Cristina e o do próprio Caiado, resultaria em 34,9%, o que levaria o ‘único nome’ dessa ala a encostar no atual presidente que pontua, sozinho, 36,6%. Sem contar a quantidade daqueles que ainda não sabem em quem votar, que podem, ou não, migrar para o time direitista no decorrer dos próximos anos.

Referência em segurança 

Recentemente, a coluna Xadrez mostrou que Goiás é referência em segurança pública e isso tem contribuído com a projeção de Caiado Brasil afora. As críticas ao pacote de segurança pública anunciado pelo ministro da Justiça e Segurança, Flávio Dino (PSB), e a tragédia que vitimou três médicos no Rio de Janeiro e deixou outro gravemente ferido acirraram o debate sobre a escalada da violência no País.

Segundo o jornalista Wilson Silvestre, coincidentemente, o governador de Goiás tem martelado em suas palestras que o crime organizado e a violência contra pessoas no estado estão entre os mais baixos do Brasil. “É um assunto que todo mundo vê, mas ninguém quer assumir. Todo mundo faz as pregações à distância, dá aula nas entrevistas, mas não tem a coragem de enfrentar no dia a dia”, disse Caiado em encontro recente com governadores. 

Por sugestão do goiano, os estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal agora compartilham informações em tempo real. Sua tese e experiência no combate à violência projeta o nome de Caiado no País. Se vai surtir efeito a ponto de trazer musculatura a seu projeto político rumo à cadeira mais cobiçada da política brasileira, só o tempo dirá. 

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