Repatriação, o reencontro do governo Lula com insatisfeitos 

Embora reconhecimento tenha sido à FAB, é indiscutível que quem comanda órgão é o presidente petista

Postado em: 17-10-2023 às 09h30
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Repatriação, o reencontro do governo Lula com insatisfeitos 
Evidentemente que o reconhecimento é mais direcionado aos militares da FAB, mais que merecido, do que, de fato, ao chefe das Forças Armadas: Lula | Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

A oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva “caiu”, como diz o ditado, “de pau” porque, no primeiro momento, o grupo terrorista Hamas não foi citado nominalmente em uma nota oficial. A estratégia era clara: não tomar partido para evitar prejudicar, entre tantas coisas, uma operação de resgate aos brasileiros que estavam – aliás, estão – em ambos os lados do conflito que ultrapassa uma semana.

E, pouco a pouco, críticos de Lula, da esquerda, do PT, passam a ver tudo isso com alguma confiança. Afinal, parte de um governo de esquerda, do PT, ou seja, do presidente Lula, a organização dificílima de repatriação em meio a um dos conflitos mais perigosos do século XXI.

Vale lembrar que boa parte da comunidade judaica tem um estremunhamento com o governo Lula. E, claro, quem costuma percorrer o Estado de Israel, tendo, na gestão passada, um grande aliado: o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro. O político de extrema-direita, inclusive, foi apoiado por parte da comunidade, sob palavras de ordens contra o PT.

Continua após a publicidade

É que Israel não está deixando nada barato a morte de mais de mil israelenses – e mais tantos americanos, latinos, dentre os quais brasileiros, europeus, africanos – provocados por uma invasão por terra, mar e ar no dia 7 de outubro, um sábado – dia sagrado para os judeus. Além de vilas, e um festival de música eletrônica, o grupo armado Hamas, que governa a Faixa de Gaza, um fiapo de extensão geográfica da Palestina, matou centenas de pessoas em avenidas, residências e carros. O cenário é de horror.

Com isso, Israel declarou guerra e passou a, intermitentemente, atacar, com foguetes e bombas, a Faixa de Gaza. Com uma população estimada em mais de 2 milhões o número de mortes por lá já tem sido proporcionalmente – numa matemática que apenas a guerra contabiliza – muito maior.

E, no meio de tudo isso, brasileiros desesperados sem saber para onde fugir. Dentro de bunker, quartos de concreto ou escadas, enviavam e-mails, mensagens de áudios pedindo, aos familiares e à embaixada, apenas um pedido: “me tirem daqui”.

Para pelo menos três brasileiros foi tarde demais. Foram mortos no ataque do Hamas. Por enquanto não há registro de mortes do lado da Faixa de Gaza. A situação está sendo documentada por jornalistas brasileiros, como é o caso do repórter investigativo da Record TV, Roberto Cabrini.

Experiente, o jornalista tem caminhado sobre a geografia do horror. Com um cinegrafista, Cabrini tem documentado, como ele gosta de frisar em suas entradas ao vivo na programação da emissora brasileira, a tragédia iminente do conflito. E, claro, o repórter tenta entrar na Faixa de Gaza, o que, para ele, não é nada difícil.

Voltemos à questão da tarefa da Força Aérea Brasileira que, sob comando de Lula e sua equipe, já fez cinco voos da região em conflito ao Brasil, trazendo 916 repatriados – nome dado àqueles que vivem ou têm nacionalidade estrangeira, mas, claro, são brasileiros.

A organização, insistência e resultado têm gerado elogios por toda parte. Evidentemente que o reconhecimento é mais direcionado aos militares da FAB, mais que merecido, do que, de fato, ao chefe das Forças Armadas: Lula.

Veja Também