Recuos de pré-candidatos da base de Caiado em Goiânia favorecem Rogério

Com múltiplos interessados, o gestor estadual tende a deixar para última hora qualquer manifestação nesse sentido

Postado em: 23-10-2023 às 08h10
Por: Francisco Costa
Imagem Ilustrando a Notícia: Recuos de pré-candidatos da base de Caiado em Goiânia favorecem Rogério
Com múltiplos interessados, o gestor estadual tende a deixar para última hora qualquer manifestação nesse sentido | Foto: Reprodução

O prefeito de Goiânia Rogério Cruz (Republicanos) trabalha para viabilizar a candidatura e, especialmente, para garantir o apoio do governador Ronaldo Caiado (União Brasil). Com múltiplos interessados, o gestor estadual tende a deixar para última hora qualquer manifestação nesse sentido. 

Contudo, o contrário é vantajoso para o atual prefeito, que tem o direito natural de tentar a reeleição. Pelo menos três nomes estariam no radar caiadista, além do próprio Rogério. São eles: o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota, rumo ao MDB); a filha do ex-prefeito e ex-governador Iris Rezende, Ana Paula Rezende (MDB); e o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil). 

Mendanha faz uma consulta à Justiça para verificar a possibilidade de disputar o cargo. Ele foi prefeito reeleito de Aparecida, mas renunciou ao mandato em abril de 2022 para disputar o governo de Goiás. 

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A tese da consulta feita pelo presidente do MDB nacional, deputado federal Baleia Rossi, era que a saída do cargo ocorreu com distância do pleito de 2024 e que o ex-prefeito tentaria mandato em um município maior. Contudo, um parecer técnico do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em setembro, foi contrário a possibilidade da candidatura do ex-prefeito de Aparecida em Goiânia.

Para a analista judiciária Kaline Tavares de Lucena, cuja peça instruirá o voto do ministro Ramos Tavares, relator da consulta, a mudança de domicílio de Mendanha para tentar o cargo de prefeito em Goiânia “representa desvirtuamento daquilo que o princípio republicano almeja, que é o incentivo à alternância e o desestímulo à perpetuidade no poder”. Ao veículo, Mendanha diz que é o esperado, mas que o momento é de fazer a defesa e o contra-argumento.

Ana Paula

Ainda antes da consulta de Mendanha, Ana Paula anunciou aos aliados que não disputaria a prefeitura de Goiânia. Um dia depois, formalizou a desistência pelas redes sociais. “Após um tempo de profunda reflexão tomei a decisão de não apresentar meu nome como pré-candidata a prefeita nesta eleição”, escreveu no Instagram.

Segundo Ana, à época, o nome dela era sondado pelo MDB para a disputa, o que “a honra e envaidece”, pois entende como uma homenagem ao pai. Ainda assim, ela preferiu agradecer ao presidente estadual da sigla e vice-governador, Daniel Vilela, pelo cuidado e ao governador Ronaldo Caiado (União Brasil), “por ter a certeza de que estaria ao meu lado se levasse adiante uma candidatura”.

Também naquele momento, ela disse que não descartava “disputar um mandato eletivo futuramente”. Ana argumentou que queria participar da política, por entender “a fundamental importância da política para transformar a vida dos que mais precisam. Para isso entendo que preciso construir o meu próprio caminho, com humildade, tempo e os pés no chão”. Por fim, ela afirmou que podem contar com ela para um projeto voltado para cuidar da cidade e que Iris continua sendo referência para ela. A disputa, contudo, ficará para outro momento.

Bruno Peixoto

O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Bruno Peixoto, vinha trabalhando com afinco para que seu nome fosse aquele da base de Caiado na disputa. Segundo fontes do entorno ouvidas pelo Jornal O Hoje, o parlamentar pisou no freio.

Os motivos não foram apontados, mas é possível observar que as estratégias de comunicação voltaram para a capital estão mais lentas. Analistas também apostam que o governador pode defender a permanência do aliado na presidência da Casa, fato que auxiliaria a gestão. 

Nesse sentido, o prêmio de consolação seria o apoio a Bruno na vice de Daniel Vilela (MDB) em 2026 ou na corrida pela Câmara Federal. Bruno teve 73,6 mil votos em 2022, mais que quatro deputados federais eleitos em uma “corrida” com muito mais competidores.

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