Zé Eliton destaca turismo ecológico na Convention&Visitors Bureau

Venceslau Pimentel*

O Goiânia Convention&Visitors Bureau (GCVB) e as entidades do trade turístico da capital promoveram ontem sabatinas, separadamente, com os candidatos ao governo de Goiás com o governador e candidato à reeleição José Eliton (PSDB), Ronaldo Caiado (Democratas) e Daniel Vilela (MDB).

Por mais de quatro horas, os três candidatos apresentaram suas propostas para o setor e se posicionaram sobre o acolhimento de demandas, em apresentação que aconteceu no auditório do Castro’s Park Hotel, em Goiânia.

Em entrevista à imprensa, Zé Eliton detalhou ações e programas que pretende implementar, caso seja reeleito. Para dar prosseguimento ao setor, citou a ampliação do acesso às regiões com potencial turístico, estabelecer o Estado, a capital e Anápolis como centro de recepção de eventos técnicos, de ciência e simpósios das mais variadas naturezas e que geram receita, e de cunho religioso, que tem capacidade de atrair multidões nas mais variadas expressões de fé, seja no segmento católico, evangélico ou espírita.

O governador destacou ainda o turismo ecológico, com foco para o potencial do Rio Araguaia. “Hoje o estado estabelece todo um cronograma de políticas públicas definidas para o turismo, em função das riquezas ambientais nossas, seja o Araguaia, seja o Parque Estadual Terra Ronca, que é o maior conjunto espeleológico da América Latina, temos parques como a Chapada dos Veadeiros”.

Eliton destacou também o potencial da Cidade de Goiás, que se transformou em patrimônio cultural da humanidade, e ainda Pirenópolis, com o seu apelo histórico para visitas. A retomada do trem de turismo na região da estrada de ferro foi outra proposta do candidato assim como o circuito das Cavalhadas e da Gastronomia.

Sobre a carência de mão de obra qualificada para o setor, o governador reconheceu que essa questão precisa avançar. “É um desafio muito grande. Nós estamos trabalhando através dos institutos tecnológicos de Goiás, que agora estão ramificados em praticamente todas as regiões do Estado, inclusive através dos Cotegs, que são instituições menores, vinculadas aos Itegos, para formação desde a mão de obra de gastronomia, passando por atendentes de unidades de hotelaria, orientação aos guias de turismo há hoje uma série de cursos ministrados para que a mão de obra possa se qualificar”.

Serra Dourada

José Eliton afirmou que, ao contrário dos seus adversários, não intenção de privatizar o Estádio Serra dourada, mas sim transformá-lo num novo modelo de gestão. “Nós já temos um projeto de revitalização dele, transformando-o numa arena esportiva”.

Para ele, uma coisa é a discussão da privatização e outra é sobre a ocupação de espaços em períodos em que não se tenha eventos. “E aí temos uma série de propostas para essa área”, afirmou.

 Caiado promete recuperar o Rio Araguaia

Durante a sabatina, o candidato Ronaldo caiado (Democratas) falou da necessidade de recuperação do Rio Araguaia, como mais um ingrediente para fomentar o turismo no Estado. Ele se mostrou preocupado com a situação, depois de ter visto, in loco, as condições do rio.

Segundo ele, ao menos oito toneladas de resíduos são jogadas todos os anos no curso d’água, o que provoca, por exemplo, o assoreamento. No entanto, ele ressaltou a importância da participação, por exemplo, do próximo de Mato Grosso.

A primeira tarefa a ser feita, segundo ele, é recuperar todas as bacias do rio e o próprio Araguaia, principalmente do lado goiano. “Eu acredito que o governador a ser eleito no Mato Grosso terá o bom senso também para promover uma política dura, austera, para o Araguaia, para que ele seja a primeira referência no mundo de um rio que foi recuperado no Centro-Oeste brasileiro”, disse.

Questionado por representantes das entidades de turismo sobre a participação do setor num eventual governo, Caiado afirmou que as entidades que compõem o trade turístico terão a prerrogativa de indicar técnicos qualificados para tratar das políticas para essa área.

“As indicações serão 100% técnicas. Não terá cargo que não seja indicado por competência. A cada seis meses os resultados apresentados serão avaliados. Vamos ter um diálogo permanente com o setor e conciliar nossos pontos dentro do plano de governo, de modo a ter convergência na ideia de que o principal foco é atender bem o cidadão”, disse Caiado.

Para ele, o incentivo ao turismo é uma das alternativas para combater as desigualdades regionais e dar perspectivas de emprego e qualidade de vida aos cidadãos que residem no interior de Goiás. “Nosso objetivo é fazer com que os goianos possam ter oportunidade de emprego, que as ações do Estado sejam descentralizadas no sentido de criar os polos turísticos em todo o Estado”, explicou.

Para alavancar o setor, ele propõe estar em sintonia constante com os que trabalham e têm expertise no assunto. “O setor do turismo será ouvido e vai opinar de forma determinante para a geração e gestão das políticas públicas para o setor de serviços. O nosso formato de gestão passa, necessariamente, pela participação do governo com a sociedade civil organizada, em particular com as parcerias, enfatizando nesse contexto todo o Sistema S”, explicou.

Rua 44

Em relação ao comércio da Ru 44, em Goiânia, o candidato ressaltou a importância de se buscar uma parceria com a prefeitura da capital, para regularizar de vez essa questão. “É fundamental que entendamos neste momento que aquilo ali é uma joia, é algo que vislumbra abrir milhares e milhares de oportunidades de emprego e Goiás e está sendo subutilizado. Só os empresários e os trabalhadores estão fazendo a parte deles”, pontuou.

Com a reurbanização do local, oferecendo segurança, serviço de saúde e recebendo bem os compradores, a região vai se transformar em um grande polo comercial do país, e que isso vai repercutir nos 246 municípios do estado.  

Daniel quer rever modelo de concessão de rodovias  

O candidato Daniel Vilela (MDB) comentou, durante a sabatina, sobre a necessidade de se investir na infraestrutura, por exemplo, das rodovias goianas, como forma de fomentar o turismo no Estado.

A princípio, ele não se posiciona contra o modelo de concessão de rodovias, ao se referir à lei aprovada pela Assembleia Legislativa, que trata da privatização de seis rodovias. “Não sou contra o modelo de concessão, desde que as concessionárias façam os investimentos, pois o Estado não tem. 

Os recursos para investir, e desde que essas vias sejam acessíveis para o cidadão que utiliza as rodovias”.

No entanto, Vilela observa que, hoje, não considera que a maioria das estradas goianas sejam atrativas para a iniciativa privada, devido às condições de trafegabilidade. “Se não tiver essas condições, vamos ter tarifas altíssimas que vão inviabilizar o tráfego de pessoas mais humildes. Por isso, Não acredito nesse projeto que está ai. Pode-se avançar em outras rodovias mais atrativas para a iniciativa privada”, ponderou.

As rodovias selecionadas para a privatização são: GO-010, trecho Goiânia/entroncamento com a GO-330; GO-020, trecho Goiânia/Bela Vista/Cristianópolis/Pires do Rio/Catalão; GO-060, trecho Goiânia/São Luís de Montes Belos/Iporá/Piranhas; GO-070, trecho Goiânia/cidade de Goiás; GO-080, trecho Goiânia/São Francisco de Goiás (entroncamento da BR-153); e a GO-213, trecho Morrinhos/Caldas Novas.

Já em relação ao Autódromo Internacional de Goiânia e ao Estado Serra Dourada, Daniel Vilela entende que essas praças esportivas podem ser transferidas para a iniciativa privada. “Eu não falo em privatização, mas vamos avaliar e identificar qual o melhor modelo, que pode ser por contrato de gestão com organização social ou parceria público-privada para gerenciar essas praças de esportes”, afirmou. ”Essa modelagem será discutida numa eventual gestão nossa”.

No caso do Serra Dourada, por exemplo, ele destacou que quando chove, o jogo precisa ser interrompido porque a drenagem do campo é feita com rodos. “Nós não estamos sendo eficientes na manutenção do estádio. Entendo que o Estado tem de ser reduzido para ser eficiente, para oferecer serviços públicos de qualidade”.

Responsabilidade

Sobre as principais demandas do setor de turismo, Daniel Vilela ponderou que é preciso cautela e responsabilidade por parte dos candidatos, diante do que ele chamou de desequilíbrio fiscal do estado, que resulta na falta de investimentos em áreas essenciais.

Caso seja, eleito, ele prometeu discutir ponto a ponto as reivindicações dos representes da área de turismo setor, para traçar parcerias que resultem no incremento do setor em Goiás. 

Especial para O Hoje