Marconi figura entre os favoritos de Aécio para presidir PSDB nacional

Atual presidente, Eduardo Leite não pretende continuar no cargo. “Eu entendo que é melhor para o partido ter alguém que possa ter mais tempo para se dedicar”, argumenta

Postado em: 25-10-2023 às 08h35
Por: Redação
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Atual presidente, Eduardo Leite não pretende continuar no cargo. “Eu entendo que é melhor para o partido ter alguém que possa ter mais tempo para se dedicar”, argumenta | Foto: Agência Senado

Felipe Cardoso e Francisco Costa

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, não irá continuar na presidência do PSDB. Nome forte dentro da legenda, o deputado federal Aécio Neves também não tem interesse em assumir, mas cita nomes que poderiam ocupar a cadeira, entre eles o do ex-governador Marconi Perillo, que hoje preside a sigla no Estado.

“Não tenho interesse em voltar à presidência do PSDB, que já exerci durante cinco anos”, reforçou à Folha de S.Paulo no fim de semana. Além de Perillo, Aécio destaca o ex-senador José Aníbal (SP), o ex-governador Reinaldo Azambuja (MS), a governadora Raquel Lyra (PE) e o líder na Câmara, Adolfo Viana (BA).

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“Todos eles podem nos conduzir no futuro, para que o Brasil possa ter uma opção aos extremos, a essa polarização de hoje. O PSDB é alternativa ao lulismo e ao bolsonarismo”, declarou.

“O melhor seria que ele [Leite] pudesse continuar à frente do partido. Mas reconheço as suas limitações, e se for essa a sua decisão, temos que respeitar. Certamente ele vai conduzir um amplo debate interno para ver quem tem o melhor perfil para conduzir”, completou.

Eduardo Leite

Ao Estadão, também no fim de semana, Leite relatou que não disputaria a reeleição após oito meses na liderança da sigla. “Eu entendo que é melhor para o partido ter alguém que possa ter mais tempo para se dedicar. Têm eleições municipais, têm questões vinculadas às candidaturas… São questões para as quais eu não tenho essa disponibilidade.”

Ele também lembrou que recebeu “a confiança de milhões de gaúchos para governar o estado. Não posso e não deixarei o estado desatendido para a questão partidária, embora ela seja importante”.

Por ser governador, Leite tem encontrado dificuldade em ser uma oposição incisiva ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, o partido vive uma crise, com a perda de 10,3 mil filiados em São Paulo e estranhamento dos dirigentes paulista e a direção nacional.

Filiações

Sobre a saída, dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostraram queda de 10,3 mil filiações entre agosto de 2022 e agosto deste ano. Atualmente, são 286 mil tucanos filiados naquele estado. Em Goiás, o PSDB é a segunda legenda com mais filiados. 69.179, atualmente. Em agosto de 2022 eram 71.371. 

É preciso lembrar, por meio do “Tempo Novo”, Marconi e aliados permaneceram 20 anos no poder, no Estado. Além disso, nacionalmente o partido tinha grande destaque, polarizando com o PT até 2014. 

Hoje fragilizado no País e em Goiás – o ex-governador teve duas derrotas ao Senado nos últimos anos, o PSDB ainda mantém um alto número de filiados, bem como uma deputada federal e dois estaduais no Estado. 

No País, o PSDB tinha 1.352.597 em agosto passado. Atualmente, 1.327.137. Nacionalmente, a redução foi de cerca de 1,9%.

Como está o PSDB goiano?

Para além da figura de Marconi, que se limita a ‘dar as caras’ em períodos eleitorais, o partido conta atualmente com poucos nomes no poder. A sigla tem uma cadeira na Câmara Municipal, duas na Alego e uma na Câmara dos Deputados, em Brasília. 

Lêda Borges é a tucana goiana no Congresso. No entanto, o entendimento é que a política ainda não mostrou a que veio. Sem contar que tem transparecido uma inclinação significativa rumo ao governo Ronaldo Caiado — principal adversário político do ex-governador Marconi. 

Há quem fale, na tentativa de reverter o quadro dos últimos anos, que o partido pode lançar candidatura própria na capital. Isso, no entanto, é lido por alguns nomes do alto escalão da política goiana como mais um possível erro estratégico. “Melhor seria para o partido fazer uma boa composição, ingressar em uma boa chapa, uma chapa com chances reais de vitória, do que investir em uma candidatura própria e terminar, de novo, sem espaço”, defende uma fonte. 

Quanto aos possíveis candidatos, especula-se o nome do jornalista Matheus Ribeiro. Com mais de 46 mil votos em 2022, ele é suplente do partido na Câmara Federal e uma aposta. Também é ventilado o nome da vereadora Aava Santiago, que é presidente metropolitana da sigla. 

Um dos nomes do PSDB na Alego, o do deputado José Machado – o outro é Gustavo Sebba –, reconheceu em entrevista à reportagem que a situação do partido “desafia” suas lideranças. Apesar disso, transpareceu otimismo. 

“Encontraremos maneiras sólidas de revitalizar nosso partido e restaurar sua posição de destaque na política estadual, conscientes de que vivemos uma mudança desde os tempos em que Marconi Perillo governava o nosso estado e enfrentamos obstáculos para manter nossa influência anterior”, avaliou. 

Sobre as estratégias para alcançar a tão sonhada sobrevivência, disse: “estamos comprometidos diariamente em percorrer nosso estado e nos conectar com as bases”. 

E continuou: “Estamos empenhados em unir a experiência dos líderes mais antigos do partido com a energia e as ideias da renovação. (…) Acreditamos que, por meio de alianças responsáveis, ouvindo os anseios da população e mantendo um compromisso sincero com o bem-estar de todos, podemos reverter nossa situação e trabalhar rumo a um PSDB mais robusto”.

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