Federação PP e Republicanos dá invencibilidade a Lira e Marcos Pereira

Presidente e vice-presidente da Câmara dos Deputados devem sair ainda mais poderosos se federação for concretizada

Postado em: 26-10-2023 às 08h35
Por: Yago Sales
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Presidente e vice-presidente da Câmara dos Deputados devem sair ainda mais poderosos se federação for concretizada | Foto: Agência Câmara

O destino do futuro político de uma penca está condicionada às decisões do presente. A conclusão pode ser repetida, como num senso-comum, pela maioria que é acostumada a discutir, pensar e pôr em prática qualquer ideário político no Brasil, com tantos partidos, ideologias, convencionalidades, alianças e desagregações.

A possibilidade de o Progressistas, do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e o Republicanos, do vice-presidente também da Câmara, Marcos Pereira, se entrelaçar, ou, como se diz em termos mais corretos, criar uma federação entre si, causou alvoroço em suas bases eleitorais. 

Claro, não é nenhuma novidade. É possível prever que a decisão poderia desagradar alguns, mas agradar a maioria. As duas legendas são de uma direita mais moderada, mais interessada em manter-se mais próxima possível do poder. O PP é a cara do Centrão. Esteve em tantas ocasiões, perpassou o governo de Jair Messias Bolsonaro (que criticava o grupo, inclusive), como que mordendo o calcanhar, e, agora, tem sua fatia garantida no governo de Luiz Inácio Lula da Silva do Partido dos Trabalhadores — cujos integrantes adorava amolar os ditos políticos do Centrão por ter abocanhado o calcanhar da gestão Bolsonaro. 

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O Republicanos, que prega, no estatuto e em pronunciamentos, que é o verdadeiro partido conservador, tem um papel importante na representatividade da direita brasileira. Se centraliza no discurso pró-família, conquistando espaços sem muito alarde, mas com muita estratégia. 

Em Goiás, por exemplo, existe uma coincidência (ou não). Pouco tempo depois de demonstrar alguma insatisfação com o Progressistas, partido do qual era filiado e com o qual ingressou na prefeitura de Anápolis, uma das cidades mais importantes de Goiás, Roberto Naves caiu fora da legenda presidida em Goiás por um aliado forte: Alexandre Baldy, presidente da Agência Goiana de Habitação, a Agehab. 

Logo depois apareceu ao lado de nomes poderosos do Republicanos nacional: Marcos Pereira, presidente da sigla, era um deles. O prefeito de Anápolis, ali, era ungido presidente da legenda em Goiás com a missão de, além de brigar pela viabilidade do projeto de reeleição do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), rabiscar e colocar em prática a consolidação de outras chapas fortes pelo estado. 

A federação vem em boa hora. As duas legendas, com o fizeram no governo de Jair Bolsonaro, caminham pé ante pé rumo ao calcanhar da gestão petista, consumindo alianças feitas há muito pouco tempo por uma ala mais progressista do núcleo político de Brasília e de algumas regiões do País, como o Nordeste. 

O futuro político, com esta federalização, de diversos nomes, sobretudo goianos, está escrito nas estrelas. Ou, melhor, na ata que vai definir o nó do fortalecimento de duas das personalidades mais poderosas do legislativo brasileiro: Arthur Lira e Marcos Pereira.

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