Relação de Corrêa e Vanderlan pode desaguar em Goiânia e Anápolis

Se PSD caminhar com Márcio Corrêa em Anápolis, congressista pode buscar apoio do MDB à candidatura de Vanderlan, em Goiânia

Postado em: 27-10-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Relação de Corrêa e Vanderlan pode desaguar em Goiânia e Anápolis
Parlamentar já falou, inclusive, sobre seu desejo em ver a sigla no time de apoio ao projeto encabeçado pelo senador na capital | Foto: Reprodução

Integrantes do alto escalão da política anapolina dizem que as declarações recentes do deputado federal e pré-candidato à prefeitura da cidade, Márcio Corrêa (MDB), buscam não apenas ampliar sua base de apoio como também desidratar seu adversário histórico. 

Márcio sonha, e todos sabem, em sentar na cadeira de prefeito da cidade a partir do ano que vem. Veterano de guerra — foi candidato em 2020 e 2022 — a chance do político é vista, agora, como a melhor de todos os tempos. Isso porque o atual gestor, Roberto Naves (Republicanos), não poderá concorrer à reeleição. 

Mas não só. Como se não bastasse, Naves ainda enfrenta uma dificuldade latente em emplacar um sucessor. Na outra ponta, Antônio Gomide (PT) já é visto como certo em um eventual segundo turno. Uma vez nele, a leitura é que Márcio enfrentaria o petista que pode amargar o gosto de um bolsonarismo que ainda pulsa na cidade. 

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De volta, porém, às estratégias do emedebista, os comentários acerca de seus planos ganharam força depois de uma entrevista concedida ao Jornal Opção. Nela, o político fala de sua relação de amizade e proximidade com o senador goiano, Vanderlan Cardoso (PSD). O emedebista destacou que Vanderlan o apoia em Brasília e que já tem conversado com o congressista a fim de conquistar o apoio do PSD para seu projeto no município. 

Um outro ponto digno de destaque diz respeito ao “desejo pessoal” do congressista em ver o MDB apoiando Vanderlan na corrida por Goiânia. Isso, na interpretação de alguns nomes da política local, significa muito. Corrêa, óbvio, quer o apoio do partido, mas não apenas isso. 

Em um cenário onde os planos de Corrêa se concretizem, Naves teria uma pedra no sapato tanto na capital quanto em solo anapolino. Isso porque, além de figurar como uma força antagônica a um possível candidato apoiado pelo atual gestor, seu partido estaria em via oposta aos planos de Naves para reeleição do atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos). 

Paira sob os ombros de Naves a missão de dar tranquilidade ao atual gestor no que diz respeito às eleições do ano que vem. Cruz sofreu com o descompasso do Republicanos nos últimos meses. Uma ala considerável chegou a cogitar a possibilidade de não apoiá-lo na disputa de 2024. Após a saída de Hildo do Candango da presidência estadual, Naves assumiu o comando sob a promessa de trazer a tão sonhada segurança ao chefe do Executivo goianiense.

Em meados de outubro, Naves disse ao O Hoje que o prefeito terá, sim, o apoio da legenda para se viabilizar e disputar a reeleição. Os gestores se reuniram no começo do mês para tratar sobre o assunto. 

De volta, porém, às declarações de Márcio Correa, ele disse que se não for apresentado nenhum candidato com viabilidade (pelo MDB)  — e a tendência é que não seja, haja vista as dificuldades enfrentadas pelo ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, bem como a recuo da filha do ex-governador e ex-prefeito Iris Rezende, Ana Paula Rezende — vê “com bons olhos” o apoio do partido ao nome de Vanderlan. E conclui com uma crítica ao atual gestor, candidato de Naves, ao Paço: “Goiânia carece hoje de uma boa gestão, de um prefeito com capacidade de investir em diversas áreas que a capital deixa a desejar”. 

O principal desafio, porém, será convencer Daniel Vilela que, além de deter o comando do MDB em Goiás, é resistente ao nome de Vanderlan Cardoso. 

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