Marconi mira 2026 com foco em 2024 e aposta na juventude

O PSDB goiano sonha em recuperar o protagonismo político. Para isso, já foram iniciadas conversações com diversas lideranças partidárias de diferentes regiões da capital e do estado. Encabeçadas, em sua maioria, pelo líder-mor dos tucanos em Goiás, o ex-governador Marconi Perillo, as reuniões têm como pano de fundo o processo de reestruturação da sigla com foco em 2026, sem deixar de lado, claro, as eleições municipais que se aproximam. 

Na contramão do pensamento de muitos, Marconi não está inerte. Pelo contrário, tem trabalhado de maneira discreta pelos bastidores. Na última sexta, político esteve, inclusive, com o suplente de deputado federal, Matheus Ribeiro, e a vereadora Aava Santiago, em um encontro a portas fechadas.

Em uma reunião relativamente extensa, as lideranças conversaram sobre as diferentes possibilidades de candidatura e composições para o ano que vem. O nome de Matheus Ribeiro está mantido. Por meio dele — e do trabalho enérgico de Aava Santiago — o objetivo será resgatar o público jovem — dispersado gradativamente no decorrer dos últimos sete anos. A ideia é que isso contribua para devolver o partido às fileiras dos influentes. 

Em paralelo, também se falou sobre o evento previsto para este sábado (28), ocasião em que o ex-governador goiano tomará posse da cadeira de presidente estadual dos tucanos. Ele já ocupava essa posição no partido, porém de maneira interina desde a debandada de Jânio Darrot para os quadros do MDB em busca de sobrevivência política. O encontro está marcado para às 9h e será sediado no principal auditório da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). 

Outra aposta dos entusiastas do PSDB goiano passa por um plano macro, ou seja, a política nacional. Marconi, como já mostrado pelo O HOJE, está entre os favoritos do deputado federal Aécio Neves para presidir a sigla Brasil afora. Nem Neves nem o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite — atual presidente —, têm interesse na função.

“Não tenho interesse em voltar à presidência do PSDB, que já exerci durante cinco anos”, disse Aécio à Folha de S.Paulo no último fim de semana. Além de Perillo, o mineiro destaca os nomes do ex-senador José Aníbal (SP), o ex-governador Reinaldo Azambuja (MS), da governadora Raquel Lyra (PE) e do líder na Câmara, Adolfo Viana (BA).

Nos bastidores da política tucana as expectativas são as melhores, especialmente em um cenário em que Perillo ocupe a cadeira de presidente nacional. Isso porque a situação do PSDB em Goiás nunca esteve tão complicada. Para além da figura de Marconi, que se limita a ‘dar as caras’ em períodos eleitorais, o partido conta atualmente com poucos nomes no poder. A sigla tem uma cadeira na Câmara Municipal de Goiânia, duas na Alego e uma na Câmara dos Deputados, em Brasília.

‘Número 2’ em filiados

Outro fator que mantém acesa a chama da esperança no ninho tucano passa pela extensa quantidade de filiados que o partido ainda conta. O PSDB é o segundo maior de Goiás — perde apenas para o MDB, de Daniel Vilela. A posição ocupada pela sigla se justifica em função dos mais de 69 mil integrantes (69.179). O número equivale a 10,8% do total de filiados. 

O PSD chegou a este patamar, especialmente, pelo período conhecido por “Tempo Novo”, encabeçado pela onda marconista. O político e seus aliados permaneceram 20 anos no poder. Além disso, em âmbito nacional, o partido gozava de grande destaque, polarizando com o PT até 2014. Cenário, por sinal, completamente adverso aos dias de hoje onde Marconi amarga duas derrotas consecutivas ao Senado.