Rio Verde, a menina dos olhos do PL goiano

Núcleo duro do bolsonarismo em Goiás trabalha com um único objetivo: conquistar o maior número de prefeituras no ano que vem, sendo a principal tacada, Rio Verde

Postado em: 30-10-2023 às 07h31
Por: Felipe Cardoso
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Núcleo duro do bolsonarismo em Goiás trabalha com um único objetivo: conquistar o maior número de prefeituras no ano que vem, sendo a principal tacada, Rio Verde | Foto: Reprodução

O município de Rio Verde tem figurado como a menina dos olhos do PL em Goiás. O município é – e ninguém discorda disso – uma potência. Reduto do agronegócio, a cidade é conhecida nacionalmente com um expoente do setor. 

Recentemente, Rio Verde se tornou destaque nas páginas de um dos mais tradicionais jornais do país ao avançar no ranking da Produção Agrícola Municipal (PAM). O ano de 2022, por exemplo, deu à cidade o título de segunda maior produtora de soja do Brasil. As informações são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Sua ligação umbilical com o agronegócio rendeu à cidade não apenas títulos cobiçados pelas diferentes regiões produtoras do país, mas também um ambiente onde o conservadorismo pulsa. Por isso, Rio Verde também é conhecida entre os goianos como reduto do bolsonarismo. 

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A cidade atualmente é administrada pelo prefeito Paulo do Vale (MDB). Reeleito em 2020, o gestor está impedido, agora, de buscar novos quatro anos à frente do Poder Executivo municipal. E é justamente nessa ‘onda’ que o bolsonarismo local pretende surfar. 

Em evento realizado em Goiânia no último sábado (28), o representante máximo da direita brasileira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), falou das estratégias políticas pensadas para os próximos anos. Em um trecho do discurso, frisou: “plantar em 2024 para colher em 2026”. Nesse contexto, figuras do alto escalão do partido em Goiás trabalham focadas em um único objetivo: conquistar o maior número de prefeituras no ano que vem, sendo a principal aposta, Rio Verde. 

O nome na cidade será o de Lissauer Vieira (PL). O político é ex-deputado estadual, tendo presidido a Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) ao longo de seu último mandato. Natural da cidade e ligado às bandeiras ruralistas, Lissauer se aproximou a passos largos, em uma tacada de mestre, do PL goiano nos últimos meses. 

Ele, que a princípio foi eleito pelo PSB [partido de centro-esquerda], passando, mais tarde, ao PSD, terá agora ninguém menos que Bolsonaro em seu palanque. Apesar da gestão bem avaliada do atual prefeito – que não pode concorrer, mas pode construir um sucessor -, a costura tem rendido ao ex-deputado a fama de candidato quase que imbatível em 2024.

No final de setembro, Lissauer oficializou sua filiação ao PL. O político, que é pré-candidato à prefeitura de Rio Verde, publicou um vídeo com a informação no Instagram. Na ocasião, ele estava na sede do PL, em Brasília, ao lado do ex-presidente e outras lideranças políticas. Entre elas, o presidente estadual da legenda, senador Wilder Morais, o presidente nacional Valdemar Costa Neto e o deputado federal Professor Alcides (PL).

“Vai ser nosso próximo candidato à cidade de Rio Verde”, disse Wilder na gravação. “O PL é um partido que tem uma base. Partido respeitador das tradições da nossa população”, emendou Bolsonaro ao dar boas vindas a Lissauer.

“Aceitei com muita alegria o convite para me filiar ao PL. Esse novo posicionamento vai ao encontro com o nosso projeto como pré-candidato a prefeito de Rio Verde e estou honrado em poder contar com o apoio irrestrito do Bolsonaro, presidente de honra do Partido”, escreveu Lissauer na legenda.

Em paralelo ao ‘bom momento’ que vive a pré-candidatura de Lissauer, o político goza ainda do fato de figurar, sem dificuldades, como uma das maiores referências de liderança política da região. Fato é que a partir da eleição de Lissauer Vieira para deputado estadual, o nome do município, aliado ao boom do agronegócio, viu sua projeção política ampliada significativamente.  Conforme mostrado recentemente pela coluna Xadrez, um aliado do ex-deputado avalia que “parte da projeção que Rio Verde ganhou nos últimos anos se deve à atuação dele à frente da Alego”.

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