Lissauer não descarta apoio de Paulo do Vale e Caiado em Rio Verde

Ex-presidente da Alego e pré-candidato à prefeitura de Rio Verde conversou com O Hoje durante evento com Bolsonaro

Postado em: 31-10-2023 às 08h00
Por: Yago Sales
Imagem Ilustrando a Notícia: Lissauer não descarta apoio de Paulo do Vale e Caiado em Rio Verde
Enquanto deputado estadual e, conseguinte, presidente da Casa, atraiu para si algumas coisas que poucos que ocuparam o posto tem um nome forte de respeito | Foto: Agência Assembleia de Notícias

O final de semana terminou, mas ainda há muita especulação e até alguma conclusão sobre a vinda do ex-presidente Jair Bolsonaro à festança dos 70 anos do deputado federal Professor Alcides (PL) em um espaço do CEL da OAB, em Aparecida, no último sábado (21). 

Lissauer Vieira (PL) estava por ali, sem precisar aparecer muito, mas tocado no ombro por desconhecidos, abraçado por ex-colegas da Alego que, há tão pouco tempo, o chamavam de presidente, durante o mandato dele que exercia, também um dos cargos mais importantes do poder goiano. 

Ex-presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), prevendo, quiçá, o distanciamento do PSD de Vanderlan Cardoso [atual presidente], deixou-o e pulou para o Partido Liberal sob o intermédio do deputado estadual Eduardo Prado (PL). 

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Ali, no tumulto da chegada e saída de Jair Bolsonaro, Lissauer caminhava com uma tranquilidade que poucos podem ter. Poucos que almejam, como ele, chegar em janeiro de 2025 na cadeira de prefeito da cidade de sua preferência. No caso de Lissauer, uma das mais almejadas em Goiás, sobretudo pelo núcleo duro do bolsonarismo intrinsecamente relacionado ao agronegócio: Rio Verde. 

Rio Verde, não é novidade, é um grande contribuinte para tornar a região como o Produto Interno Bruto, o PIB, do agro goiano. Lissauer, ao contrário de uma multidão de candidatos, por que não dizer, menores, na política, que se atracam em busca de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, não precisa tanto. 

Tem uma notoriedade rara. Enquanto deputado estadual e, conseguinte, presidente da Casa, atraiu para si algumas coisas que poucos que ocuparam o posto tem um nome forte de respeito. Pelo menos é o que se diz em todos os cantos por  personalidades políticas de diversas vertentes ideológicas e espectros político-partidários. 

Em uma conversa com o pré-candidato a prefeito de Rio Verde, a reportagem perguntou: “O senhor veio a um ato político pensando na sua pré-candidatura lá em Rio Verde?”. Ele respondeu: “É, nós fomos convidados pelo senador Wilder, pelo presidente Bolsonaro, onde eu acabei de me filiar ao PL para nós podermos disputar as eleições do próximo ano na cidade de Rio Verde”. 

A conversa durou pouco tempo, mas suficiente para dimensionar a movimentação, pelo menos do lado que interessa a Lissauer. Ele segue comentando sobre sua presença no aniversário do Professor Alcides. “Então nós tiramos um tempo na agenda, na agenda política, na agenda de trabalho também particular para podermos vir aqui prestigiar o aniversário do professor Alcides, que é o pré-candidato a prefeito aqui da cidade de Aparecida para trazer o abraço de Rio Verde”. 

Quanto à questão do PSD na cidade, questionado se há a possibilidade do partido apoiá-lo na disputa do ano que vem, disparou: “Não, não existe. Nós estamos sempre trabalhando para as composições, o diálogo sempre foi a minha pauta principal para nós podermos ajustar todas as questões, eu tenho um grande respeito e grandes amigos dentro do PSD, são pessoas que nós trabalhamos juntos”.

Lissauer lembra que, não há muito tempo, fez política no PSD. “Tenho boa relação à nível no Estado,  com portas abertas não só aqui como também no Congresso Nacional, com várias lideranças políticas, lideranças classistas, e nós temos toda a condição de poder buscar o entendimento e também a condição e o preparo para administrar a cidade de Rio Verde, que é uma cidade que não para de crescer, que não vai parar de crescer e que precisa de um gestor que tenha a condição de dar seguimento ao desenvolvimento e ao progresso daquele município”.

Também foi perguntado se em Rio Verde – já que ele falou em dar prosseguimento ao atual mandato – vai ter um consenso na base do prefeito Paulo do Vale sobre apoiá-lo. “Logicamente, tem oito anos que ele fez um trabalho reconhecido pela população da cidade. Ele é um gestor reconhecido por todo o estado de Goiás. Eu o respeito como gestor, o respeito como homem, como político, mas o nosso projeto é independente de apoios nesse sentido. Nós vamos trabalhar, logicamente, para podermos fazer uma composição grande na nossa cidade, uma composição que possa trazer todas as forças políticas, por entender que o nosso projeto é o projeto mais viável para os próximos quatro anos na cidade de Rio Verde.”

E, otimista, afirmou que este é o “novo momento, um momento que precisa de um prefeito que tenha força administrativa, que tenha condições de poder tocar a gestão pública da nossa cidade”. E não descarta conversar com Paulo do Vale. “No momento oportuno, nós vamos conversar, mas sempre mostrando que nós temos propostas e vamos fazer com que a gestão de Rio Verde fique cada vez melhor”. 

Sobre o apoio do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, ele pareceu bem contente. “Sim, nós já estamos no PL justamente por isso, para ter o apoio do senador Wilder, das forças políticas aqui do nosso estado de Goiás a nível de estado, também do setor produtivo da nossa cidade e logicamente coroando com o apoio do ex-presidente Bolsonaro”. 

Não é difícil de imaginar que, depois de plantar uma boa relação com os deputados, ele poderá contar com os ex-colegas na corrida eleitoral ano que vem. “ Eu tenho um bom relacionamento na Assembleia, os oito anos que eu fiquei lá, 4 anos como presidente, nós criamos muitas amizades lá dentro, então eu tenho certeza que muitos dos deputados que estão no mandato hoje são simpáticos ao nosso nome, que reconhece o trabalho e a gestão que nós fizemos aí como presidente da Assembleia”.

Ele, contudo, não pareceu muito deslumbrado com a possibilidade de obter o apoio do governador Ronaldo Caiado, do União Brasil. “Eu tenho conversado pouco com o governador, hoje nós estamos na base do PL, mas como eu falei anteriormente, nós vamos trabalhar daqui pra frente pra podermos fazer logicamente uma composição ampla na nossa cidade”, disse, antes de ouvir um “bora, presidente” de um dos assessores do Eduardo Prado.

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