Apoio de Vanderlan a Pellozo é difícil, mas não impossível 

Ao O Hoje, senador falou sobre as consequências da filiação de Pellozo ao partido do governador. "Isso vai pesar na eleição agora? Vai. Fica muito ruim para mim, como presidente do partido, não lançar um candidato da sigla em Senador Canedo”

Postado em: 02-11-2023 às 08h20
Por: Felipe Cardoso
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Apoio de Vanderlan a Pellozo é difícil, mas não impossível | Foto: O Hoje

Em setembro, o prefeito de Senador Canedo, Fernando Pellozo (UB), esteve na redação do jornal O Hoje. Em bate-papo com jornalistas do veículo, falou sobre o quão bom seria se pudesse contar com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), e o senador Vanderlan Cardoso (PSD) juntos em sua base de apoio para as eleições do ano que vem. 

Pellozo, todos sabem, será candidato à reeleição em 2024. Também é amplamente sabido que o jovem político figurou como um grande aliado de Vanderlan no passado. No início de junho, porém, o senador chegou à presidência estadual PSD e viu, um dia depois, seu aliado de primeira hora desembarcar da sigla em direção ao UB, comandado por Caiado. 

À época, a coluna Xadrez destacou, inclusive, que “festança à parte”, no campo político “não teve alegria nas hostes do senador Vanderlan Cardoso”. “Logo no dia em que assumiu o comando regional do PSD, perdeu o principal e estratégico município da legenda, Senador Canedo. Seria normal se o município não fosse a origem do DNA político de Vanderlan Cardoso”. 

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Essa atitude, até certo ponto inexplicável aos olhos de Cardoso, pode complicar uma eventual aliança entre o atual gestor e o senador na disputa do ano que vem. E foi exatamente o que cravou o congressista em entrevista à reportagem do jornal O Hoje no início desta semana.

“Tenho um carinho especial pelo Fernando. É um rapaz muito bom e bem intencionado. Mas quando uma pessoa chega ao patamar que ele chegou, o de prefeito de uma cidade importante como a de Senador Canedo, algumas assessorias querem ser mais que o prefeito. Então eu me afastei”, introduziu. 

Depois de reafirmar que nunca deixou de ajudá-lo, o senador amargou a decisão do prefeito de sair do partido, e completou: “e pior: ele saiu um dia depois de eu ter assumido a presidência”. “Isso vai pesar na eleição agora? Vai. Fica muito ruim para mim, como presidente do partido, não lançar um candidato da sigla em Senador Canedo. Ele perdeu muito com isso, o que não quer dizer que eu não possa seguir ajudando”. 

Para Vanderlan, Pellozo está “mal assessorado”. Vanderlan ainda não descarta figurar na chapa do prefeito, mas argumenta que esse caminho se tornou mais difícil depois da decisão de deixar a até então presidida por Vilmar Rocha (PSD). “Acho que ele não teve uma orientação política para conversar melhor sobre sua saída do PSD. Por que ele saiu do partido? Quem o orientou, o orientou muito mal. Se ele ficasse no PSD seria o candidato natural do governador, pois ele o apoiou, e também do senador Vanderlan. Então foi uma jogada muito ruim politicamente que dificultou e tem dificultado nossa união para 2024”; 

Histórico

Desde que assumiu a gestão municipal, Pellozo foi, aos poucos, se descolando da figura de Vanderlan e se empenhando, em paralelo, a construir um caminho de mais independência. Foi em meio a esse cenário que foi convidado a integrar o time do governador Ronaldo Caiado. E assim o fez. Pellozo se filiou ao União Brasil. 

Caiado e Vanderlan, porém, possuem uma espécie de contencioso político. Apesar de ter concorrido com o apoio do governo nas eleições de 2020, em Goiânia, a informação é de que Vanderlan tem dificuldades em relação às composições do governo, em especial com Daniel Vilela, que se tornou vice-governador goiano e preside o MDB Goiás. 

Ao O Hoje, Pellozo disse que conversou com Vanderlan sobre a intenção de se filiar ao União Brasil, o que, segundo ele, o político teria “compreendido”. “Eu era presidente do PSD em Senador Canedo quando recebi o convite. Sei das diferenças entre os dois, mas hoje estou no União, no grupo do Caiado, e vou para onde o grupo do governador for”, avaliou. 

Apesar de cravar a posição no time caiadista, defendeu com unhas e dentes que ambos estejam juntos no ano que vem. “Ainda tenho uma boa relação boa com o Vanderlan. Até cheguei a comentar que uma possível união entre os dois favoreceria o projeto de ambos. O Caiado tem projetos excelentes e gigantes. Merecemos estar no cenário nacional com um candidato à altura do Caiado. Da mesma forma acredito que Goiânia merece um candidato como o Vanderlan”, pontou.

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