Entre Vilmarzinho e Professor Alcides, Campos deve ser candidato 

Ainda é uma incógnita. Em qual barco o ex-deputado federal João Campos vai estar no mar revolto da disputa eleitoral pela prefeitura de Aparecida ano que vem. Ele ouve o canto da sereia de ambos os lados dos, até agora, dois principais nomes à corrida pelo voto que já começou, mesmo que não oficialmente: do então prefeito, Vilmar Mariano, o Vilmarzinho, do MDB, e do deputado federal Professor Alcides, do PL. 

Quando voltou ao MDB de Daniel Vilela em agosto, Vilmarzinho teve o afago de João Campos como uma ilustre presença. Ali parecia, como diziam os mais otimistas, que Campos, que presidiu o Republicanos em Goiás, poderia estar dando um sinal verde para a composição de chapa – a vice? – em Aparecida. 

No sábado, dia 29, na festança do aniversário do Professor Alcides, lá estava João Campos. E, mais uma vez, acendeu uma esperança reluzente se Campos poderia, também, ceder aos encantos da candidatura mais à direita e bolsonarista de Aparecida. 

Em conversa com o jornalista Francisco Costa, ele não quis adiantar qual rumo deve tormar. Pelo menos por enquanto. “Pretendo tomar uma decisão após a virada do ano”. 

Sobre ter comparecido à festa do ex-colega de Câmara Federal: “Tenho respeito e consideração pelo Prof Alcides. Acho que é recíproco. Fui felicitá-lo pelo seu septuagésimo aniversário”. 

Sobre quem deverá apoiar Vilmar ou Professor Alcides afirma que está “livre para decidir, inclusive, se for o caso, posso até ser candidato a prefeito”. E, repete: “Estou livre. Tenho diálogo com todos. 

Gustavo Mendanha é um amigo. Temos dialogado com frequência sobre Goiânia (torço para que ele consiga ser candidato em Goiânia.), Aparecida e vários outros municípios.”

Como num cabo de guerras, daqueles de corda bem firme, Campos é um elo interessante que deverá ser muito concorrido tanto pelo grupo de Vilmarzinho quanto o do professor Alcides.

Um interlocutor e articulador da candidatura que busca a reeleição de Vilmar Mariano reconhece a força de João Campos. “O João é um cara que tem relação com o Vilmarzinho, tem relação com Alcides, mas [sobre compor com quem] tinha que perguntar pra ele”. 

Sobre a ida de Campos à festa de aniversário do Professor Alcides, a fonte não estranhou porque havia várias pessoas que caminhavam com Vilmar. Mas, por outro lado, faltaram alguns nomes que, em algum momento, pareciam mais inclinados a andar com o deputado federal, como Glaustin da Fokus e Ademir Menezes. O que significa um bom sinal para os influentes da vez no Palácio Maguito Vilela. 

Campos poderá ser um cabo eleitoral capaz de alavancar, sobretudo no meio evangélico, o nome de Vilmarzinho que tem uma popularidade menor do que a do Professor Alcides. De qualquer maneira, existe uma expectativa de que o atual mandatário cresça na pesquisa, na medida que atores políticos da cidade, principalmente vereadores, começam, também de olho em suas cadeiras na Câmara Municipal, pregar o nome do chefe do executivo pela cidade.

Uma estratégia que tem dado certo é a ida de Vilmarzinho para mutirões pela cidade e o uso mais constante das redes sociais, como fazia o seu antecessor, Gustavo Mendanha. 

Sem dúvidas, até Vilmarzinho concorda com a fonte ouvida pelo jornal, que João Campos é o nome apropriado para a vice. “Não apenas ele”, diz, antes de lembrar-se que um fator conta a favor do nome de Campos: além de ser evangélico, de ter sido próximo ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, e ter sido delegado na cidade, foi o candidato ao Senado Federal ano passado mais bem votado em Aparecida. São atributos que o colocam com uma estrela no peito de qualquer candidato na cidade.

Uma estrela ainda mais brilhante deve lembrar que João Campos, embora tenha saído derrotado, não perdeu tanto ao caminhar com Gustavo Mendanha na briga pelo Palácio das Esmeraldas como candidato à única vaga ao Senado em 2022. Ganhou ainda mais respeitabilidade em Aparecida, onde Gustavo tem, ainda, grande respeito pelos eleitores.