De olho em 2024, PL intensifica movimentações no Entorno

Ainda é incerto alguns nomes na disputa, mas, por ora, há uma filtragem à la bolsonarista para apontar escolhidos

Postado em: 07-11-2023 às 08h30
Por: Yago Sales
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Tudo, no entanto, vai depender de alguns fatores que qualquer dirigente partidário está acostumado: saber como andam as coisas com o dito-cujo que quer pleitear, nas urnas, o cargo de prefeito | Foto: Reprodução

Wilder Morais tem uma missão que vai além do seu gabinete 21 no Senado Federal, em Brasília: a conquista de prefeituras importantes no pleito municipal do ano que vem. Alguns nomes já surgem como players, outros, por enquanto, estão sob a carapuça de Wilder, que preside a legenda em Goiás e, por isso, em consonância com as estratégias de Valdemar Costa Neto e Jair Bolsonaro, tem se dedicado para construir as candidaturas em uma região considerada, pelo núcleo duro do ex-presidente, essencial. Trata-se do Entorno do Distrito Federal. 

Tudo, no entanto, vai depender de alguns fatores que qualquer dirigente partidário está acostumado: saber como andam as coisas com o dito-cujo que quer pleitear, nas urnas, o cargo de prefeito. Ou de vereador, que, em muitos casos, são lançados por tabela. 

Em Cristalina há uma conversa de que o atual vice-prefeito, Luiz Otávio, pode, pelo PL, disputar. Ninguém, nem ele, confirma. O mais certo é o nome de Valparaíso: Coronel Ferreira. 

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Alguns atributos certamente serão considerados, como o alinhamento à pauta de direita. Aquele manancial de regras, como ser contra o aborto, e a favor da família. Vão ter maiores chances aqueles que são mais alinhados com a própria figura de Bolsonaro. 

Mas o crivo, por outro lado, pode não ser, em muitos casos, tão exigente quanto excludente. Uma fonte do PL goiano disse à reportagem do jornal O Hoje que alguns nomes de centro-direita e de direita, mesmo que não tão intrinsicamente ligados ao nome de Bolsonaro, vão ser adotados pelo projeto. 

A direita, sobretudo encarnada pelo PL, quer conquistar o máximo de prefeituras no Entorno, que sobrevive às necessidades históricas, com dificuldades de solução tanto do governo goiano quanto do Distrito Federal. 

E, pelo tamanho da lista de eleitores registrados pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a dinâmica vai depender de alguns fatores, como a insatisfação, ainda, de alguns dos munícipes do atual presidente Lula da Silva (PT). Tudo baseado, inclusive, no resultado das eleições, quando, por exemplo, em Cristalina, o ex-deputado federal Vitor Hugo teve por lá a maior votação proporcional quando disputou ao governo de Goiás sob o apoio de Jair Bolsonaro. Ele encarnou literalmente o projeto de Bolsonaro. 

Por isso, é visto como um cabo eleitoral, assim como Bolsonaro, relevante ao cenário municipal, mirando a corrida eleitoral de 2026, criando uma película para, quiçá, 2030. 

A fonte ouvida pelo jornal disse que, entre outras cidades do Entorno, Luziânia é uma que, por enquanto – e, claro, ninguém revelaria – não tem nenhum nome definido. A fila é grande. “É desejável que seja bolsonarista”, disse a pessoa. 

Além de Luziânia, o foco também são Águas Lindas e Cristalina por causa do agronegócio. “Não podemos perder para a esquerda”, comenta a fonte que reconhece, no entanto, que vai ser necessário muito empenho porque, embora o PL tenha um fundo eleitoral invejável, os recursos serão concentrados em disputas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. 

Acerca disso, a reportagem conversou com Vitor Hugo que, agora, preside o Instituto Harpia Brasil, que tem a intenção de formar lideranças. “Para o ano que vem que são a base para as eleições de 2026. Nós vamos formar, dar curso gratuito, voltado para a questão eleitoral, mas voltado para ensinar como produzir conteúdo sobre os problemas da sua cidade. Ensinar qual o papel do legislador, por exemplo”, disse ele.

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