Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Mensagens apontam relação criminosa entre ministro de Lula e empresário, afirma PF

A suspeita começou após a PF ter acesso à conversas que constavam no celular do empresário Eduardo José Barros Costa

Postado em: 08-11-2023 às 14h22
Por: Luan Monteiro
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A suspeita começou após a PF ter acesso à conversas que constavam no celular do empresário Eduardo José Barros Costa. | Foto: Ministério da Comunicação

O ministro das Comunicações do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juscelino Filho (UB-MA), teria estabelecido uma relação criminosa com o dono de uma empreiteira suspeita de desvios em contratos da Codevasf, estatal federal, segundo relatório da Polícia Federal (PF).

A suspeita começou após a PF ter acesso à conversas que constavam no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, e estão em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Juscelino era, à época, deputado federal.

O empresário é apontado como real proprietário da Construservice, que tem contratos milionários com a Codevasf pagos com emendas parlamentares. Ele não aparece como sócio em registros oficiais.

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As investigações da PF sobre a atuação da empresa em contratos com a estatal avançaram após reportagem do jornal A Folha de S.Paulo. A matéria revelou que a empreiteira chegou a aparecer como vice-líder em licitações da Codevasf e utilizou laranjas para participar de concorrências públicas ainda durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

Em nota, a advogados do ministro afirmaram que não há nada ilegal nas obras e chama de “ilação absurda” qualquer suspeita de benefício pessoal de Juscelino por meio de emendas.

“Não há qualquer irregularidade nas obras, cujas emendas atendem a demandas da população, conforme já esclarecido às autoridades. Emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e todas as ações de Juscelino Filho foram lícitas”, afirma a defesa.

“São absurdas ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar, sobretudo construídas a partir de supostas mensagens sem origem e fidedignidade conhecidas”, afirma a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

As mensagens analisadas, dizem os investigadores, reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do suposto grupo chefiado pelo empresário.

“Resta cristalina a relação criminosa pactuada entre Juscelino Filho e Eduardo DP”, diz trecho de um relatório da PF. De acordo com o documento enviado ao STF, o grupo do ministro foi responsável por “suposto desvio ou apropriação e uso indevido de, no mínimo, R$ 835,8 mil.”

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