“Impossível”, diz Felipe Cecílio sobre apoio de Caiado a Vanderlan Cardoso

Liderança do MDB e pré-candidato à prefeitura de Goiânia, político diz que apesar do desejo do senador em concorrer com o apoio do governo, o “outro lado” enxerga o cenário por uma outra ótica

Postado em: 09-11-2023 às 08h30
Por: Felipe Cardoso
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Segundo o pré-candidato, em um cenário hipotético, seria perfeito para Vanderlan concorrer novamente com o apoio do governo | Foto: Leandro Braz/O Hoje

Nos bastidores da base governista, comenta-se, cada vez mais, sobre os rumos das eleições municipais do ano que vem. Há, sobretudo, um grande mistério acerca do tão almejado passe do governador Ronaldo Caiado (UB). Quem o gestor irá ungir na disputa pela capital no ano que vem? Ainda não se sabe. Mas palpites não faltam. A maior parte dos nomes ligados ao alto escalão do governo sinalizam para a possibilidade de uma nova aliança com o senador Vanderlan Cardoso (PSD). Cenário, por sinal, que o jovem político e pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Felipe Cecílio (MDB), aposta que não vai se concretizar. 

“Impossível”, disse Cecílio ao ser questionado pela reportagem do O HOJE sobre a hipótese do governador declarar apoio ao senador na corrida por Goiânia. “Os partidos  até podem estar juntos em cenário nacional, mas o principal concorrente do Daniel [Vilela, vice-governador] em 2026 tende a ser o senador Wilder Morais, que disputará com o apoio da base bolsonarista”, introduziu. 

Depois, o político explicou: “O Wilder é alguém que pode atrapalhar um pouco o nosso projeto [do MDB em chegar ao governo]. A mulher do Vanderlan, Isaura Cardoso, é suplente do Wilder. Então qualquer acordo que fizermos com o Vanderlan agora serai desfeito lá na frente, em 2026, onde ele vai preferir a mulher do que a gente, óbvio”, analisou.

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Segundo o pré-candidato, em um cenário hipotético, seria perfeito para Vanderlan concorrer novamente com o apoio do governo. “Ele quer muito isso. O problema é o outro lado. Ele vai querer que a mulher seja senadora, claro, e a única forma dela se tornar, de fato, seria por meio da vitória do Wilder. Ele não vai brigar dentro de casa”, arrematou. 

Recentemente foi ventilada, nos bastidores da política goiana, a possibilidade de Isaura Cardoso renunciar à suplência de Wilder em troca do apoio de Caiado à candidatura de Vanderlan. O político, porém, afirma sem medo de errar que essa conversa nunca existiu. “É o contrário disso”, acrescentou. “O Vanderlan é nosso amigo, na minha campanha ele até me deixou visitar sua fábrica e conversar com os funcionários, mas [politicamente] é água e óleo. Eles [a base] não têm a confiança necessária”. 

Em um passado não muito distante, Caiado esteve no palanque do então senador Vanderlan Cardoso (PSD) quando o político concorreu à prefeitura de Goiânia. A aliança foi firmada nas eleições de 2020. Passada a disputa, o congressista se distanciou do governador, que o esperava no projeto de reeleição logo ali, em 2022. 

Na direção contrária à maioria do seu partido, Vanderlan apoiou para o governo o candidato do ex-presidente Jair Bolsonaro, Major Vitor Hugo (PL). O PSD lançou o presidente da sigla Vilmar Rocha na base caiadista. Como demonstração de força, Vanderlan, por sua vez, deixou as impressões digitais na chapa oposicionista: colocou a esposa, Isaura Cardoso, na suplência de Wilder Morais. O bolsonarista, inclusive, surpreendeu com a vitória para a única vaga disponível naquele pleito. 

Os entusiastas da ideia que Felipe descarta dizem, porém, que, de olho no pleito do ano que vem, com os dados eleitorais de 2020 às mãos, Vanderlan poderia pedir para a mulher, Isaura Cardoso, esquecer a suplência de Wilder Morais. Com isso, daria à base caiadista um sinal de lealdade em relação à disputa de 2026 e, quiçá, ganharia o carimbo de volta ao time dirigido pelo governador. 

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