Depois de quase uma década, Goiânia pode ter vice-prefeito
Ausência do cargo dá força ao presidente da Câmara Municipal
Por: Francisco Costa

Goiânia não tem vice-prefeito desde de 2017, quando Iris Rezende (MDB) assumiu o comando do paço e o deputado Major Araújo (hoje no PL) renunciou antes de “subir a rampa”. Em 2021, o gestor eleito Maguito Vilela (MDB) morreu em decorrência de complicações da Covid-19, deixando Rogério Cruz (Republicanos) só, na prefeitura. Em 2025, claro, a situação deve se normalizar.
A ausência de um vice dá poder ao presidente da Câmara, próximo na linha sucessória. Até por isso, indicam fontes que conversaram com o Jornal O Hoje, Romário Policarpo (PRD) sempre manteve força na prefeitura, mesmo em momentos de tensão com Rogério.
“Romário é o presidente do Poder e o primeiro da linha sucessória. Qualquer prefeito sem vice precisa ter cuidado com o presidente da Câmara. Não pode se dar ao luxo de guerrear com o Legislativo”, observa um interlocutor. “Hoje a presidência da Câmara é o cargo mais importante depois do prefeito.”
Abrindo um parêntese, Iris não se ausentou do cargo nos quatro anos que esteve à frente de Goiânia. Nem Romário e nem Andrey Azeredo (MDB), que presidiu o parlamento nos dois primeiros anos do mandato, precisaram assumir.
Nesta gestão, Romário assumiu o Executivo em novembro de 2022. Na ocasião, Rogério tirou licença para viajar a Israel por cerca de uma semana.
Casos e casos
Como mencionado, a situação teria exceções. A avaliação é que no governo de Iris, que também não tinha vice, existiam figuras no primeiro escalão com força o suficiente para se destacar sobre o chefe do Legislativo. Um dos exemplos era o secretário Paulo Ortegal.
No caso de Rogério, neste momento que alguns nomes começam a ganhar essa força. A avaliação é que o ex-deputado federal Jovair Arantes (Republicanos) pode fazer esse papel se for colocado em cena. Ele é visto como “extremamente habilidoso” e “articulado”.
“Claro que Iris é incomparável em termos de experiência política. Mas ainda tinha o Paulo Ortegal, que fazia esse equilíbrio que, agora, Rogério quer que Jovair faça”, observa. “Mas para uma pessoa como Ortegal ou Jovair dar certo é preciso delegação do chefe do Poder Executivo.”
Na quarta-feira (8), Rogério se reuniu com 24 vereadores da base para harmonizar a Casa. Na ocasião, Romário Policarpo participou do evento, assim como Jovair. Inclusive, Arantes recebeu a delegação naquele momento.
Assim, durante o evento, Rogério anunciou o retorno do secretário de Governo e colega de partido, Jovair Arantes, à articulação política entre Legislativo e Executivo. A expectativa é pavimentar, de vez, o caminho rumo à reeleição.
2024
Mas de volta à questão da vice, em 2024 não deve haver surpresas em relação aos cargos – é imprevisível, mas não deve ocorrer renúncia ou falecimento, pois, apesar de seguidos, foram casos atípicos. Na capital, as legendas já se movimentam em pré-candidaturas e de olho em possíveis alianças. Claro, algumas chapas podem vir puras, mas ainda assim terão a composição completa no páreo.
Diferente
Houve, ainda, uma situação diferente, em 2010. O vice-prefeito Paulo Garcia (PT) assumiu a prefeitura quando Iris renunciou para disputar o governo de Goiás. Situação semelhante aconteceu em 2022, em Aparecida, quando Gustavo Mendanha (PRD, rumo ao MDB) deixou o paço para concorrer ao Palácio das Esmeraldas e Vilmar Mariano (MDB) assumiu.