Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Raquel Teixeira (PSDB) “A campanha não chegou às pessoas”

A professora reconhece como positivo o legado dos últimos 20 anos de gestões do mesmo grupo político

Postado em: 13-09-2018 às 06h00
Por: Fabianne Salazar
Imagem Ilustrando a Notícia: Raquel Teixeira (PSDB) “A campanha não chegou às pessoas”
A professora reconhece como positivo o legado dos últimos 20 anos de gestões do mesmo grupo político

Lucas de Godoi e Rubens Salomão*

A candidata a vice-governadora na chapa de Zé Eliton, professora Raquel Teixeira, considera fria a campanha deste ano, em razão do desânimo de uma grande parcela de eleitores. Raquel confia nas ações da base para aumentar as intenções de voto e, além disso, a campanha receberia apoio dos candidatos progressistas em um eventual segundo turno. A professora reconhece como positivo o legado dos últimos 20 anos de gestões do mesmo grupo político. 

Continua após a publicidade

Qual balanço que a senhora faz até aqui dessa campanha e do trabalho que o PSDB e a coligação está fazendo para dialogar com os eleitores?

É uma campanha completamente diferente de todas as outras que já vivemos. Primeiro uma campanha muito curta e que ainda não chegou na vida das pessoas. A última pesquisa mostra 60% de indefinidos, com brancos e nulos na verdade chega quase a 80%, ou seja, só 20% da população decidiu em quem vai votar. Então as pesquisas que nós temos não revelam o que vai acontecer no dia da eleição. As pessoas estão indiferentes, irritadas com a política, raivosos, descrentes, mas aproveito para conscientizar que a descrença, a frustração e a raiva não são o melhor caminho. Gostemos ou não da política, é ela que define a vida de cada um de nós, então adotar postura de que não é consigo é transferir para a mão de outros as decisões sobre a sua vida.

Essa descrença não dificulta um projeto à reeleição, ainda mais depois de 20 anos de gestões do mesmo grupo?

É um grupo que deixou uma marca muito positiva, os mais antigos lembram-se do que era Goiás antes de Marconi Perillo. Na área da educação, por exemplo, nós tínhamos professores que não tinham nem segundo grau, hoje nós temos uma carreira e índices espetaculares, somos o primeiro lugar no IDEB, éramos o 24º em 1999. Eu poderia também dar exemplos na área da industrialização do Estado, no aumento do PIB de R$ 17 bilhões para mais de R$ 200 bilhões, das exportações que estamos em 190 países, rodovias, viadutos, infraestrutura robusta na área de cultura, esporte. Goiás hoje é um estado moderno, nós temos orgulho desse legado. Agora, claramente, não se ganha eleição falando do passado e é isso que o Zé Eliton está propondo, que é o ‘Avançar Mais’, um projeto com programas novos. Acho que mudanças não é só mudar nome das pessoas, quando a gente fez mudanças por mudanças, o Brasil se deu mal.

O que falta no discurso para que a campanha chegue ao eleitor? A senhora disse que faltava paixão e emoção no discurso de Geraldo Alckmin. É o mesmo que falta em Zé Eliton?

Houve um pouco de equívoco na interpretação do que falei. O Alckmin está entusiasmado e é o jeito dele, o governador Zé Eliton está completamente entusiasmado, confiante e tem orgulho do legado que tem nas mãos, tem consciência e sabe como avançar mais e está completamente confiante. Eu e ele não somos de bater, isso faz diferença? Não saberia, mas prefiro ser coerente com a forma que sempre fui, sou muito sincera, explícita nas minhas colocações, mas não sou de confronto e conflito como alguns candidatos. 

A campanha vai seguir nesse tom?

Eu acho, mas a publicidade está pensando e reavaliando. Agora, a nossa campanha está super bem avaliada, os programas estão bonitos e estão sendo bem recebidos, confio que com o tempo a gente vai chegar lá e estou absolutamente convicta que nós vamos para o segundo turno e aí todas as forças progressistas se juntarão a nós contra o que considero uma política de atraso.

Até que ponto a figura de uma vice-governadora na chapa pode angariar apoio das mulheres?

Não é nem pensando em angariar apoio. Acho que ter uma mulher na chapa majoritária significa respeito à importância e ao direito de igualdade de oportunidades para homens e mulheres. A sociedade moderna tem que ser assim, acho que é sintonia com o mundo, homens e mulheres são diferentes e não só fisicamente, mas no jeito de pensar. Na perspectiva de mundo e na plenitude democrática exige-se homens e mulheres com seus talentos, inteligências, energias, formas de olhar o mundo definindo as coisas. Zé Eliton tem sido muito claro nas colocações, tem dito que ele e eu vamos comandar o Estado com inteligência, responsabilidade, respeito e em nenhum momento ele tem aquele olhar de vice como uma coisa acessória, como um episódio desagradável que houve com um candidato que disse que seu vice é acessório. 

De qual episódio a senhora se refere? Quem disse que o candidato a vice é acessório?

Um candidato disse que o partido deles preferiu utilizar as mulheres para serem candidatas ao Legislativo e não dar cargo acessório para uma mulher para cumprir cota. Foi mais ou menos assim, ele quis me ofender, mas acho que a ofensa maior foi ao vice dele que estava presente. O vice dele virou acessório. 

Como tem sido tratada pela campanha a rejeição das mulheres à política?

Mulher tem mecanismos diferentes de fazer escolhas, de tomar decisões, é característica dela analisar mais, pensar mais, exigir mais antes de decidir. Acho que elas estão nesse processo de análise geral. 

Sua chapa sendo eleita, de que forma a senhora vai auxiliar o governador a comandar o Estado? 

Não conversamos sobre isso e é claro que me sinto muito valorizada pela forma como ele [Zé Eliton] tem colocado que nós vamos dirigir o Estado, mas é claro que o governador é ele e eu serei uma vice leal, discreta e vou cumprir missões que ele me determinar. O que ele achar melhor eu vou fazer. Nós vamos discutir as decisões. (*Especial para O Hoje) 

Veja Também