Para Vanderlan ter apoio de Caiado, Vilmar teria que reassumir PSD, dizem analistas

Emedebista pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Felipe Cecílio acredita ser impossível a aliança em 2024

Postado em: 16-11-2023 às 07h55
Por: Francisco Costa
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Emedebista pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Felipe Cecílio acredita ser impossível a aliança em 2024 | Foto: Reprodução

O senador Vanderlan Cardoso (PSD) é, possivelmente, o nome do PSD à prefeitura de Goiânia. Ao Jornal O Hoje, o político informou que pode conversar, em algum momento, com o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) – e com todos os outros presidentes de partido sobre 2024. Mas uma aliança com a base caiadista não é fácil. Na verdade, “impossível”, segundo o suplente do MDB na Câmara Federal e pré-candidato ao paço da capital, Felipe Cecílio.

Em conversa com jornalistas e analistas políticos, porém, a avaliação é de grande dificuldade, mas não de impossibilidade, como prevê Cecílio. Para conseguir essa “oportunidade”, o primeiro passo seria que o ex-presidente Vilmar Rocha reassumisse o comando do PSD. 

A avaliação é que Vilmar tem proximidade com Caiado, uma vez que aliou o PSD à base do gestor e permaneceu fiel durante todo percurso que esteve no comando. Vanderlan, por sua vez, tem um histórico mais conturbado no que diz respeito à fidelidade com o governador. 

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Em 2018, ganhou a eleição de senador na chapa de Daniel Vilela (MDB), que disputou o governo naquele momento. Em 2020, contra Maguito Vilela (MDB), concorreu à prefeitura de Goiânia com apoio do governador Ronaldo Caiado. Contudo, em 2022, fez campanha para Major Vitor Hugo (PL) na corrida pelo Palácio das Esmeraldas e Wilder Morais (PL) ao Senado.

O próprio Felipe Cecílio justifica a dificuldade em relação a Wilder. “Os partidos até podem estar juntos em cenário nacional, mas o principal concorrente do Daniel [Vilela, vice-governador] em 2026 tende a ser o senador Wilder Morais, que disputará com o apoio da base bolsonarista”, introduziu.

Depois, o político explicou: “O Wilder é alguém que pode atrapalhar um pouco o nosso projeto [do MDB em chegar ao governo]. A mulher do Vanderlan, Isaura Cardoso, é suplente do Wilder. Então qualquer acordo que fizermos com o Vanderlan agora será desfeito lá na frente, em 2026, onde ele vai preferir a mulher do que a gente, óbvio”, analisou.

Nesse sentido, os analistas consultados afirmam que a renúncia de Isaura também deveria ocorrer com a troca de comando – de Vanderlan para Vilmar Rocha. Só assim seria possível buscar esse apoio junto a Caiado. Professor e cientista político, Guilherme de Carvalho é um dos que corrobora a tese. Ele cita que o PSD já está totalmente dentro do governo. Então, ele estaria rompendo com Wilder, que deve ser o adversário do grupo em 2026.

Troca de comando

Em 1º de junho deste ano, Vilmar Rocha entregou o comando do PSD a Vanderlan Cardoso. A reunião fechada ocorreu na sede do partido. À época, o ex-deputado estadual e presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego), Francisco Júnior, afirmou à reportagem do jornal O Hoje que o encontro foi “um gesto simbólico”. 

Como último ato à frente do PSD, Vilmar usou o poder de fala para cobrar Caiado sobre entregar um cargo à legenda que o ajudou no projeto de reeleição. Rocha não quis assumir nada, mas entregou uma lista tríplice ao governador, que escolheu o ex-deputado Francisco Júnior, que assumiu a Codego. 

Um dos principais nomes da política goiana, Vilmar Rocha deixou o comando do partido em Goiás, mas permaneceu em cargo da executiva nacional, sob a gestão de Gilberto Kassab. Ele, que foi candidato ao Senado em 2022, participou de uma complicada negociação na pré-campanha para tentar consolidar o nome do ex-ministro Henrique Meirelles, pelo PSD, a disputar ao cargo. Depois de reuniões e encontros de Meirelles com personalidades em Goiânia, o banqueiro desistiu. 

O desafio, em seguida, seria encontrar outro nome. Presidente da Alego à época, Lissauer Vieira, seria o nome apropriado, mas acabou deixando de priorizar a disputa porque o governador Ronaldo Caiado decidiu abrir mão de escolher um candidato à vaga e adotar uma tríade de candidaturas avulsas: Vilmar pelo PSD; Alexandre Baldy, pelo PP; e Delegado Waldir Soares, pelo União Brasil.

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