Associado a Lula, Haddad soma 22% na cessão de votos

Jair Bolsonaro, do PSL, aparece em segundo lugar, com 18% das intenções de voto; Ciro Gomes, do PDT, registra 10%, enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com 5% e 4%

Postado em: 13-09-2018 às 15h20
Por: Rafael Oliveira
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Jair Bolsonaro, do PSL, aparece em segundo lugar, com 18% das intenções de voto; Ciro Gomes, do PDT, registra 10%, enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com 5% e 4%

De acordo com a nova pesquisa encomendada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) ao instituto Vox Populi, divulgada nesta quinta-feira (13), o resultado do poder de transferência de voto de Lula para Fernando Haddad é real. Quando apresentado aos eleitores como o candidato do ex-presidente, o sucessor do petismo ao Palácio do Planalto alcança 22% de intenção de votos.

Jair Bolsonaro, do PSL, aparece em segundo lugar, com 18% das intenções de voto. Ciro Gomes, do PDT, registra 10%, enquanto Marina Silva, da Rede, e Geraldo Alckmin, do PSDB, aparecem com 5% e 4%, respectivamente. Brancos e nulos somam 21%.

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O Vox Populi ouviu 2 mil eleitores em 121 municípios entre 7 e 11 de setembro. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. O índice de confiança chega a 95%.

Um pouco mais da metade dos entrevistados (53%) reconhece Haddad como o candidato do ex-presidente. O petista, confirmado na terça-feira como o candidato a presidente na coligação com o PCdoB, também é o menos conhecido entre os postulantes a ocupar o Palácio do Planalto: 42% informam saber de quem se trata e outros 37% afirmam conhece-lo só de nome.

O desconhecimento é maior justamente na parcela mais propensa a seguir a recomendação de voto de Lula, os mais pobres e menos escolarizados. De maio para cá, decresceu sensivelmente o percentual de brasileiros que afirmam não saber que o ex-presidente está impedido de disputar a eleição: de 39% para 16%.

Ainda assim, é em meio a este público que Haddad registra grandes avanços. Na comparação com a pesquisa de julho, mês no qual o PT ainda nutria esperanças de garantir Lula na disputa, o ex-prefeito passou de 15% para 24% entre os eleitores com ensino fundamental e de 15% para 25% entre aqueles que ganham até dois salários mínimos. O petista chega a 31% no Nordeste e tem seu pior desempenho na região Sul (11%), mesmo quando associado ao ex-presidente.

Ciro Gomes é o menos rejeitado (34%) entre os cinco candidatos mais bem posicionados. Haddad tem a segunda menor taxa, 38%. No outro extremo, com 57%, aparece Bolsonaro.

O deputado, internado desde a sexta-feira (7), no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, registra contudo o maior percentual de menções espontâneas (13%), contra 4% de Ciro e Haddad, 3% de Marina e 2% de Alckmin.

O fato de as citações espontâneas se aproximarem da porcentagem registrada por Bolsonaro nas respostas estimuladas demonstra, ao mesmo tempo, um teto do candidato do PSL e uma resiliência que tende a leva-lo à próxima fase da disputa presidencial.

O Vox realizou diversas simulações de segundo turno. Bolsonaro venceria Alckmin (25% a 18%), empataria tecnicamente com Marina (24% a 26%) e perderia para Ciro (22% a 32%) e Haddad (24% a 36%). O pedetista e o petista vencem os demais. O instituto não fez a simulação de um confronto entre os dois.

Por fim, a pesquisa mediu a percepção dos eleitores em relação ao ataque a Bolsonaro ocorrido em Juiz de Fora em 6 de setembro. A maioria absoluta, 64%, associa a facada a um ato solitário de um indivíduo desequilibrado, “com problemas mentais”. Outros 35% acreditam tratar-se de um atentado organizado e planejado, com fins políticos.

A maior parte dos entrevistados (49% contra 33%) não crê que o episódio possa influenciar a decisão de voto dos brasileiros. 

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