Segunda-feira, 29 de julho de 2024

Jaime Rincón: “Goiás não pode sofrer um retrocesso”

Ele disse que o valor estipulado em Lei é suficiente para levar a mensagem ao eleitorado goiano

Postado em: 15-09-2018 às 07h30
Por: Fabianne Salazar
Imagem Ilustrando a Notícia: Jaime Rincón: “Goiás não pode sofrer um retrocesso”
Ele disse que o valor estipulado em Lei é suficiente para levar a mensagem ao eleitorado goiano

Lucas de Godoi e Rubens Salomão* 

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O coordenador da campanha à reeleição do governador Zé Eliton, Jayme Rincón reconhece como positiva a nova legislação eleitoral, que limite os gastos de campanha e proíbe o financiamento privado. Ele disse que o valor estipulado em Lei é suficiente para levar a mensagem ao eleitorado goiano. Rincón também contou que a maioria dos prefeitos da base começaram agora com a campanha, já que anteriormente, o clima não era propício para debates eleitorais. Jayme defende que os eleitores avaliem os candidatos e as propostas para fazer a escolha certa no dia 7 de outubro. Nesse sentido, considera que haverá sucesso também na campanha dos candidatos ao Senado.  

Agora que a campanha está começando a esquentar o debate nas ruas, mas já é reta final. Fazer o quê para melhorar os indicadores?

Realmente é uma campanha atípica.Ela está começando e já está acabando.Mas por um lado isso é bom: as campanhas estão mais baratas por serem mais curtas por força da nova legislação eleitoral. O que está nos preocupando é a apatia dos eleitores em relação ao processo eleitoral, e isso é muito ruim. Por mais descrente que o eleitor esteja, acho que o processo eleitoral é para que possamos fazer essa separação do joio do trigo. Por isso, peço aos eleitores que compareçam às urnas e que analisem as melhores propostas, o perfil de cada um dos candidatos, o estado de Goiás não pode sofrer um retrocesso. O Estado vem a bastante tempo crescendo acima da média nacional, gerando empregos acima da média, balança comercial crescendo, temos uma das melhores infraestruturas do país, temos os melhores programas sociais, que foram criados no governo de Marconi Perillo e Zé Eliton. Temos que ter um cuidado muito grande, porque eles não dizem o que precisa mudar, dizem apenas que está tudo ruim e que eles seriam a solução. Acho que nós não podemos entrar numa aventura. 

Em relação aos recursos, como tem sido os gastos na primeira eleição sem financiamento privado? Como está sendo feita a campanha com um teto muito inferior ao que era gasto antes?

Dá para rodar o Estado e estamos fazendo a campanha dentro de uma nova realidade. Eu acho que R$ 9,1 milhões (permitido pela legislação) é suficiente para que se faça a campanha ideal. Os valores cobrados por todo mundo que trabalhava no período eleitoral voltaram para os valores reais. Não tinha cabimento o que era cobrado pelos marqueteiros, por exemplo, que era quem levava boa parte de todos os recursos de todo o processo eleitoral. A própria quantidade de material gráfico, exposição da campanha na rua, contratação de cabos eleitorais, isso tudo foi colocado dentro de um patamar suficiente para que se possa fazer a campanha e levar a mensagem adequada a todos os eleitores goianos. 

O eleitor pode esperar um discurso mais firme do candidato Zé Eliton nas próximas campanhas na televisão?

O governador Zé Eliton é um gestor de pé no chão e quem está no governo sabe exatamente quais são as limitações e não sai prometendo mundos e fundos, dizendo que se virar governador sua vida vai mudar substancialmente da noite para o dia, isso é discurso irresponsável. Mas o que nos preocupa é a falta de propostas dos outros candidatos, principalmente do Ronaldo Caiado falar, até porque ele acabou centrando a vida dele da fazenda dele em Americano do Brasil, eventualmente passava por Goiânia, ia para Brasília onde passava a maior parte do tempo e depois ia para São Paulo onde ele sempre esteve presente. Nos grandes eventos que tivemos, ao invés de estar aqui com os goianos, ele foi para São Paulo, então ele desconhece totalmente a realidade do Estado e isso fica cada dia mais patente a medida em que ele vai para os debates e mostra total desconhecimento. Ele usa como artifício dizer que está tudo errado, dizer que ele é o paladino da moralidade e dizer que ele vai combater a corrupção sem apontar um único ato de corrupção que ele tenha identificado, o que acho uma irresponsabilidade, porque se ele sabe de algum caso de corrupção no governo, ele como senador da República tem a obrigação de apontar, fazer uma denúncia ao Tribunal de Contas do Estado, ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal, mas ele não faz e só diz que está tudo errado e que ele é o único honesto no mundo. O governador Zé Eliton é ficha limpa e não tem nenhum processo, exatamente igual Ronaldo Caiado.

Por que o Ronaldo Caiado lidera as pesquisas e o que a coordenação de campanha deve fazer para mudar isso?

Ele lidera as campanhas por uma única razão, por ter disputado todas as eleições desde 1994. O Caiado está na política há mais de 35 anos, ele é um político profissional, ele vive na política e vive da política. Agora, ele tem 95% de conhecimento dos eleitores. Ora, se 95% dos eleitores conhecem Ronaldo Caiado, esse eleitor que vota nele já declarou voto e isso está muito claro. Nós temos 61% de indecisos e esses indecisos com certeza não vão para o Caiado, porque eles já conhecem o Caiado. É aí que tem oportunidade de entrar o governador Zé Eliton e o próprio Daniel Vilela da grande maioria da população. A medida que a mensagem do governador for chegando a cada uma das cidades, a cada um dos cidadãos, não tenho dúvidas de que ele vai crescer nas pesquisas. E tem um detalhe, nós temos mais de 180 prefeitos que iniciaram agora o trabalho em prol da chapa de Marconi Perillo, de Zé Eliton, de Raquel Teixeira e de Lúcia Vânia. 

Por que esses prefeitos só começaram agora?

Porque agora que a eleição começou, não tinha outra forma de você fazer isso. Essa apatia fez com que as coisas ficassem efetivamente para a última hora, não existia nem clima para você iniciar uma campanha eleitoral, os prefeitos entraram agora. O Caiado tem plena convicção de que ele ganhará no primeiro turno e ele terá talvez a maior surpresa da vida dele, não tenho dúvida alguma que será uma eleição de dois turnos, até porque não existe histórico de eleição em primeiro turno na política em Goiás. Essa eleição está polarizando entre Zé Eliton e Ronaldo Caiado e a base do governo com certeza colocará seu candidato no segundo turno e quem for para o segundo turno com o Ronaldo Caiado será o próximo governador de Goiás. 

O prazo é curto para apresentar Zé Eliton para os eleitores. Vai dar tempo?

Vai dar tempo, com certeza, porque agora que o eleitor está tomando consciência de que estamos em um processo eleitoral. Agora, cabe a nós de forma criativa e ágil levar essa mensagem a todos os eleitores do Estado. É exatamente isso que começamos a fazer e o que nos surpreende é a impaciência que o eleitor está com o processo eleitoral, mas quando você começa a falar da mensagem do governador Zé Eliton e faz um comparativo dele em relação ao Ronaldo Caiado, você ganha o voto imediatamente. Comecei a andar o estado nos últimos quinze dias e tenho conversado com os prefeitos das regiões, sempre com dez a vinte prefeitos, para discutir a realidade do local, mas principalmente para entender as demandas e falar de eleição e de processo eleitoral. Não tem nenhum prefeito que não tenha para contar um episódio de descaso do senador Ronaldo Caiado com eles, do tipo de não ser recebido no gabinete. Por isso, seria um atraso muito grande ter o Ronaldo Caiado como governador do Estado. 

Você compreende que a campanha precisa responder algumas questões aos eleitores. Como explicar o apontamento da campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) sobre uma obra parada em Anápolis sob responsabilidade do governo de Goiás?

A obra não está parada, este foi um grande erro, primeiro ao colocá-la como obra federal, sendo que é estadual.

A campanha do presidenciável Geraldo Alckmin errou?

   Errou feio. Primeiro por isso e segundo porque a obra não está parada. Quer dizer, tem que tomar muito cuidado nesse processo eleitoral para não levar informação desencontrada, porque a partir do momento que você faz isso, você está colocando em cheque tudo que você está falando.

   Como você avalia o número de que existem mais de 200 obras paradas pelo Estado?

Primeiro que não sei de onde eles tiraram esse número. O que o Daniel e o que o Caiado dizem não devem ser levados em consideração, se você for espremer não sai nada de concreto, de efetivo nas coisas que eles dizem. Nós temos algumas obras paralisadas sim e a culpa é do Ronaldo Caiado que inviabilizou um empréstimo aprovado dentro da nossa capacidade de endividamento com a Caixa Econômica Federal e ele fez de tudo para inviabilizar a concretização desse empréstimo.

O governador dispensou o empréstimo da Caixa por conta das taxas e das exigências de garantia. 

Sim. Mas essas taxas chegaram nesse valor porque o diretor da área que aprova o crédito e define taxas é do partido do senador Ronaldo Caiado.

Foi lobby do senador? 

Lobby não, lobby é quando você vai lá com algum tipo de acontecimento, foi pressão ao estilo Caiado. É pressão ao estilo de Ronaldo Caiado. 

Qual a análise do senhor sobre o cenário ao Senado? Qual a viabilidade da campanha de Marconi Perillo que até pouco tempo era dada como certa? 

Eu acho que não existe eleição ganha e nós temos muita consciência disso, o ex-governador Marconi tem muita consciência disso. Agora, se Marconi não for eleito senador, será uma perda enorme para Goiás por todas as obras e por tudo o que ele fez.

Marconi fez o trabalho dele, enquanto Governador. 

Mas exatamente por isso é que temos que colocá-lo no Senado para que ele continue defendendo os interesses do Estado. (*Especial para O Hoje) 

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