Descompasso entre PDT, PSB e PT não deve influir em Goiás

Briga por cargos e, desproporcionalmente, atendimento de Lula ao Centrão em relação a aliados não incomoda tanto em Goiás

Postado em: 22-11-2023 às 11h30
Por: Yago Sales
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Em Goiás, por enquanto, o PDT e o PSD são representadas por algumas personalidades com fortes conexões com o governo Lula | Foto: José Cruz/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, não pode pensar duas vezes antes de ter de engolir o sonho de aliados para deixar as siglas do Centrão. Tudo pela governabilidade, claro. Fala-se em sonho, inclusive, por conta de o governo lulopetista ter de, a contragosto, claro, ceder um bocado para garantir apoio no Congresso Nacional, cedendo a torto a direito. 

Com isso, sob a ótica de quem precisa dar um jeito, o mais rápido possível, de viabilizar sua legenda para a disputa de 2024, com reflexos para 2026 e, como a maioria é bem pragmática, lá em 2030 até, a relação com o governo Lula, como manda-chuva, no Planalto. 

Na crônica política desde o ano passado, dois partidos, em circunstâncias diferentes, aderiram ao projeto de Lula 3, empossado a 1° de janeiro de 2023, sob a missão de fazer um governo de frente ampla, aderindo a planos e expectativas de diversas tendências. Só que, como dito, para tanto, há mais frustrações do que aspirações, sobretudo quanto à acomodação de partidos do Centrão, como o Progressistas e Republicanos que se arrastaram, até onde conseguiram, no corpo político de Jair Messias Bolsonaro, do Partido Liberal de Valdemar Costa Neto. 

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Voltemos aos partidos de que é necessário comentar: PDT e PSB. O primeiro seguiu Lula num segundo turno após a derrota do insistente Ciro Gomes – claro, com a sua insatisfação de sempre. O segundo, PSB, além de ter ajudado o PT a carregar o peso da disputa eleitoral em 2022 com suas bases, teve Geraldo Alckmin como vice-presidente. 

Com ministros – poucos, e menos favorecidos do que o Centrão – e na base do Congresso Nacional, PDT e PSB, contudo, têm seguido a uma lógica em diversos diretórios pelo País que buscam, como estratégia, resguardar-se. Ou seja, devem compor, à sua maneira, com partidos que nada têm a ver com a agenda lulopetista – e muitas vezes são até opostas. Ou seja, para ser mais claro: muitos políticos devem, nestas duas siglas, brigar contra candidatos escolhidos por Luiz Inácio Lula da Silva. Claro. A maioria deverá brigar, sim, por protagonismo no campo mais progressista, à esquerda das disputas municipais. 

Em Goiás, por enquanto, as duas siglas são representadas por algumas personalidades com fortes conexões com o governo Lula. A deputada federal Flávia Morais (PDT), casada com o deputado estadual George Morais, que, além do mandato na Alego, é o presidente da sigla do diretório estadual.

O PSB é presidido em Goiás pelo ex-deputado federal Elias Vaz, que é um dos braços direito do ministro da Justiça, Flávio Dino. Inclusive, Vaz foi mantido no cargo após um terremoto na secretaria da qual é titular no Ministério, quando ele apareceu em fotografias com a mulher de um criminoso do Amazonas. 

Vaz, inclusive, foi persistente deputado federal em denúncias contra a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, revelando alguns dos principais escândalos de gastos escusos, como no Exército. 
Outro nome da sigla é o senador Jorge Kajuru, acostumado a não ter preocupação em demonstrar zelo por algum personagem político ou, se necessário, meter a borduna em quem não lhe convence. Por enquanto, em Goiás, ainda é uma incógnita a participação de ambos os partidos em projetos políticos do PT em algumas das cidades goianas, mas, a depender dos personagens mais importantes e relevantes, tudo vai depender de sinais lá do alto, ao contrário de diversas outras cidades.

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