Defesa tenta reverter prisão de Naçoitan enquanto MPGO recomenda posse imediata da vice

Enquanto Maysa Cunha ensaia chegar à cadeira máxima da política de Iporá, defesa do prefeito trabalha por soltura

Postado em: 29-11-2023 às 09h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Defesa tenta reverter prisão de Naçoitan enquanto MPGO recomenda posse imediata da vice
Em justificativa, alegam que o gestor enfrenta problemas de saúde e psiquiátricos | Foto: Reprodução

Duas situações distintas têm sido largamente comentadas nos bastidores da política de Iporá. Uma delas passa pela tentativa da defesa do prefeito da cidade, Naçoitan Leite, de reverter a prisão do político com base em enfermidades. Em paralelo, não sai da boca do povo o comentário sobre a recomendação de posse imediata da vice-prefeita, Maysa Cunha (PP). 

Os assuntos, apesar de distintos, estão correlacionados. Desde que Naçoitan foi preso, o alto clero do PP tem trabalhado de olho na cadeira do gestor. Prova disso é que a vice-prefeita recebeu, de imediato, todo o apoio jurídico possível de seu partido político. Naçoitan, por sua vez, parece longe de desistir da batalha de, ao menos, minimizar os danos causados à sua trajetória política. Na tentativa de alcançar a soltura do político, a defesa incluiu no pedido de habeas corpus informações que apontam para problemas de saúde e psiquiátricos. 

A equipe jurídica de Naçoitan argumenta que o prefeito ainda sofre com as sequelas da covid-19 e lembra que o gestor enfrenta problemas de coração, fígado e cérebro. Conforme mostrado pela reportagem do jornal O Popular, no documento, o advogado ainda lembra que o prefeito passou por cirurgia bariátrica há menos de um ano. 

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No último final de semana, vale destacar, Naçoitan precisou ser levado à uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Iporá após apresentar um quadro de vômito e diarréia. A defesa também diz que o gestor enfrenta problemas psíquicos e, por isso, defende a reversão da prisão preventiva. Isso, segundo os advogados, além de preservar a integridade física do prefeito, ainda seria condizente com uma abordagem humanitária e sensível às questões de saúde mental”. 

De volta, porém, à situação da vice-prefeita, um processo paralelo corre na tentativa de conduzi-la à cadeira mais alta da política de Iporá. Nesse caso, a iniciativa é do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) que recomendou essa semana que Maysa Cunha tome posse imediata do posto. Na interpretação do MPGO, Naçoitan está impedido de exercer o cargo, por isso deve ser substituído em caráter provisório. A política, vale lembrar, apesar de ter sido eleita na chapa com o prefeito, rompeu com o gestor. 

Na última segunda, a presidente da Comissão responsável pela análise do pedido de impeachment, Heb Keller Fernandes (Republicanos), notificou o prefeito, enquanto ele ainda estava internado na UPA da cidade após passar mal. Ele se recusou a assinar o documento, o que não impede que a iniciativa tramite no Legislativo municipal. 

Conforme mostrado pelo O Hoje, o gestor se entregou à polícia na última quinta-feira, 23. Por volta das 6h, ele se dirigiu, de maneira espontânea, à delegacia da cidade onde se apresentou às autoridades. Ao prestar depoimento, o político disse não se lembrar de ter invadido a casa da ex-mulher e atirado 15 vezes contra a porta do quarto onde ela estava com o atual companheiro. Tudo ocorreu no sábado, 18. Depois disso, o gestor passou cinco dias foragido. Após se entregar à polícia, Naçoitan declarou ter misturado bebida alcoólica e remédios na noite do atentado. 

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