Zé Eliton pede empenho e apoio de comissionados em evento

Candidato à reeleição criticou o candidato democrata, pediu votos para Alckmin e esforço para virar eleição no segundo turno

Postado em: 19-09-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Candidato à reeleição criticou o candidato democrata, pediu votos para Alckmin e esforço para virar eleição no segundo turno

Governador reuniu militância tucana de servidores nomeados no governo para dar injeção de ânimo ainda no primeiro turno (Wildes Barbosa)

Rafael Oliveira*

Um  evento lotado de servidores comissionados na máquina pública estadual deu o tom da cobrança de empenho necessário que a campanha de reeleição do governador Zé Eliton (PSDB) precisa neste momento da campanha – as pesquisas mostram um crescimento do tucano na intenção de voto. 

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A primeira a discursar, antes da chegada do governador, a candidata a vice-governadora, Raquel Teixeira (PSDB), comemorou o primeiro lugar no índice do IDEB – que mede as metas da educação pública nos estados -, ocupado atualmente pelo Estado de Goiás. A ex-secretária de Educação do estado pediu apoio aos servidores comissionados da Educação e lembrou que o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) criou o primeiro plano de Carreira, Cargos e  Salários da classe educacional. “O nível de engajamento da militância reflete o orgulho que temos dos nossos candidatos”, declarou Raquel ao pedir novamente uma presença mais intensa dos servidores na campanha corpo a corpo nas ruas. 

Em relação às últimas pesquisas de intenção de voto publicada por vários institutos em Goiás, Raquel pediu aos comissionados que não acreditem  nos índices divulgados, que segundo ela, são falsas e as classificou como fake  news. “Nós temos pesquisas internas que garantem o nome de Zé Eliton no segundo turno e é isso que importa. A única pesquisa verdadeira é do dia 7 de outubro”, gritou Raquel, arrancando aplausos da militância. 

Outro discurso no tom de Raquel veio do coordenador de campanha do governador, Jayme Rincón. “Não vamos nos preocupar com pesquisas. Nós vencemos todas as eleições que disputamos e vamos ganhar mais uma”, afirmou Rincón. 

Com pouco mais de meia hora de atraso, a militância recebeu um candidato animado e mais sorridente. Com outras entradas no evento mais reservadas, Zé Eliton preferiu entrar pela porta principal e abraçar os militantes que gritavam seu nome. Com aparência cansada, mas disposto, o governador disse ter caminhado do Palácio das Esmeraldas ao Clube Cruzeiro do Sul, local da reunião de ontem  a noite. “Ao conversar com as pessoas, sinto que a virada eleitoral já começou”, revelou  o governador em tom aguerrido. 

No palco, com  o microfone em mãos, o tucano fugiu do discurso trivial de animador de plateia e criticou o sistema judiciário brasileiro para defender a atuação das polícias goianas e criticou o candidato democrata, Ronaldo Caiado. Para Zé, o senador usa “salto alto” na campanha, mas disse que “a mula é brava e o cabra cai”. Sobre o empréstimo de R$ 510 milhões a Caixa Econômica para financiar obras, Zé afirmou que o vice-presidente do banco foi indicado pelo Democratas e travou o empréstimo. (*Especial para o Hoje) 

Governador firma lealdade com base aliada e compromisso de governo 

O governador Zé Eliton (PSDB), candidato à reeleição, reafirmou ontem sua lealdade e parceria com a base aliada estadual, como político, e seu compromisso, como gestor público e governante, com os goianos, ao passo em que condenou a “incoerência política” do senador Ronaldo Caiado (DEM), seu adversário na disputa estadual. “Eu não mudei de posição. Estou na mesma base em que estou há muito tempo”, disse, assinalando que “quem tem mania de trocar, e de ser incoerente, é justamente o senador Ronaldo Caiado”.

As ponderações foram feitas durante entrevista para a Rádio Aliança  na manhã de ontem. O governador lembrou que apoiou Lúcia Vânia em 1994, depois apoiou Marconi Perillo (PSDB) em 1998 e 2002, Demóstenes Torres  em 2006 e, em 2012, foi indicado pelo seu partido na época, o DEM, para ser vice de Marconi.

“Quem não se lembra de que  há tempos ele falava que reunião do PMDB era caso de polícia, que o Iris Rezende era o pior dos elementos da política em Goiás , que o Maguito era alguém desqualificado. Ele é quem falava isso”, citou. E prosseguiu: “Depois, ele elogiava o Marconi em 1998 de todas as maneiras possíveis, o Marconi era a melhor pessoa no mundo. E me elogiava, eu era advogado dele, falava que eu era um ótimo profissional , que era um jovem promissor  e tal”, disse.

“Agora, ele xinga o Marconi de tudo quanto é nome, me desqualifica de todas as formas”, apontou. “Abraçou, na eleição passada o Iris, que ele xingava há alguns anos atrás. Convidou o Daniel (Vilela, MDB), para ser  seu vice, depois o Daniel não aceitou – e ele revelou isso em debate – e agora o Daniel não presta mais… Ou seja, para ele tudo é oportunismo. Nem candidato a presidência da República ele tem, não consegue falar”, criticou.

Zé Eliton disse que é importante que a população saiba que a “incoerência dele é algo extraordinário”. Ressaltou que tal postura leva a um “isolamento político” do senador: “Eu tenho coerência, tenho lealdade, tenho amigos antigos, desde a minha infância. Ele só tem amigos novos. Por quê? Ele só sabe mandar, não sabe compreender, discutir, levar a um consenso os temas”, avaliou.

Sobre a possibilidade de segundo turno a ser disputado com Caiado, indicada pelas pesquisas eleitorais, e eventuais composições partidárias,  Zé Eliton disse que “é cada momento com suas definições”, e lembrou que há, primeiro, o foco na eleição do dia 7 de outubro. “Estamos trabalhando muito para que esta eleição seja definida no primeiro turno, para ter condição de vencer no primeiro turno. Se não for, faz parte do jogo democrático  a realização do segundo turno”, disse, assinalando que todos os levantamentos sinalizam neste sentido.

O governador disse que, como resultado de sua convivência estreita com sua base, seus aliados o conhecem e sabem que ele representa renovação na prática política, mantendo uma relação muito respeitosa com todos os partidos. “Reconheço que no modelo republicano que nós temos no Brasil hoje você precisa  ter um governo de coalizão. Você precisa ter uma base sólida”, disse, sobre apoio para a governabilidade.

“Nós temos uma base partidária sólida. Isso não significa que você tem que ceder a pressões partidárias. Sempre digo a todos os partidos que não tenho problema nenhum em ter uma indicação de um partido; agora, tem que ter competência e qualificação técnica para ocupar cargos expressivos da alta administração pública”, disse, assinalando que vê esta questão com muita naturalidade e tranquilidade.

Zé Eliton disse que o trabalho continuará para formar um leque de alianças  “que seja pautada em identidade ideológica, em projetos comuns” e que em um eventual segundo turno “vamos, de uma maneira muito madura conversar, com todos” os partidos. O governador disse ter bom  diálogo com muitos partidos. “Inclusive, partidos que estão hoje com candidaturas, mas respeitamos todas as candidaturas, porque a democracia exige o respeito”, disse. 

Marconi reúne 300 lideranças e pede esforço redobrado 

Com o intuito de afinar o discurso para esta reta final da campanha, valorizando as obras e realizações dos governos de Marconi Perillo e Zé Eliton, de 2011 até agora, pelo menos 300 lideranças do interior, entre prefeitos, vice-prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e dirigentes partidários, estiveram reunidos na tarde de ontem com o ex-governador e o governador, respectivamente. 

O encontro ocorreu no escritório político de Marconi, nas proximidades do Aeroporto Santa Genoveva. Esta foi a terceira reunião realizada em dois dias com as lideranças do interior. 

Marconi, que é candidato ao Senado, e o governador Zé Eliton, candidato à reeleição, pediram esforço redobrado da base para consolidar o crescimento das candidaturas majoritária da Coligação Goiás Avança Mais, que inclui também Lúcia Vânia, candidata ao Senado, mas que não pôde comparecer em função de outros compromissos. “Temos informação segura que o Zé Eliton já ultrapassou os 20%. Em muitas cidades ele já está na frente”, garantiu Marconi.

Zé Eliton disse acreditar na força da base aliada para vencer as eleições. “Estamos sentindo essa energia da base, que está sendo subestimada mas que vai mostrar a sua força na hora certa, no dia 7 de outubro”, previu Zé Eliton.

O objetivo é intensificar os contatos com os prefeitos e demais lideranças nesta reta final. Até amanhã, Zé Eliton e Marconi vão encerrar o ciclo de reuniões com os prefeitos, alcançando os 200 gestores municipais que apoiam o projeto da base aliada.

No encontro desta tarde, Zé Eliton declarou aos presentes que seu projeto é muito maior do que simplesmente ganhar a eleição. “Quero fazer um grande governo, como Marconi fez, que marcou história, que orgulha todos vocês e o povo goiano”, declarou.

Presente em todos os encontros da base com os prefeitos, Paulo Sérgio de Rezende, prefeito de Hidrolândia e presidente da Associação Goiana de Municípios – AGM -, discursou na reunião dizendo que a base tem os melhores candidatos. Lembrou da ajuda que o governo tem dado aos prefeitos através do programa Goiás na Frente. “Precisamos do Zé Eliton no governo para darmos continuidade a este programa no ano que vem”, argumentou. 

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