As possíveis escolhas de Caiado para prefeitura de Goiânia

Cientista político Marcos Marinho vê Bruno Peixoto com mais condições de reunir a base, mas observa referencial de Jânio Darrot no mundo empresarial

Postado em: 01-12-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Hoje, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem, pelo menos, dois nomes na base disputando a preferência para concorrer ao paço de Goiânia | Foto: Reprodução

Hoje, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) tem, pelo menos, dois nomes na base disputando a preferência para concorrer ao paço de Goiânia. O presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Bruno Peixoto (União Brasil), e o ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB, mas com possibilidade de se filiar ao União Brasil), são as principais apostas no tabuleiro político de agora. 

Fora das opções, o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que teve o apoio de Caiado em 2020, mas foi derrotado no segundo turno para Maguito Vilela (MDB), tem liderado as pesquisas. Nos bastidores, a conversa é que uma reaproximação não seria impossível. Contudo, difícil. 

Diante disso, a tendência de Caiado é esperar. Sem pressa, o governador deve tentar se indispor o mínimo possível com aliados de olho no projeto de 2026, quando pode concorrer ao Palácio do Planalto e vai precisar de todo o apoio possível.  

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Análise

O Jornal O Hoje consultou o professor e cientista político, Marcos Marinho, para analisar as possibilidades do governador. Para ele, atualmente Bruno tem mais condição de unificar a base. “Ele tem boa relação com deputados, vereadores e está consolidado entre lideranças. O trabalho dele na Alego dá condições e poder de aglutinar.”

Marinho lembra, ainda, que Peixoto tem histórico com os dois principais partidos da base: o MDB e o União Brasil. Ele foi filiado ao primeiro por anos antes de migrar para o segundo. “Além disso, ele recebeu apoio de deputados de vários partidos.”

Em relação ao ex-prefeito de Trindade, o cientista político cita que Jânio Darrot foi ligado ao ex-governador Marconi Perillo (PSDB), hoje oposição a Caiado – de fato, o empresário esteve durante os mandatos do Executivo filiado ao PSDB. “Ele é recém-chegado no MDB. Não sei até que ponto conseguiria confluir toda a base”, observa.

Além disso, Marcos argumenta que Jânio não foi testado em Goiânia. Apesar de ter referencial no mundo empresarial – algo que seria objeto de desejo da base caiadista –, o professor não sabe se ele possui capital político suficiente para capitanear uma campanha da base do governador Ronaldo Caiado.

E Vanderlan?

Em relação a Vanderlan, situação menos provável, o analista o vê com dificuldades de formar grupo. Para ele, é uma incógnita se o senador conseguiria aglutinar a base ao redor dele. Sobre o bom desempenho nas pesquisas – liderando praticamente todas –, Marinho não vê como algo definitivo, neste momento. 

“É um nome muito citado nas pesquisas, pois tem um bom recall [capacidade do eleitor de relembrar o nome dele como candidato em eleições passadas]. Já disputou em Goiânia [em 2016 e 2020] e é senador. Então, fica claro na lembrança. Mas se ele vai ter o mesmo peso e votos de 2020 é difícil arriscar”, avalia. “Então, é difícil para Caiado resgatar Vanderlan e a base abraçar.”

Projeto nacional

O cientista político faz questão de citar que o projeto de Caiado é nacional, uma vez que o governador tem planos de disputar a presidência. Como possui mais de uma dezena de partidos na base, ele não pretende tomar uma atitude precipitada que possa levar a um racha. “Não vai prejudicar o projeto individual dele.”

Nesse sentido, Marinho pontua que este cuidado na escolha do nome ocorre pelos vários interesses presentes. “Caiado quer manter o maior número possível de apoiadores para 2026. Ele não vai impor um candidato, pois não quer gerar desgaste”, explica.

Por isso, ele acredita que o gestor estadual vai deixar que o tempo viabilize o nome. “Entendo que hoje o Bruno é muito útil para o Caiado na Alego. Mas ele não perderia o controle da Casa, se o deputado virasse prefeito. Ele ainda manteria a maioria dos deputados”, pondera. “Hoje ele tem mais condições de reunir todos em uma candidatura. Nome mais coerente e que gera menos conflitos”.

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