A composição atual do STF, com 10 homens e apenas uma mulher, evidencia a necessidade de maior diversidade
O Judiciário brasileiro carece de representatividade de gênero e raça, com uma magistratura majoritariamente masculina, branca, heterossexual, casada e católica.
Por: Luana Avelar
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, escolheu o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, do PSB, para ocupar o lugar de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal. No entanto, essa escolha levanta questões sobre a falta de representatividade de gênero e raça na Corte.
Embora Flávio Dino tenha um currículo sólido, a composição atual do Supremo conta com 10 homens e apenas uma mulher – Cármen Lúcia. Além disso, não há negros na Corte, excluindo Dino que se autodeclara pardo.
Essas decisões ignoram a importância da diversidade e reforçam o machismo e o racismo estrutural presentes na sociedade. A falta de representatividade de gênero e raça no Judiciário brasileiro é evidente, com a magistratura sendo majoritariamente masculina, branca, heterossexual, casada e católica.
A questão racial é ainda mais alarmante, com números preocupantes em São Paulo, onde menos de 2% dos desembargadores e apenas 5% dos juízes são negros. Essa falta de diversidade é resultado de uma sociedade construída sobre bases patriarcais e marcada pela ausência de uma reparação social necessária após a abolição da escravatura.