Foco do PRD em 2024 será ampliar o número de vereadores e prefeitos

O Partido da Renovação Democrática (PRD), oriundo da fusão entre Patriota e PTB, trabalha a todo vapor para se consolidar e ter “maioria absoluta” em Goiás. Isso é o que assegura a deputada federal Magda Mofatto que assumiu automaticamente a presidência do partido no Estado neste semestre. 

Por ora, o plano da sigla em Goiás é conversar com o máximo de lideranças e esboçar os possíveis nomes para as candidaturas das eleições municipais de 2024. Ao jornal O Hoje, Mofatto disse que tem percorrido o interior que diretórios provisórios estão em processo de estruturação para o trabalho político de olho no ano que vem. 

“Um dos nossos objetivos é aumentar o número de prefeitos e vereadores. Alguns colegas do PL vão nos acompanhar agora [no novo partido], mas outros vão permanecer lá”, conta a deputada, incluindo que para a transição é necessário esperar o momento da janela partidária, período no qual políticos em cargos eletivos podem fazer a troca de sigla.

“Os encontros regionais nos municípios serão feitos para fortalecer o partido”, afirma Mofatto. A presidente do PRD também diz, sem adiantar quais, que a legenda já possui várias cidades em mente onde pretende lançar candidatura própria em 2024. Mofatto, todavia, reafirma que, em Goiânia, a legenda estará com Rogério Cruz (Republicanos). Em entrevista ao O Hoje no mês passado, ela lembrou que Jorcelino Braga, ex-presidente do Patriota, tem atuado junto a Cruz para viabilizar o projeto de reeleição do prefeito no ano que vem. 

Mofatto tem 75 anos, já foi prefeita de Caldas Novas, está no quarto mandato consecutivo na Câmara dos Deputados e já foi considerada a deputada federal mais rica da Casa, com patrimônio de R$ 21 milhões, de acordo com reportagem de 2018 da revista “Época”. Ela também foi uma das principais entusiastas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante todo o mandato e também no pleito à reeleição no ano passado.

A fusão do Patriota e o PTB teve início em outubro de 2022 e só foi concluída no mês passado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando a Corte aprovou unanimemente o relatório da ministra Cármen Lúcia. “A Procuradoria-Geral Eleitoral também opinou pelo deferimento do pedido de fusão, destacando que as impugnações solicitadas versam sobre questões que não afetam matérias das competências da Justiça Eleitoral. Com base no artigo 29 da Lei 9.096 [Lei dos Partidos Políticos], voto pelo deferimento da fusão e da alteração nominal solicitada para que o partido passe a se chamar Partido Renovação Democrática (PRD)”, afirmou a ministra durante o voto.

Desde a data de criação, o PRD passou a ter direito efetivo de obter verbas do Fundo Partidário pela superação da cláusula de barreira. De acordo com os dados do TSE, as estimativas iniciais eram de R$ 22,8 milhões. Além disso, o dígito na urna do PRD será 25 — numeração, inclusive, que pertenceu ao antigo Democratas (DEM), que se uniu com o Partido Social Liberal (PSL) em fevereiro de 2022. Da fusão, surgiu o que hoje é União Brasil.

O União é o atual partido do governador Ronaldo Caiado e tem nas urnas os dígitos 44. Patriota e PTB usavam, respectivamente, 54 e o 14. À época, Jorcelino Braga afirmou que a escolha não teve nenhuma razão específica. “O número foi escolhido por sugestão da maioria dos convencionais do partido. Nada específico”, declarou.

Apesar de só agora ter saído a fusão, mesmo antes os dois partidos já atuavam em conjunto no estado. “Os dois partidos fizeram as convenções, uma em conjunto, saiu a ata com a executiva nacional, que foi ao TSE e já foi gerado CNPJ”, afirmou o então presidente do PTB, Marco Antônio Lopes Flor, em agosto deste ano.