Tendência é MDB apoiar Lula em 2026, mas Daniel Vilela deve destoar

Vice-governador seguirá caminho de Caiado, que pode disputar a presidência ou apoiar um nome da direita contra Lula ou o sucessor do petista

Postado em: 13-12-2023 às 08h30
Por: Francisco Costa
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Daniel Vilela, hoje vice-governador, espera assumir a cadeira do Executivo estadual no primeiro semestre de 2026 | Foto: Reprodução

O deputado federal Isnaldo Bulhões (MDB-AL), que é pré-candidato à presidência da Câmara Federal, defende à reeleição do presidente Lula (PT) e diz que o MDB estar na base do petista é “caminho natural”. Caso a previsão do emedebista se concretize, em Goiás deve haver discordância, visto que o vice-governador e presidente estadual da sigla, Daniel Vilela (MDB), deve apoiar o caminho que o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) escolher – algo certamente distante do PT.

Sobre Isnaldo, ele afirmou ao Jornal O Globo que “o caminho natural do MDB é apoiar o Lula em 2026. Esse debate já existiu nas últimas eleições. Estamos no governo, e a minha defesa é por uma coligação com o PT”.

Em Goiás, como mencionado, existe uma dificuldade e o MDB pode destoar. Daniel Vilela, hoje vice-governador, espera assumir a cadeira do Executivo estadual no primeiro semestre de 2026. A expectativa é que o governador Ronaldo Caiado renuncie para disputar, de preferência, a presidência da República. 

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Nesse sentido, Vilela fica, praticamente, obrigado a apoiar o governador. E mesmo que Caiado não entre na disputa presidencial, o gestor deve pedir votos para algum nome da direita, como, por exemplo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Caiado possui um longo histórico de oposição ao PT.  Inclusive, em 2022 optou por apoiar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. A probabilidade de estar com o presidente Lula (PT) em qualquer cenário eleitoral é quase nula. E Daniel, que precisa do aval do chefe do Executivo goiano, seguirá as ordens do comandante.

Caiado endossa Daniel

No dia 5 de dezembro, em confraternização de Caiado com integrantes da imprensa goiana, o gestor deixou clara a aposta no nome de Daniel Vilela como sucessor de seu governo em 2026. Na ocasião, ele citou a responsabilidade e herança política do vice, filho do ex-governador Maguito Vilela (MDB).

“Sempre admirei esse jovem. Ele teve a capacidade de votar um dos temas mais delicados do Congresso Nacional, que foi a reforma trabalhista. Medida que tanto produziu empregos no Brasil. Debati com ele, depois tive a humildade de chamá-lo para ser meu vice e tenho certeza que ele saberá continuar esse projeto, pela formação que tem, pela responsabilidade política e pela herança que recebeu da formação de seu pai.” 

Trabalho pelo Planalto

No fim de outubro, o governador deu uma longa entrevista ao Metrópoles. Como esperado, o gestor falou sobre o futuro político. Apesar de “cuidadoso”, ele demonstrou o interesse real de disputar a presidência da República em 2026. “Já passei pela Câmara, pelo Senado e agora concluo meu segundo mandato de governador e não posso mais [disputar a reeleição]. Eu sou de um partido, que é um grande partido, o União Brasil. Todos os partidos vão colocar nomes para disputar a eleição e, sem dúvida, meu nome será colocado”, declarou.

Ele disse, ainda, que, entrando na corrida eleitoral, espera contar com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje inelegível. “Se eu tiver sucesso em uma candidatura, se eu for indicado, é lógico que vou buscar o apoio dele [de Bolsonaro].”

De acordo com ele, para viabilizar a candidatura é preciso ter capacidade de aglutinar outros partidos e do nome atingir o sentimento da população. Ele pontuou, ainda, que enxerga ter chegado a essa posição com a faixa de idade atual. “Tenho condição de mostrar o que o Ronaldo Caiado fez na política nacional”, referiu a ele na terceira pessoa e reforçou que sempre se dedicou a mostrar a trajetória e os valores.

“Não tenho nada que depõe contra minha trajetória. Se eu tiver essa oportunidade e o partido me convocar, eu não me furtaria ao debate. É uma posição que, modéstia à parte, todos esperamos chegar, e eu não suprimi nenhuma etapa. Se tiver essa oportunidade, seria um sonho concretizado. Conheço todos os estados e é um País mais lindo. Conheço o Brasil não da teoria, mas das peculiaridades”, argumentou.

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