Filiado ao PSD de Vanderlan, Cambão deve caminhar com Peixoto caso político se viabilize

O líder do governo Ronaldo Caiado na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado Wilde Cambão (PSD), esteve, na manhã da última quarta-feira, 13, na redação do jornal O Hoje para um bate-papo com jornalistas. Durante o encontro, o parlamentar falou sobre o trabalho desempenhado na Alego, as principais pautas do governo, as expectativas para o encerramento do ano Legislativo e, claro, sobre as movimentações quanto às eleições de 2024. 

No que diz respeito à disputa que se aproxima, Cambão disse deixou claro que apesar da boa relação que nutre com quase todos os nomes tidos como ‘certos’ na briga pela prefeitura, dificilmente estará fora do palanque de Bruno Peixoto (UB), caso o político consiga se viabilizar. 

“Minha relação com o Bruno é uma relação de irmão. Conseguimos criar uma relação de amizade muito boa. Foi algo que se fortaleceu ainda mais na votação do agro [projeto de lei que criou taxação ao setor do agronegócio], onde ajudei muito o Bruno na aprovação daquela matéria. Em vários momentos estivemos lado a lado e, com isso, criamos uma relação de amizade muito forte”, argumentou o líder. 

Na sequência, Cambão considerou que quando se tem um irmão na política, a situação fica complicada. “O Bruno provou que tem capacidade técnica e política para vencer qualquer obstáculo, mas ele precisará do convencimento do governador para ser o candidato da base. Ele tem todas as condições para ser bom prefeito. (…) o governador não quer que o Bruno seja candidato porque hoje ele tem tranquilidade em relação à Assembleia. E é algo legítimo, pois o governador precisa mais da Alego do que da prefeitura”, disse. 

Para o parlamentar, Peixoto não vai se dar por vencido e tende a tentar, de todas as formas republicanas possíveis, alcançar a benção de Caiado rumo à prefeitura. “Pesquisas mostram que ele vem crescendo muito. E política é isso, é momento, espaço. Quero desejar a ele muita sorte nesse processo. Entendo a posição do governador que quer que ele fique na Alego, mas ao mesmo tempo não tenho dúvidas que ele reúne todas as condições necessárias para ser o candidato, e mais do que isso: para fazer um bom governo caso termine vitorioso”. 

Questionado sobre a situação com Vanderlan, que preside seu partido e tende a brigar entre os principais nomes para o Executivo, disse que tem sua admiração pelo senador, mas que sabe “separar as coisas”. “Temos que ter paciência e esperar. Não podemos atropelar o processo. Precisamos respeitar o interesse de cada um e no momento certo a gente vai se posicionar de forma coerente. Mas todo mundo sabe que sou aliado do Caiado, mesmo estando no PSD, a minha raiz está na minha ligação com o  governador. Por isso, inclusive, ele me confiou a liderança do governo”, pontuou. 

Cambão aproveitou para chamar atenção também para o fator ‘segundo turno’, situação corriqueira nas eleições municipais em Goiânia. “Teremos uma eleição muito forte no primeiro turno. Quem estiver em lados opostos no primeiro pode estar junto no segundo. Por isso não se deve brigar com ninguém, não se deve causar nenhuma situação complicada, o segundo turno talvez seja até mais importante do que o primeiro. Será uma nova eleição. Tenho uma boa relação com todo mundo, mas tenho minhas preferências, na hora certa vou saber me posicionar, mas é difícil para mim estar em qualquer situação que não seja ao lado do Bruno”, finalizou.