Entrega de obras será passe de Cruz para as eleições de 2024

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), esteve, na manhã da última terça-feira (19), na redação do jornal O Hoje, onde participou de um bate-papo com jornalistas do grupo. A entrevista com o gestor foi dividida por eixos temáticos que serão abordados nesta e nas próximas edições do veículo. Dentre os assuntos estão os projetos tocados pelo Executivo, as composições político/partidárias, a relação do gestor com a Câmara Municipal de Goiânia, as obras entregues ou em andamento e, claro, as eleições de 2024.

Quanto ao último dos tópicos, ao ser questionado sobre sua participação no pleito, Cruz disse trabalhar, nesse momento, “100% focado na entrega”. “Não posso tirar o meu foco até o final do ano que vem. A política para uns já começou. No meu caso, estou fazendo política desde que entrei na gestão, é algo automático. Você faz política quando você entra. Por isso digo que hoje o meu foco é terminar o mandato entregando tudo aquilo que nós programamos dentro do Plano de Governo. Feitas as entregas, é automático você participar de um pleito eleitoral para continuar na gestão. Mas isso aí é algo que iremos discutir lá na frente”. 

Na interpretação do prefeito, ainda há muito tempo para decidir sobre a reeleição. Ele completou arriscando que novos nomes tendem a aparecer no cenário e que, enquanto isso acontece, ele manterá o foco na gestão municipal. “Nenhum gestor, tendo a máquina na mão, gosta de tomar uma decisão que não seja pé no chão”, disse. 

Cruz também afirmou que continuará trabalhando para garantir o apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), figura que, para ele, tende a ser crucial para a disputa do ano que vem. “Todo mundo quer ter a mão do governador abençoando. Eu também quero. Lá atrás, apoiei o governador [em seu projeto de reeleição], fui contra o meu próprio partido. Com o nosso apoio, o governador venceu em primeiro turno”, rememorou. 

E continuou: “Ele me disse que se eu me viabilizasse, o que entendo perfeitamente, caminharemos juntos. Então vamos fazer uma análise, vamos fazer estudos. Posso estar com a máquina na mão, mas se não tiver viabilidade para isso, vou fazer campanha para que? Para me desgastar? Se não tiver viabilidade vou ‘tirar o pé’. Mas se tiver, vamos em frente. O governador tem, hoje, mais de 80% de aprovação. Ele vai colocar a mão em qualquer um? Não vai. Ele está corretíssimo”. 

Caso Daniel 

No passado, todos sabem, o prefeito protagonizou um desentendimento com Daniel Vilela, líder dos emedebistas que, em resposta ao gestor, arquitetou o desembarque de todos os integrantes do partido da gestão Cruz. O tempo passou e Daniel se tornou, a partir da eleição seguinte, vice-governador de Goiás. Apesar do estreito relacionamento entre o governador e seu vice, Rogério diz não temer que Daniel trabalhe para impedir Caiado de apoiá-lo no ano que vem. 

“Ele já falou em várias entrevistas que o MDB vai estar onde o governador estiver. Quanto a isso, fico bem tranquilo. Não tenho nada contra o Daniel. É uma pessoa que tive o prazer de conhecer bem antes de estar na política. Como vice-governador, tem uma postura diferente, além de um papel muito importante para Goiás. Como ele sempre diz que o MDB vai caminhar junto com o governador, isso me deixa muito tranquilo”. 

Questionado se toparia migrar de partido em troca da bênção do governo, disparou: “Já recebi convites para outras siglas como o PP, Solidariedade e até do UB. Mas acho que tudo tem o seu tempo. Em conversa com o presidente nacional já nos foi informado que o partido vai me dar legenda, vai participar comigo, isso me deixa bem seguro dentro daquilo que estamos fazendo para a nossa campanha, caso ela aconteça, em 2024”.