Alego já tem ‘cotados’ para sucessão de Bruno caso deputado alcance prefeitura

Se tacada de Peixoto rumo ao Paço der certo, deputados tendem a brigar com unhas e dentes pela presidência do Legislativo goiano

Postado em: 22-12-2023 às 10h30
Por: Gabriel Neves Matos
Imagem Ilustrando a Notícia: Alego já tem ‘cotados’ para sucessão de Bruno caso deputado alcance prefeitura
As estratégias para Goiânia têm sido avaliadas, no entanto, com a maior cautela possível | Foto: Agência Assembleia de Notícias

Figuras ligadas à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) já comentam, nos bastidores, sobre uma possível sucessão antecipada de Bruno Peixoto (UB) caso o presidente da Casa consiga viabilizar seu nome à prefeitura de Goiânia. Bruno, todos sabem, já circula em suas bases como ‘candidatíssimo’ ao Paço. Não é de hoje que o presidente tem trabalhado para mostrar ao time governista que representa o melhor dos nomes para o projeto político de Ronaldo Caiado em Goiânia. 

Antes de falar, porém, sobre as conversas acerca de uma possível sucessão de Bruno, é preciso lembrar que a capital figura como a menina dos olhos de Caiado. As estratégias para Goiânia têm sido avaliadas, no entanto, com a maior cautela possível. Entre os interlocutores, a informação é de que a capital do estado pode ser o principal trunfo de Caiado. A começar pelo fato de que, caso o candidato do governador termine vitorioso, Caiado quebrará um hiato de décadas. 

Isso porque nenhum governador conseguiu eleger um único candidato à prefeitura nos últimos anos. Isso quer dizer que se o governador ungir quem quer que seja e esse nome terminar vitorioso, Caiado mostrará não apenas ao Estado mas ao País que vive um protagonismo político jamais alcançado por outro governante. Esse é o motivo que leva os entusiastas de Peixoto a sonhar com o apoio do governo. Caiado, certamente, não entrará na briga para perder. 

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O empenho se justifica pelo desejo de chegar à presidência do Brasil. Para isso, ele, e todos os seus aliados, sabem que desde já precisa demonstrar protagonismo político não apenas a seu Estado, mas também aos demais entes da Federação. Sabendo disso, Caiado não vai medir esforços para alcançar prefeituras-chave nos quatro cantos do território goiano.

De volta, agora, ao contexto da Assembleia. A informação que circula entre os políticos da Casa de Leis é que caso Bruno consiga se viabilizar como candidato terá, entre os grandes, com chances reais de terminar vitorioso. Nesse contexto, estaria aberto o caminho rumo ao comando da Alego. Esse, inclusive, é um fator de resistência ao nome de Bruno em meio a base governista. Com Bruno no comando da Alego, Caiado tem a tranquilidade necessária para a governabilidade. Sem ele, certamente o cenário tende a continuar confortável, porém, nem tanto. 

Alguns nomes já são especulados para a presidência. Um deles é o do atual líder do governo, deputado Wilde Cambão (PSD). Wilde é visto como um agente político pacificador. Seu comportamento conciliador leva alguns dos parlamentares a acreditarem que ele tem o ‘perfil de presidente’. 

A postura de Cambão confere a ele o talento de circular, inclusive, em meio aos deputados de oposição quando necessário. Além disso, seria um ato histórico tê-lo como presidente. A começar pelo fato de que, pela primeira vez, a Alego tem uma ampla bancada do Entorno do Distrito Federal. Wilde, uma vez presidente, ampliaria significativamente o peso desse grupo. 

A dificuldade de Cambão, no entanto, passa justamente pela posição que tem: a de líder. Se alçado à presidência, Caiado teria, de novo, que suar a camisa em busca de um nome que garanta o alinhamento estreito e fidedigno que o cargo requer. 

Em paralelo, fala-se, também, no nome de Virmondes Cruvinel (UB). O político reúne características semelhantes às de Cambão. O perfil pacificador talvez seja a mais parecida delas. O comentário é que há, desde as eleições que levaram Bruno à presidência, uma espécie de ‘compromisso’ com Cruvinel. Vale lembrar, ele figurou entre os principais cotados à sucessão de Lissauer Vieira quando o político deixou o parlamento. Porém, abriu mão das articulações para abraçar a candidatura de Peixoto. 

Outro que, segundo interlocutores, anseia chegar à cadeira é o ex-vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota (UB). O político também ensaiou estar no páreo na disputa que consagrou Bruno presidente. Ele, assim como o atual presidente e Cruvinel — e diferentemente de Cambão — também pertence ao União Brasil, partido do governador. O que ainda não se sabe é se o peso de ter sido vice de Caiado nos primeiros quatro anos farão, nesse cenário, a diferença necessária.

Uma das fontes consultadas pela reportagem garantiu que um nome mais escanteado, porém não menos importante nesse processo, é o do vice-líder do governo na Casa, Talles Barreto (UB). O parlamentar, que trabalhou com afinco para suceder Bruno na liderança, ‘morreu na praia’ e amargou a vice-liderança de Caiado na Alego. Agora, no entanto, a conversa é que o parlamentar estaria em condições de brigar “por mais” na Casa. 

A principal aposta quanto ao deputado, entretanto, está diretamente ligada a Cambão. Até cogita-se o nome de Talles para a presidência, mas não mais do que para a liderança. Quem defende o ponto de vista, chama atenção, por exemplo, para o “caminho natural” percorrido por Peixoto. Nesse contexto, segundo a mesma fonte, “se Cambão subir para a presidência, Talles sobe para a liderança”, cogitou.

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