Nonagenário de Iris é lembrado com destaque por lideranças

Aniversário e histórias são gatilhos para a história política do ex-prefeito e ex-governador

Postado em: 23-12-2023 às 11h30
Por: Yago Sales
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O dia 22, data famosa pelos goianienses pela festança que o ex-prefeito Iris Rezende Machado promovia para o povo no dia do seu aniversário em algumas das suas propriedades | Foto: Reprodução

Em meio às tratativas – essa palavra tão burocrática quanto prática – das festas natalinas, festas de virada de ano, ou, para ser mais chique, reveillon, e, claro, em qualquer mesa de políticos – com mandatos ou não – conversas sobre o pleito do ano que vem houve quem lembrasse do 90° 22 de dezembro de Iris Rezende Machado.

O dia 22, data famosa pelos goianienses pela festança que o ex-prefeito Iris Rezende Machado promovia para o povo no dia do seu aniversário em algumas das suas propriedades. A data era célebre. Afamada. E não passou despercebida, evidentemente. Iris morreu em novembro de 2021, quando havia pouco deixara o cargo de prefeito aos 87 anos. 

Antes, contudo, para o leitor mais desavisado e talvez, desatento, é bom lembrar que Iris Rezende Machado foi – e continua sendo – uma das figuras políticas mais consagradas da história e da crônica política brasileira. Advindo das décadas de 1950. 

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A jornalista Cileide Alves, que escreveu a biografia “Iris Rezende — De Líder Estudantil a Governador (1958–1983)” escreveu em uma dissertação algo interessante, que demonstra a força do homem, o mais emedebista goiano.

Cileide relatou: “Iris Rezende Machado se considera político por vocação. Ele conta que percebeu essa aptidão para a política aos 22 anos de idade. A militância estudantil entrou em sua vida antes disso, em 1950, seu primeiro ano escolar em Goiânia. No primeiro dia de aula na Escola Técnica de Goiânia, um rapaz entrou em sua sala para  convidar os novatos a escolher um representante da classe para o grêmio da escola.Informou que voltaria no dia seguinte para a escolha”. 

A jornalista conta que Iris cursava o ginásio e, “no dia seguinte, ainda sem saber bem o que fazia um representante de classe e muito menos um grêmio, candidatou-se. E ganhou.” A partir dali, Iris se transformou em um ícone da política, tendo sido prefeito, governador, senador e até ministro por duas vezes. 

O deputado Clécio Alves (Republicanos) subiu à tribuna da Alego e disse: “Hoje é um dia marcante, muito especial. É o dia do aniversário do homem que dá nome a este Plenário. O homem que foi uma figura que sempre dignificou, honrou, valorizou e respeitou os votos que, nos seus mais de 60 anos de vida pública, recebeu da população”. Clécio lembrou que Iris Rezende “sempre foi um dos mais bem votados”, tendo ficado em primeiro em eleições para vereador e deputado estadual.

“Quando covardemente foi cassado pela ditadura militar, que o tirou da prefeitura de Goiânia, voltou nos braços do povo, abriu o caminho para a retomada da democracia e foi eleito governador”, rememorou Clécio Alves. “Iris Rezende foi, é e continuará sendo meu espelho político. O pouquinho que eu sei eu aprendi com ele. Foi um privilégio conviver com ele”, complementou.

Um grande amigo de Iris antes de ele morrer, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) lembrou-se do político por meio das redes sociais. “Eu sempre tive uma admiração enorme pela sua sabedoria. As suas experiências e toda a sua competência sempre me motivaram. Iris foi um verdadeiro tocador de obras, o homem dos mutirões”.

E continuou: “Ao lado dele, tive a honra de ser senador e governador”, disse e completou: “E me lembro sempre das suas palavras com saudade: ‘Caiado, o político só pode saber o que está acontecendo se ele estiver ouvindo a população'”.

Parceiro do partido por muito tempo, o vice-governador Daniel Vilela, que é presidente do MDB, lembrou: “Iris Rezende sempre passou o 22 de dezembro do jeito que mais gostava: rodeado de gente. Em sua festa de aniversário, recebia com a mesma satisfação os ministros da república e os moradores da sua querida Vila Mutirão”.

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