Governo vai monitorar possíveis atos anti-democráticos no dia 8 de janeiro de 2024

Segundo Cappelli, hoje não há um secretário de Segurança Pública "ligado diretamente com o golpismo"

Postado em: 26-12-2023 às 16h37
Por: Larissa Oliveira
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Secretário-executivo do ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli - Foto:Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Governo Federal está organizando uma operação de segurança com monitoramento diário para investigar a possibilidade de manifestantes anti-democráticos aparecerem no evento do dia 8 de janeiro de 2024. Quem forneceu a informação foi o secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli. Nesta terça-feira (26), o político afirmou que não há nenhuma informação concreta sobre “atos agressivos”. Porém, a operação do governo tem o objetivo de evitá-los.

O evento do governo vai ocorrer em Brasília e vai marcar o período de um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023. Na data, extremistas, em sua maioria apoiadores de Jair Bolsnaro (PL), depredaram o Palácio do Planalto, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional. Até o momento, o STF já condenou 25 pessoa por participação nos atos, com penas que variam até 17 anos.

De acordo com Cappelli, o objetivo da cerimônia do dia 8 de janeiro do próximo ano é celebrar a democracia no governo. “Para festejar o fortalecimento da democracia brasileira após aqueles atos inaceitáveis”, afirmou o secretário-executivo. Por conta disso, a data terá um sistema de “monitoramento compartilhado” e contará com a presença dos presidentes dos Três Poderes e de governadores.

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Evento do governo

Ainda segundo Cappelli, a Polícia Federal (PF), Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) vão realizar o monitoramento diário e compartilhado no evento do governo. “A mudança é que hoje nós temos um secretário (de Segurança Pública do Distrito Federal) que é delegado respeitado e que trabalha em absoluta cooperação. Não temos mais um secretário de Segurança Pública do DF ligado diretamente com o golpismo”, declarou.

Em sua fala, o secretário do Ministério da Justiça lembrou das acusações contra Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro que passou cerca de quatro meses atrás das grades por suspeita de conivência com os ataques. Além disso, Cappelli também minimizou a ausência do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, na solenidade prevista para o próximo 8 de janeiro. O chefe do Executivo distrital estará em Miami, nos Estados Unidos, e por isso não comparecerá ao evento do governo.

“Vejo com naturalidade, já que é o período em que os servidores estão de férias”, pontuou Cappelli. Como o nome de Flávio Dino recebeu aprovação do Senado, ele sairá do Ministério da Justiça e deve tomar posse no STF no dia 22 de fevereiro. Dessa forma, Cappelli está cotado para assumir a pasta. Conforme afirmou, continua trabalhando normalmente.

Além disso, disse que Lula “sabe tomar as decisões no momento que achar mais adequado”. Ainda segundo o secretário, receberam uma missão do presidente Lula. “De auxiliar a estabilização da democracia no Brasil e enfrentar a questão da segurança pública. Com a aprovação da ida de Dino para o STF, surgem especulações, mas o trabalho não para”, afirmou Ricardo Cappelli.

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