Daniel admite que MDB pode não concorrer como cabeça de chapa em Goiânia

MDB vive um vazio de lideranças políticas de peso, especialmente após a morte de ícones como os ex-governadores Iris Rezende e Maguito Vilela

Postado em: 29-12-2023 às 07h30
Por: Felipe Cardoso
Imagem Ilustrando a Notícia: Daniel admite que MDB pode não concorrer como cabeça de chapa em Goiânia
“Esses tabus políticos estão aí para serem quebrados”, resumiu Daniel Vilela | Foto: Secom Goiás

O MDB figura, hoje, como o principal partido aliado do governador Ronaldo Caiado (UB). A sigla trabalha para construir, em conjunto com o UB, chapas fortes para as eleições municipais de 2024. O principal anseio é alcançar, por óbvio, a prefeitura da capital. O MDB, no entanto, vive um vazio de lideranças políticas de peso, especialmente após a morte de ícones como os ex-governadores Iris Rezende e Maguito Vilela. Em função disso, os emedebistas encontram pelo caminho dificuldades significativas para formarem um nome que possa mergulhar na disputa como cabeça de chapa. 

Em entrevista recente à imprensa, o vice-governador de Goiás e presidente estadual do partido, Daniel Vilela, foi perguntado se, depois de anos figurando entre os protagonistas das eleições municipais da capital, o partido poderia, agora, deixar a posição de destaque que sempre ocupou, ou seja, na cabeça de chapa na briga por Goiânia. “Esses tabus políticos estão aí para serem quebrados”, resumiu.

E continuou: “O MDB já não teve candidato em algum momento e nem por isso perdeu força. É lógico, como emedebista, quero sempre ver o meu partido disputando e oferecendo nomes. Mas isso também não é algo que faz com que a gente queira impor. O mais importante é encontrar um nome que possa representar os projetos que temos para Goiânia”.

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Enquanto o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), deputado estadual Bruno Peixoto (União Brasil), mantém firme a articulação para concorrer ao Paço, alguns nomes ficam de fora. O ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot (MDB), por exemplo, colocou o nome à disposição, mas esfriou e segue incerto após declarações fora de hora – ele chegou a dizer que estava certo com ‘o nome de Caiado’ no pleito. 

Ainda pelo MDB, a filha do ex-prefeito de Goiânia e ex-governador Iris Rezende, a advogada Ana Paula Rezende anunciou que não concorreria e mantém a posição. Ela agradeceu o apoio de Caiado e do vice-governador, Daniel Vilela (MDB), mas preferiu não tentar a cadeira do Executivo municipal, neste momento – nos bastidores, ainda acreditam que ela pode ser convencida.

Quem também tentou emplacar o nome pelo partido, mas desistiu pouco tempo depois foi o suplente de deputado federal, Felipe Cecílio. O neto de Mauro Miranda e Jamel Cecílio chegou a criticar Jânio ao Jornal O Hoje e a dizer que manteria a pré-candidatura até o fim. Ele recuou pouco tempo depois. 

Papel de Daniel

Apesar da dificuldade imposta ao MDB na capital, a performance de Vilela à frente de um dos principais e mais tradicionais partidos políticos têm sido motivo de elogios. Conforme mostrado pela coluna Xadrez do jornal O Hoje, distante dos discursos inflamados e aparições superlativas na mídia, o presidente do MDB em Goiás mantém o partido entre os grandes. Aos poucos, o vice-governador reconstrói o ‘velho MDB’, um gigante que estava adormecido. É preciso lembrar que a sigla ostenta a marca de ter o maior número de prefeitos, vereadores e filiados em Goiás.

Vilela e Caiado têm formado uma dupla afinada nos discursos e projetos. O jovem político tem se revelado não apenas um aliado de primeira hora, mas, sobretudo, um player político que sabe aproveitar a oportunidade ao lado de Caiado para aprofundar seu conhecimento sobre a máquina pública. 

Paralelamente, ele também trabalha para reconduzir à legenda lideranças históricas, como o prefeito de Catalão, Adib Elias, o ex-prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, o prefeito de Rio Verde, Paulo do Vale, Renato de Castro, entre outros. Até os adversários reconhecem que o MDB é uma máquina eleitoral presente nos 246 municípios goianos. Resta aguardar pela performance que terá, apesar do vazio de hoje, na disputa pela ‘principal’ prefeitura de Goiás. 

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