Jayme Rincón tem prisão preventiva decretada

Juiz Rafael Ângelo Slomp converteu regime de custódia do acusado, que segue preso sem data para soltura

Postado em: 02-10-2018 às 21h50
Por: Lucas de Godoi
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Juiz Rafael Ângelo Slomp converteu regime de custódia do acusado, que segue preso sem data para soltura

Lucas de Godoi*

Foi decretada pelo juiz Rafael Ângelo Slomp, da 11ª Vara da Justiça Federal de Goiás a prisão preventiva do presidente licenciado da Agência Goiana de Obras e Transportes (Agetop), Jayme Rincón. Havia a expectativa de que o ex-coordenador da campanha à reeleição de Zé Eliton fosse solto hoje , preso desde a última sexta-feira (28) em caráter preventivo. 

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Além de Rincón, o magistrado decidiu também converter a prisão de seu motorista, o policial militar Márcio Garcia de Moura em preventiva. Na casa de Márcio foram encontrados R$ 940 mil em espécie. 

Na mesma decisão, o juiz prorrogou por mais cinco dias as prisões temporárias do empresário Carlos Alberto Pacheco e do filho de Jayme, Rodrigo Godoi Rincon. O quinto acusado, Pablo Rodrigo de Oliveira foi solto no início da noite desta terça-feira. 

Os suspeitos foram detidos na última sexta-feira (28) pela Operação Cash Delivery que investiga as delações premiadas de executivos da Odebrecht. Segundo a denúncia, Jayme Rincón teria recebido entre 2010 e 2014 cerca de R$ 12 milhões da construtora em benefício do ex-governador Marconi Perillo. 

Perillo não teve a prisão pedida por causa da legislação eleitoral, que veda a prisão de candidatos 15 dias antes e 2 dias depois do pleito. Na decisão, o juiz Rafael Ângelo Slomp citou que as informações trazidas ao seu conhecimento são de que Marconi Perillo é “apontado como líder da organização e destinatário dos valores das propinas”. O magistrado ainda considera que Marconi tenha influência no Estado de Goiás, de forma que “apontado como fato concreto a nomeação de seu cunhado, Sérgio Cardoso, ao cargo de Conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás”. 

Risco

No despacho, Slomp aponta a preocupação de que Jayme destrua provas, caso seja solto, e cita a possibilidade de Rincón ter destruído anteriormente provas que poderiam incriminá-lo. “Não continha mais e-mails anteriores a 21/08/2016, sendo possível que todo o conteúdo anterior a esta data tenha sido apagado em virtude do andamento das investigações da operação Lava Jato, que em 22/03/2018, na 26ª fase, realizou busca no apartamento do filho de Jayme Rincon em São Paulo, local utilizado para a entrega da propina”, cita na decisão sobre investigação anterior.  

Atualizado às 22h21.

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