Sem mágoas, Daniel converte de vez Mendanha à base governista

Aliança foi confirmada em 23 de maio, no Palácio das Esmeraldas, após reunião da dupla com o governador

Postado em: 01-01-2024 às 09h18
Por: Francisco Costa
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Aliança foi confirmada em 23 de maio, no Palácio das Esmeraldas, após reunião da dupla com o governador | Foto: Reprodução

O ano de 2023 foi marcado por algumas situações políticas relevantes, entre elas, a aproximação de adversários. Especialmente, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) e o ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (PRD, rumo ao MDB).

Durante a campanha eleitoral de 2022, o governador reeleito Ronaldo Caiado teve como principal adversário Gustavo Mendanha. O aparecidense, inclusive, teceu críticas à gestão durante o pleito, mas o gestor estadual não guardou mágoa, o que possibilitou ao vice-governador, Daniel Vilela (MDB), cooptar o ex-prefeito de Aparecida para a base caiadista. 

O próprio Daniel estava afastado de Mendanha. O ex-prefeito defendia que o MDB tivesse candidatura própria ao governo em 2022 – como teve com o próprio Vilela, em 2018 –, mas o atual vice-governador já buscava uma aproximação com Caiado, mediada pelo ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás, Iris Rezende, emedebista histórico.

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Daniel, presidente do MDB, venceu a peleja e se uniu ao governador. Mendanha, que sempre teve relação fraternal com Vilela – uma vez que foi apadrinhado pelo ex-prefeito de Aparecia, Maguito Vilela, a quem sucedeu –, saiu da sigla e concretizou o desejo de concorrer ao Palácio das Esmeraldas. 

O afastamento de Daniel e Mendanha ocorreu em setembro de 2021, com a saída do ex-prefeito de Aparecida do MDB. Foi um “até breve”. Ainda no fim de 2022, após as eleições, Vilela começou a buscar o “irmão político”. Devagar.

Em 2023, as conversas se intensificaram. O resultado foi anunciado em 23 de maio do ano passado, no Palácio das Esmeraldas. Por volta das 7h, Caiado e Mendanha já conversavam, reservadamente. Daniel chegou atrasado, depois das 7h30. O trio conversou até às 9h, mais ou menos. 

Após o encontro

Na saída, o governador falou primeiro com a imprensa. Confirmou o retorno de Gustavo Mendanha à “casa dele”, o MDB onde iniciou a carreira – simbolicamente, pois a filiação ainda não aconteceu. “Para mim, hoje, foi um dia especial. Acredito na política da boa construção e bons resultados. É um momento relevante do meu segundo mandato. Ter essa união de pessoas que a vida inteira fizeram a mesma política, assim como Maguito, que está abençoando lá de cima”, ressaltou a “fusão” com o MDB. 

Caiado ainda deixou claro que a participação de Mendanha no governo seria de ajuda, mas não com cargos. “Sem vinculação, mas com o que ele construiu.” E tem sido assim. Gustavo não pegou nenhuma função oficial, mas está sempre próximo do governador e do vice. Atualmente, é corretor de imóveis. 

Goiânia

Naquele momento, Daniel afirmou que Gustavo era uma figura destacada com grande capital político e que terá sempre protagonismo em todos os processos eleitorais. Foi tentado, ao longo do ano, uma consulta à Justiça eleitoral para que Gustavo concorresse à prefeitura de Goiânia, mas dois pareceres foram contrários, até o momento. 

“Prefeito itinerante.” Como foi eleito e reeleito em Aparecida, não poderia disputar um terceiro mandato, mesmo na cidade vizinha, que é maior. Mas Mendanha ainda acredita que o entendimento da Corte possa divergir dos pareceres técnicos. Difícil.

Mas 2023 garantiu Mendanha na base de Caiado. E o político, mesmo fora da disputa, terá papel na corrida eleitoral de Goiânia e, especialmente, em Aparecida.

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