PT não deve usar 8/1 em campanha eleitoral, diz Adriana Accorsi 

Deputada, pré-candidata à prefeitura de Goiânia, ressalta que “a nacionalização do debate não resolve os problemas da cidade”

Postado em: 15-01-2024 às 09h25
Por: Gabriel Neves Matos
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Deputada, pré-candidata à prefeitura de Goiânia, ressalta que “a nacionalização do debate não resolve os problemas da cidade” | Foto: Reprodução

A deputada federal Delegada Adriana Accorsi (PT) falou, em entrevista ao jornal O HOJE, sobre a utilização eleitoral dos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro de 2023, que completaram um ano na semana passada. Segundo a parlamentar, os eventos não deverão ser o foco principal da legenda durante as eleições municipais deste ano. 

Accorsi ressaltou que o eleitor está mais preocupado com as questões locais, como infraestrutura, mobilidade, saneamento e iluminação. “A nacionalização do debate não resolve os problemas da cidade. O eleitor quer saber como serão sanadas as questões cotidianas que afetam diretamente sua vida”, afirmou a deputada.

A parlamentar esteve presente, na semana passada, no ato “Democracia Inabalada”, em Brasília, que marcou um ano dos atentados às sedes dos Três Poderes e enfatizou que, apesar de ser integrante do PT e vice-líder da sigla na Câmara dos Deputados, a defesa da democracia vai além de questões partidárias. “Não se trata apenas do partido, mas do Brasil como um todo. A democracia saiu mais forte desse 8 de janeiro”, disse.

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Durante sua participação no evento que reuniu autoridades do Executivo, do Legislativo e do Judiciário e aliados do governo federal, Accorsi afirmou, por meio das redes sociais, que os cidadãos precisam “vigiar sempre para que esse tipo de crime nunca mais aconteça e que a democracia se aprofunde e seja respeitada em nosso país”. “Para isso, é preciso punição”, defendeu em vídeo gravado na ocasião. “Sem anistia para os criminosos que atentaram o golpe no Brasil.”

Questionada pelo jornal O HOJE sobre a possível influência do 8/1 nas eleições federais de 2026, a deputada destacou ser cedo para fazer qualquer afirmação nesse sentido. Accorsi, que participou da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos do 8/1 no Congresso Nacional no ano passado, salientou que o assunto lhe é familiar. “A defesa da democracia é um ato histórico, e é essencial entender a cronologia dos fatos que antecederam a invasão às sedes dos Três Poderes para compreender quem esteve ou está ao lado da democracia”, disse. 

De acordo com o site Metrópoles, existe uma cautela dentro do PT em usar o 8/1 como instrumento de campanha no período eleitoral. Segundo o portal, pode haver risco de a Justiça Eleitoral interpretar que o partido está utilizando um evento institucional para promover a imagem do governo de maneira partidária. Nesse sentido, a interpretação do tribunal poderia ser a mesma que levou o ex-presidente Jair Bolsonaro a se tornar inelegível. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entendeu que o ex-chefe do Executivo utilizou imagens do feriado de 7 de Setembro para promover campanha de reeleição. 

Presidente do PT em Goiás, a vereadora Kátia Maria afirmou ao jornal O Hoje que a democracia não é uma pauta que só deve ser discutida nacionalmente, mas que precisa estar presente no dia a dia do povo. “Usar o 8/1, não. Fortalecer a democracia, sim”, respondeu a parlamentar de forma concisa ao ser questionada sobre o uso eleitoral dos atos antidemocráticos para galvanizar o pleito municipal deste ano. 

“A pauta da democracia estará presente em Goiás e no Brasil”, ressaltou a vereadora sobre qual será, afinal, o mote do PT para o estado e, especialmente, para Goiânia, que conta com o maior eleitorado de todo o estado. “Com a cidade [de Goiânia] abandonada e suja, a ideia é de a gente trazer a solução dos problemas com mais programas para a cidade”, afirmou. “Para isso, estamos discutindo com o terceiro setor, com os partidos que buscamos fazer alianças e com a sociedade.”

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