Hugo pode ser investigado pela Câmara Municipal de Goiânia

Parlamentar entende que é papel da Casa investigar as condições de atendimento médico prestados na cidade, sem diferenciar qual a administração responsável

Postado em: 17-10-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Parlamentar entende que é papel da Casa investigar as condições de atendimento médico prestados na cidade, sem diferenciar qual a administração responsável

As Comissões de Direitos Humanos e Saúde da Câmara Municipal podem fazer um levantamento sobre a precariedade da unidade

Lucas de Godoi*

Na sessão de ontem, na Câmara Municipal de Goiânia, o vereador Felisberto Tavares (PR), pediu que as Comissões Técnicas da Casa procedam “uma ampla investigação da precariedade no atendimento do Hospital de Urgência de Goiânia (HUGO)”. Nesse caso, o vereador sugere que a Comissão dos Direitos Humanos, bem como a de Saúde e Assistência Social façam um levantamento naquele hospital “em nome da população mais carente da nossa cidade”.

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O parlamentar citou episódios recentes sobre a condição da unidade de saúde e disse que ele está sem medicamentos e insumos para a realização de atendimentos e cirurgias. “Os anestesistas alegam que não podem trabalhar por falta do material utilizado nas cirurgias. Ou seja, muitos desses procedimentos estão sendo cancelados, configurando um abandono criminoso aos pacientes, que circulam pelos corredores do Hospital à espera de atendimento e, o mais grave, sentindo dores profundas”, relatou.

O vereador do PR cobra que a Câmara exerça “esse papel investigativo nos órgãos públicos que atuam na cidade, sejam das esferas federal, estadual ou municipal. Vamos atrás das autoridades responsáveis e exigir uma solução imediata para essa caos que virou o serviço de atendimento do HUGO”, concluiu.

Interdição 

Na última quinta-feira (11), o Ministério do Trabalho determinou que o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) não receba novos pacientes devido à falta de remédios e insumos. Segundo o Ministério, uma auditoria feita no local constatou que os medicamentos são suficientes para tratar apenas aqueles já internados. A Secretaria Estadual de Saúde diz que a regulação para a unidade segue normal. 

“A nossa decisão em notificar a Secretaria Estadual de Sáude e a Gerir [OS que administra o Hugo] é para que elas notifiquem a Regulação para que seja impedida a entrada de novos pacientes no Hugo. Hoje, o que há na farmácia do hospital garante o tratamento das pessoas que estão ali internadas, e não para novos pacientes”, informou na ocasião a auditora do trabalho Jacqueline Carrijo.

O Ministério Público Federal em Goiás também entrou com uma Ação Civil Pública para que a Justiça Federal bloqueie quase R$ 28 milhões do tesouro do estado para custeio das despesas do hospital.

Atendimento normal

De acordo som a Secretaria de Estado da Saúde de Goiânia (SES-GO), o Hospital de Urgências de Goiás (Hugo) tem atuado dentro de sua capacidade.Em nota à imprensa, informou que o hospital opera com 86% dos leitos ocupados, além de ter realizado na última quinta-feia 241 atendimentos médicos e 41 cirurgias. 

Para a Secretaria, o auditor fiscal “não tem competência legal para interditar estabelecimento hospitalar, configurando-se decisão ilegal e arbitrária, descumprindo, assim, o entendimento do TST”. 

Por outro lado, a SES-GO informa a necessidade de haver mudanças no sistema de regulação de vagas. O Plano de Contingência apresentado pelo Hugo ao Ministério do Trabalho prevê que a unidade restringa seus atendimentos aos pacientes com perfil de urgência (grandes traumas e risco iminente de morte), o que segundo a pasta, não tem ocorrido. “O hospital ainda está atendendo a pacientes fora de seu perfil, para evitar risco maior ao paciente, de não ter nenhum atendimento”, explica.

A pasta informou à reportagem que a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás repassou mais de R$ 6 milhões nas últimas três semanas para a gestão do Hugo, e que outros recursos serão repassados de acordo com cronograma da Secretria de Estado da Fazenda. Ainda em nota, afirma que “conforme os recursos estão sendo repassados, as situações de realização de cirurgias e abastecimento da farmácia deverão ser resolvidas em breve”. (*Especial para O Hoje) 

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