Moraes diz que Ramagem usou Abin para espionagem ilegal para favorecer família Bolsonaro

O ministro retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) para apurar suposta espionagem ilegal.

Postado em: 25-01-2024 às 16h18
Por: Luan Monteiro
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O ministro retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) para apurar suposta espionagem ilegal. | Foto: STF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou que o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, usou o órgão para fazer espionagem ilegal em favor da família Bolsonaro.

O ministro retirou o sigilo da decisão que autorizou a operação da Polícia Federal (PF) para apurar suposta espionagem ilegal.

Entre as autoridades espionadas estavam a ex-deputada Joice Hasselmann, o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT) e o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia.

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“Os policiais federais destacados, sob a direção de Alexandre Ramagem, utilizaram das ferramentas e serviços da ABIN para serviços e contrainteligência ilícitos e para interferir em diversas investigações da Polícia Federal, como por exemplo, para tentar fazer prova a favor de Renan Bolsonaro, filho do então Presidente Jair Bolsonaro”, escreveu Moraes na decisão.

De acordo com a PF, “no ano de 2021, foi instaurado inquérito policial federal para apurar suposto tráfico de influência perpetrado pelo sr. Renan Bolsonaro. Entre as circunstâncias, havia a premissa do recebimento pelo investigado de veículo elétrico para beneficiar empresários do ramo de exploração minerária”.

Para Moraes, a Abin foi usada para elaborar relatórios de defesa a favor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente.

“A utilização da ABIN para fins ilícitos é, novamente, apontada pela Polícia Federal e confirmada na investigação quando demonstra a preparação de relatórios para defesa do senador Flávio Bolsonaro, sob responsabilidade de Marcelo Bormevet, que ocupava o posto de chefe do Centro de Inteligência Nacional – CIN, como bem destacado pela Procuradoria-Geral da República”, continuou o ministro.

Além disso, relatórios teriam sido utilizados para a defesa de Flávio no caso da “rachadinha”. Flávio nega ter obtido vantagens. “É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo e mais uma tentativa de criar falsas narrativas para atacar o sobrenome Bolsonaro”, disse o senador em nota.

“Minha vida foi virada do avesso por quase cinco anos e nada foi encontrado, sendo a investigação arquivada pelos tribunais superiores com teses tão somente jurídicas, conforme amplamente divulgado pela grande mídia”, completou.

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