Corte Internacional de Justiça dá parecer favorável a processo aberto pela África do Sul contra Israel 

De acordo com sentença proferida, Israel deve adotar medidas emergenciais para punir e prevenir caso de genocídio na guerra | Foto: Organização das Nações Unidas

Postado em: 26-01-2024 às 15h36
Por: Isadora Miranda
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De acordo com sentença proferida, Israel deve adotar medidas emergenciais para punir e prevenir caso de genocídio na guerra | Foto: Organização das Nações Unidas

Nesta sexta-feira (26), a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel tome providências para que um genocídio na Faixa de Gaza seja evitado. A decisão veio como resposta após o início do processo aberto pela África do Sul, em desfavor a Israel, devido aos bombardeios ocorridos em Gaza. Entretanto, a CIJ não pediu o cessar-fogo.  

Assim, mesmo que a Corte não tenha respondido, diretamente, a principal alegação da África do Sul — de que Israel estaria cometendo genocídio —, 15 de 17 juizes que presidem o caso votaram positivamente para que fossem criadas medidas emergenciais. Durante a sessão realizada para a leitura da sentença, a juiza Joan Donoghue declarou que a ação será mantida e que existem argumentos plausíveis de litígio para que o processo prossiga.  

Entre as regras estabelecidas pela CIJ, Israel deve evitar incitações ao genocídio, permitir mais ajuda humanitária a Gaza e promover atitudes que protejam palestinos. Além disso, Tel Aviv deve informar ao tribunal, dentro de um mês, quais medidas foram implantadas para atingir os fins propostos na decisão.  

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De acordo com dados disponibilizados pelo Ministério da Saúde de Gaza, em apenas 24 horas, 183 pessoas morreram e 377 ficaram feridas no conflito. Desde o dia 7 de outubro, na deflagração da guerra, pelo menos 26.083 pessoas foram mortas e 64.487 se feriram em ataques de Israel à Gaza. Enquanto isso, o número de mortes em Israel por ataques do Hamas é de 1.139.  

Expectativas do veredito  

O juiz israelense de Haia, Aharan Barak, votou favoravelmente a duas medidas, mesmo que seja contra a alegação de que Israel tenha cometido genocídio. Além disso, ele acrescentou que tem esperança de que as providências “ajudem a diminuir as tensões e desencorajem a retórica prejudicial”.  

Reações  

Em comunicado, a África do Sul ressaltou que a resolução é uma vitória decisiva para o Direito Internacional. “A África do Sul espera sinceramente que Israel não aja para frustrar a aplicação desta Ordem, como ameaçou publicamente fazer, mas que, em vez disso, aja para cumpri-la integralmente, como é obrigado a fazer”, destacou o Departamento de Justiça do país.  

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, desaprovou a decisão e afirmou que Israel possui um “direito inerente de se defender” e que a negação desse direito constata “uma discriminação flagrante contra o Estado judeu”.  

Ainda, a sentença determina que grupos terroristas atuantes em Gaza, como o Hamas, também devem observar e cumprir as mesmas regras.  

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