Em evento, Lula defende Tarcísio de vaias: ‘O governador merece ser tratado com muito respeito’ 

Nesta sexta-feira (2), um evento comemorativo dos 132 anos do porto de Santos foi marcado por manifestações contra Tarcísio Freitas (Republicanos). Na última terça-feira (30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fechou, junto de Freitas, acordo para a construção do túnel Santos-Guarujá e, hoje, pela manhã, os dois se juntaram em palanque para oficializar o anúncio. Entretanto, a união não foi suficiente para conter manifestações contrárias a Freitas.

Em cima do palco, Tarcísio foi vaiado pelo público e, em seguida, defendido por Lula. “O governador merece ser tratado com muito respeito nas atividades públicas que nós fazemos”, assegurou o presidente do Brasil.  

“Ato civilizatório” 

Elogios foram tecidos por ambas as partes. “Esse ato aqui significa que nós precisamos restaurar esse país à normalidade. E a normalidade significa respeitar o direito às diferenças”, disse Lula, que, inclusive, chamou o encontro de “ato civilizatório”.  

Freitas, por sua vez, afirmou que deixará, junto do presidente, um legado. “Não importa ter opiniões diferentes. O que importa é enxergar o verdadeiro interesse público”, enfatizou.  

Críticas à privatização 

Durante a solenidade, Lula criticou a proposta de privatização do Porto de Santos. “No Brasil se estabeleceu uma narrativa criada pela elite brasileira de se destruir a imagem do Estado. De destruir a imagem do poder público. Nós queremos provar que esse porto, com a Autoridade Portuária, vai fazer tanto ou mais do que qualquer empresário faria neste país”, destacou.  

O túnel é fruto de uma Parceria Público-Privada, em que o Estado de São Paulo e a União investirão R$ 5,4 bilhões no total (cada um desembolsará R$ 2,7 bi). O setor privado, em seu lugar, desembolsará R$ 600 milhões. A obra deve ser finalizada em 2028.  

Clima ameno 

Ao ouvir “volta para o PT, Tarcísio!”, as gargalhadas de todos os presentes ecoaram no palanque — o que provocou divertimento no governador, que também riu. Durante todo o ato, muitos afagos foram trocados entre Lula e Freitas. “Nunca fui do PT. Eu ri porque foi uma provocação bem-humorada. Nós precisamos dessa leveza”, explicou à CNN. 

Apesar de nunca ter sido filiado ao Partido dos Trabalhadores, o governador de São Paulo foi diretor-executivo no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) durante a gestão de Dilma Rousseff. “Fui escolhido para o Dnit por ser técnico e ter conhecimento na área. Dei o meu melhor em prol do órgão”, argumentou Tarcísio.