Na presença de Caiado, Bruno reafirma desistência da disputa em Goiânia

Declaração de Peixoto foi sucedida pelo discurso de Ronaldo Caiado que não fez qualquer menção ao assunto e se limitou a falar sobre os resultados alcançados pelo governo

Postado em: 16-02-2024 às 10h30
Por: Luan Monteiro
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O anúncio, que movimentou os bastidores da política goiana, veio na esteira de uma conversa entre  Bruno e o presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) e presidente do União Brasil em Goiânia, Delegado Waldir | Foto: Sérgio Rocha

Para além dos discursos protocolares que marcaram a retomada dos trabalhos da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) na tarde da última quinta-feira, 15, chamou atenção algumas sinalizações políticas vistas, nos bastidores, como “minimamente interessantes”.  Dentre elas, o anúncio do presidente do Legislativo, Bruno Peixoto, que, na presença de Caiado, disse estar fora da disputa pela prefeitura de Goiânia. 

“Assumo aqui o compromisso de permanecer na Assembleia. Muitos tem me perguntado o que vou disputar (em 2024). Confirmo aqui perante cada um de vocês  e do governador. Juntamente com ele, vamos para Brasília. Vou disputar a eleição de deputado federal e confirmo isso. Estarei na linha de frente na campanha para presidente. Vamos juntos para Brasília cuidar do nosso povo brasileiro”, declarou o político na tribuna.

Bruno, vale lembrar, desistiu de seu projeto rumo à prefeitura de Goiânia ainda em janeiro quando declarou que trabalharia, daquele momento em diante, focado em seu projeto para 2026. Ao comentar o recuo, considerou que estava “adiando o sonho” de ser candidato a prefeito. 

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O anúncio, que movimentou os bastidores da política goiana, veio na esteira de uma conversa entre  Bruno e o presidente do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO) e presidente do União Brasil em Goiânia, Delegado Waldir. Ele, que é tido como um porta-voz de Caiado, revelou em entrevista ao O HOJE que transmitiu a Bruno o recado de que “o governador pediu que o projeto de candidatura à Prefeitura não fosse antecipado”. 

De volta, porém, ao encontro da tarde de ontem, depois de Peixoto, foi a vez do governador discursar. Caiado ocupou a tribuna por exatos 32 minutos. Em nenhum momento citou a disputa municipal que se aproxima ou comentou o recuo de Peixoto. O gestor se limitou apenas a comentar os resultados alcançados nos últimos anos, especialmente os números ligados à Segurança Pública.

“Chego aqui com um sentimento diferente daquele com que recebi o governo em 2019”, afirmou o chefe do Executivo. “Diferente, porque nós, hoje, enxergamos uma realidade e o potencial do Estado de Goiás. Posso atestar, como governador, com cinco anos de mandato, que somos um Estado rico, um Estado de potencial ímpar para atender à demanda dos sete milhões de pessoas que habitam aqui”.

Ele prosseguiu, recorrendo a frase do escritor francês Victor Hugo (1802-1885): “Nada é tão forte quanto uma ideia cujo tempo tenha chegado”. As ideias que chegaram com o seu governo, especificou, foram a de respeitar o dinheiro público, explicar à população a aplicação direta desse dinheiro e ter a coragem de enfrentar momentos de difícil governabilidade.

Pura timidez 

O deputado Paulo Cezar Martins (PL) falou em nome da oposição ao governo na Casa. Nos bastidores, porém, a leitura é de que o pronunciamento foi marcado por “pura timidez”. O parlamentar iniciou seu discurso parafraseando Tancredo Neves ao dizer que “não são os homens, mas as ideias que brigam”.

Depois de reconhecer os resultados alcançados pela gestão Caiado, bem como os índices de satisfação da população goiana, falou superficialmente sobre Saúde, Segurança e Infraestrutura.

“Na Segurança, apesar dos avanços, os policiais reclamam da falta de promoções e incentivos para a carreira. Peço atenção também para o problema de superlotação dos hospitais públicos, bem como para a fila de cirurgias eletivas, uma situação desconfortável em comparação aos outros estados da federação”.

No quesito infraestrutura, Martins ressaltou a necessidade de “intensificar as ações para recuperar a malha viária” e discutir políticas de desenvolvimento e sustentabilidade. 

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