Mendanha viajará a Israel acompanhado de ex-vice prefeito de Goianésia

O convite de caráter informal para que o ex-prefeito de Aparecida fosse ao país israelense foi do ex-embaixador Yossi Shelley

Postado em: 15-03-2024 às 10h30
Por: Vitória Bronzati
Imagem Ilustrando a Notícia: Mendanha viajará a Israel acompanhado de ex-vice prefeito de Goianésia
A previsão é que Mendanha embarque na manhã do próximo sábado, dia 16, e chegue ao Brasil no sábado seguinte, dia 23 | Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

O ex-prefeito de Aparecida de Goiânia Gustavo Mendanha (MDB) viajará a Israel na próxima semana acompanhado do ex-vice prefeito de Goianésia João Pedro Almeida. A viagem é fruto de um convite informal de Yossi Shelley, amigo pessoal de Mendanha, atual diretor-geral do gabinete do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e ex-embaixador de Israel no Brasil durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

A previsão é que Mendanha embarque na manhã do próximo sábado, dia 16, e chegue ao Brasil no sábado seguinte, dia 23. A viagem do ex-prefeito de Aparecida coincidirá no mesmo período da ida do governador Ronaldo Caiado (União Brasil) ao país israelense. O gestor estadual foi convidado pelo gabinete de Netanyahu para reunir-se com o primeiro-ministro, por meio de uma carta enviada ao Palácio das Esmeraldas na quarta-feira (13).

Mendanha disse que a viagem a Israel estava prevista desde o ano passado, mas destacou que está “indo de forma pessoal, com gastos custeados por mim”. Ele menciona que houve insistência de Shelley para que viajasse ao Oriente Médio. “Eu sempre tive uma relação forte com Israel, que vem desde a minha ascendência. Meu avô se chamava Abraão, nome de forte significado para os judeus. Meu irmão já morou em Israel, e eu já estive no país em diversas oportunidades”, diz o ex-prefeito ao HOJE. 

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A amizade entre o ex-embaixador de Israel no Brasil e Gustavo Mendanha remonta aos tempos em que o emedebista chefiou Aparecida de Goiânia. “Quando fui prefeito de Aparecida, em 2017, criei um bom relacionamento com Yossi Shelley, e depois nos tornamos bons amigos. Em diversas ocasiões o Yossi esteve em Aparecida e fizemos uma parceria muito  exitosa pra cidade”, recorda. Apesar da distância, Mendanha diz que ainda mantém contato frequente com Shelley, que retornou ao país de origem.

Durante a viagem, Mendanha deverá ter encontros específicos para tratar de temas como tecnologia e agricultura. Ele lembra o período de sua gestão em Aparecida e cita como exemplo a compra da OrCam, um dispositivo tecnológico israelense que é adicionado aos óculos e auxilia pessoas com baixa visão a compreenderem o ambiente e a fazer leituras a partir de mensagens de áudio.  

O ex-prefeito, no entanto, não descarta que poderá ter alguns encontros conjuntos em agendas oficiais com o governador Ronaldo Caiado, mas deverá seguir um roteiro próprio que inclui sobretudo pautas voltadas ao agronegócio, uma vez que Mendanha também fará a viagem no intuito de representar a sua empresa que atua nesse segmento.

A viagem do governador goiano e do ex-prefeito de Aparecida ocorre na esteira da crise diplomática entre Brasil e Israel, iniciada no mês passado após fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que associou os ataques israelenses à Faixa de Gaza ao Holocausto perpetrado por Hitler e chamou de “genocídio”. Após isso, o governo israelense reagiu às declarações de Lula e o chamou de “persona non grata”.

No mês passado, Mendanha esteve presente na inauguração do parque “Am Israel Chai” (O povo de Israel vive) na sede do Detran Goiás. A ação, que fez aceno ao país israelense no ápice da crise diplomática desencadeada a partir das falas de Lula, prestou homenagem às vítimas do atentado terrorista promovido pelo grupo Hamas no dia 7 de outubro do ano passado, quando cerca de 1,2 mil israelenses foram mortos. 

Ao HOJE, Mendanha reforçou as críticas ao presidente Lula, mas destacou que a viagem não deverá ser pautada unicamente pelas questões suscitadas pelo conflito internacional. “Historicamente o Brasil é um país que tem aliança com Israel, seja por conta dos princípios cristãos, seja por o Brasil ter sido signatário da criação do Estado de Israel”, afirma. “Acho que o governo brasileiro presta um desserviço quando recebe apoio do Hamas, quando faz falas para poder promover um grupo terrorista.”

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