Nas redes sociais, Bolsonaro alfineta ausência de reajuste para servidores no governo Lula
No entanto, os dados apresentados pelo ex-presidente não correspondem ao mesmo tipo de reajuste em debate atualmente
Por: Isadora Miranda
![Imagem Ilustrando a Notícia: Nas redes sociais, Bolsonaro alfineta ausência de reajuste para servidores no governo Lula](https://ohoje.com/public/imagens/fotos/amp/2024/04/1079840-fpzzb_abr_07.06.2017-3953.webp)
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) lançou críticas à política de reajuste salarial proposta pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para os servidores federais. O embate surgiu em meio à defesa do governo federal por uma recomposição de 9% nos salários, mas apenas entre os anos de 2025 e 2026, sem previsão de aumento para o presente ano. Nos últimos dias, a pressão sobre o governo de Lula intensificou-se, com ameaças de movimentos grevistas por parte dos servidores em busca de melhores condições salariais.
Ao criticar a política de reajuste salarial, Bolsonaro comparou-a com feitos de seu próprio governo. No entanto, os dados apresentados pelo ex-presidente não correspondem ao mesmo tipo de reajuste em debate atualmente. “Como estímulo à principal fase da educação, a alfabetização, sancionamos o maior reajuste da história em 2022 (33,24%), com isso, a remuneração mínima passou para R$ 3.845 em todo o país a partir daquele momento”, declarou Bolsonaro ao compartilhar uma notícia da Jovem Pan News sobre a falta de reajuste e a possível greve dos professores.
Em 2022, Bolsonaro concedeu um reajuste de 33,23% para os professores da rede pública de educação básica. No entanto, essa correção abrangia esferas federal, estadual e municipal, não sendo de responsabilidade do governo federal os dois últimos pagamentos. Por sua vez, o reajuste discutido atualmente pelo governo federal é exclusivo para os servidores públicos federais.
Na época, o reajuste sancionado por Bolsonaro enfrentou críticas da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que alertou para o impacto de R$ 30,46 bilhões nos cofres municipais, colocando em risco a estabilidade fiscal e a gestão da educação.
Diante do conflito, o governo federal indicou aos sindicatos a possibilidade de uma nova Mesa Nacional de Negociação, suspensa desde o final de fevereiro, para discutir o assunto. Espera-se que a reunião aconteça na próxima semana, alimentando as expectativas em torno do desfecho desse impasse.