Vários Cais da Capital não apresentam atendimento pediátrico

Secretária da Saúde, Fátima Mrué apresentou dados do relatório referentes ao primeiros quatro meses de 2018. Atualmente, só o Cais de Campinas atende a especialidade

Postado em: 14-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Secretária da Saúde, Fátima Mrué apresentou dados do relatório referentes ao primeiros quatro meses de 2018. Atualmente, só o Cais de Campinas atende a especialidade

Raphael Bezerra*

A Secretária Municipal da Saúde, Fátima Mrué, prestou contas à Câmara Municipal de Goiânia referentes ao quatro primeiros meses de 2018. Participaram da prestação de contas os vereadores da Comissão da Saúde e Assistência Social da Casa, presidida pelo Dr. Paulo Daher (DEM), com a presença dos vereadores Gustavo Cruvinel (PV), Paulo Magalhães (PSD) e sargento Novandir (Podemos). 

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O vereador Paulo Magalhães esteve presente na prestação de contas e questionou o déficit de atendimento de urgência na especialidade de pediatria. Segundo o vereador, apenas uma unidade do Centro de Atenção Integrada à Saúde (CAIS) tem atendimento emergencial de pediatra. “Apenas o Cais de Campinas conta com pediatra, famílias que moram mais afastadas do centro ficam sem alternativas ao atendimento. A solução é buscar apoio no Materno Infantil”, diz o vereador. A assessoria de comunicação da secretaria confirma a informação e ressalta que a UPA do Itaipu conta com um pediatra corriqueiramente, mas outras unidades contam com o serviço com o agendamento. 

Paulo Magalhães também questionou a baixa quantidade e qualidade de veículos para o Serviço de Verificação de Óbito (SVO) do município. São apenas dois veículos para o atendimento de todo o município, o vereador alegou que a situação é precária. “Eu faço inclusive uma sugestão a secretaria. A Câmara economiza e faz um repasse à Prefeitura todos os meses. Ela que é próxima do prefeito pode solicitar a compra de pelo menos mais dois carros para regularizar esse serviço”, ressalta o vereador. O vereador Paulinhos Graus reforçou a crítica e pediu a interdição do serviço devido as irregularidades. 

O relatório apresentado pela secretária reconhece também a baixa da meta de procedimentos odontológicos, segundo os dados foram realizados quase 26 mil procedimentos no quadrimestre mas a secretaria busca aumentar esses números.

Segundo a prestação de contas da secretária, o total de investimento na saúde durante este período foi de R$ 1.2 Bi, que representam 18% do investimento das receitas da prefeitura de Goiânia, o valor é superior ao piso constitucional de 15%. Em 2017, a prefeitura terminou o ano investindo 19,65%, segundo dados da própria secretaria, entretanto o valor se refere a todo o ano de 2017. O relatório do segundo quadrimestre de 2018 já está pronto, segundo a assessoria de imprensa da secretaria, e aguarda apenas o pedido da comissão para ser apresentado. Os dados finais são apresentados no final do ano onde a média é feita. 

Hoje a rede municipal de Goiânia conta com 3.312 estabelecimento de saúde cadastrados no SUS, sendo a maioria consultórios clínicos. Sobre as internações hospitalares, ocorreram 45.436 internações, sendo 25.698 para procedimentos cirúrgicos, 19.447 para procedimentos clínicos, 184 para transplante de órgãos, e 107 outros. 

Das 45.436 internações, 22.379 (49,25%) eram munícipes de Goiânia e 23.057 (50,75%) vieram de outros municípios. A soma de custos de todas as internações foi de R$ 78.160.907,27 (setenta e oito milhões, cento e sessenta mil, novecentos e sete reais e vinte e sete centavos). Sendo que cada internação custa em média R$ 1.530,85 residente em Goiânia, R$ 1.904,07 residente de outro município.

Dos hospitais fazem internações, o HUGO está em primeiro lugar, tendo recebido 3.867 pacientes neste primeiro quadrimestre. De todas as internações, 4.475 foram em UTI, gerando um custo de R$ 31.087.935,00.  Dos procedimentos ambulatoriais foram realizados 5.435.887 procedimentos, sendo 56,69% com finalidade diagnóstica, 35,93% clínicos e 5,43% outros grupos de procedimentos. 

Na rede de atenção básica, a região com menor quantidade de consultas foi a Região Sul  com 20.716, justificado pela secretária que é a região onde as pessoas possuem mais plano de saúde, utilizando menos a rede pública. Já a Região Noroeste está em primeiro lugar em quantidade de atendimentos, tendo realizado 51.340 consultas médicas, seguida pela Região Sudoeste com 48.588 consultas médicas.

Presidente da Comissão de Saúde da Casa, o vereador Paulo Daher comentou sobre os dados apresentados pela secretaria, segundo ele, a prefeitura tem conseguido cumprir o seu papel e reconheceu o esforço feito pela secretária. “Estamos vendo os hospitais estaduais com as portas fechadas, as 17 unidades geridas por Organizações Sociais (OS) em situação calamitosa e isso faz com que os atendimentos nas nossas duas unidades pré-hospitalares fiquem comprometidos. Eu vejo que a administração municipal tem cumprido o seu papel, onde a prefeitura investe muito mais que os 15%, tivemos quase 20% no ano passado e, agora, quase 18% neste ano”, afirmou o vereador. (* Especial para O Hoje.) 

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