Rogério Cruz não vai ‘retaliar’ Republicanos 

O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), não vai tomar qualquer medida retaliatória contra o Republicanos, partido ao qual esteve filiado nos últimos quatro anos em que ocupou a posição mais importante da política goianiense: a de prefeito.

Rogério, todos sabem, foi ‘surpreendido’ pela resistência do partido em lançá-lo na briga pela reeleição em Goiânia. O comentário, no entanto, é que o prefeito já esperava essa atitude e, por isso, tinha um plano B preparado. O plano, como adiantado ainda em janeiro pela reportagem, passava justamente pelo Solidariedade, o novo partido do prefeito. 

Apesar das especulações nos bastidores da política goianiense sobre uma possível resposta enérgica do prefeito ao partido, com expulsão de lideranças e corte de cargos, Rogério demonstrou lucidez. A interpretação disso é que o Republicanos continua sendo um ator relevante na cena política local e, mesmo não o apoiando na eleição, seria importante para o prefeito mantê-lo em sua base.

A presidente municipal do partido, Sabrina Garcêz, chegou a afirmar em primeira mão para O HOJE que, apesar do imbróglio, o Republicanos seguiria com Rogério. A parlamentar chegou a desmentir boatos sobre uma possível aliança com o pré-candidato Sandro Mabel, do União Brasil, partido do governador Ronaldo Caiado. Ela afirmou que não houve qualquer conversa nesse sentido.  “Não temos outro pré-candidato. Seguimos apoiando o prefeito”, enfatizou. 

Se o comportamento do prefeito em relação ao partido tivesse sido outro, certamente Rogério abriria uma brecha para a sigla, além de não lançá-lo, se juntar a um time de oposição a seu governo. 

Ainda de acordo com Sabrina, o prefeito conta com quase dez partidos na base – contando sua legenda atual. São nove, ao todo. Além do Solidariedade, estão o Avante, PDT, Mobiliza, PP, PMB, DC, PRTB e o próprio Republicanos. 

Não é uma novidade que o prefeito tem trabalhado por viabilidade e apoio político. Desde o final do ano passado, Rogério intensificou o número de obras na capital, assim como as visitas e reuniões em regiões estratégicas da cidade. Ele também resolveu os conflitos com a Câmara Municipal, que aprovou, inclusive, um empréstimo milionário para garantir fôlego ao caixa e financiamento de obras importantes.

Nesse contexto, o O HOJE mostrou, como dito, em Janeiro, que uma fonte ligada ao prefeito revelou à reportagem que Rogério já tinha um ‘plano B’ caso não encontrasse  o apoio esperado no próprio partido. O interlocutor cravo que o caminho seria o Solidariedade. O presidente da sigla figurou, na maior parte do tempo, como membro do alto escalão do time de Rogério na prefeitura. E foi justamente ele, Denes Pereira, que abriu as portas para Rogério se juntar ao Solidariedade. 

O protagonismo do partido, vale destacar, tem sido lembrado nas rodas  de conversa. O Solidariedade ampliou significativamente sua bancada de vereadores na Câmara Municipal, ultrapassando, inclusive, a bancada do MDB em números.