Pai de deputado quer voltar a ser prefeito de Itapuranga

Em Itapuranga existe um consenso: a obediência ao grupo ligado ao jovem deputado estadual Wagner Neto (Solidariedade) que quer que o pai do parlamentar, Júnior Camargo, retorne, caso tudo ocorra bem na disputa em outubro, ao posto de prefeito. Ele foi chefe do executivo municipal entre 2000 e 2008. Exceção. A cidade não costuma reeleger ninguém. 

Ele tentou candidatar-se em 2012, mas, devido a problemas com a candidatura anterior, e por ter ficado inelegível, não pode se candidatar. Foi impugnado. 

Camargo, cujo maior sucesso político não é ele próprio – como disse uma fonte na cidade -, mas o filho, sim – Wagner Neto está no segundo mandato de deputado estadual e foi vice-prefeito do município pelo PSDB em 2016, quando foi eleito na chapa Daves Soares. Ele foi o parlamentar mais jovem a ocupar uma vaga na Alego. 

No perfil na história do jovem político publicado no site da Alego, é destacado que ele “herdou a vontade e a vocação política de seu pai, Júnior Camargo”. E segue: “Antes de ser vice-prefeito, Wagner se empenhava nas atividades políticas da Pontifícia Universidade Católica (PUC), onde cursa Engenharia Civil”. 

Antes de chegar à política “profissional”, ele ocupou “os cargos de presidente do Centro Acadêmico de Engenharia Civil da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), coordenador-geral do DCE da PUC, além de militante da juventude do PSDB”. Nada muito novo, mas que demonstra uma certa pungência, vivacidade e força do deputado que, com sua atuação, “ressuscita” o pai que, depois de tentar retornar em 2012, ganha novo fôlego. 

Agora, partidos como União Brasil, MDB e Solidariedade apostam, em nova roupagem, em Júnior Camargo como pré-candidato à prefeitura de Itapuranga. O nome dele é ovacionado por vereadores e pré-candidatos dos três partidos. O maior adversário de Camargo é Paulinho Imila, que vai tentar a reeleição. Imila é do Partido dos Trabalhadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Por outro lado, a disputa vai ficar muito mais acirrada do que anos anteriores, quando havia maior consenso. Além da tentativa de o ex-prefeito retornar à prefeitura, com apoio do filho deputado, também existem vozes ecoantes aos nomes de  Margareth Passos Parrião (Republicanos) e Miro Marçal (PP). Alguns ainda citam Vander Luiz (PP). 

Tem gente na cidade que aposta que Paulinho Imila deverá ser reeleito. Afinal, não é considerado político encrenqueiro, tem convergido, embora esteja no PT, protagonista de tantos embates em nível nacional. 

O petista foi vereador por três mandatos na cidade. Em 202o, elegeu-se prefeito com 8462 votos (51,58%). À época, havia um vazio político na cidade. Era prefeito um jovem, Zé Antônio (PTB), que substituiu, às pressas, no pleito de 2016, o tio, Zé Gomes, que foi assassinado  a tiros enquanto fazia uma carreata pela cidade. Na ocasião, o então governador em exercício, José Eliton, do PSDB, foi alvejado. Ele também era secretário de Segurança Pública de Goiás. 

Voltando: o petista, ex-vereador, e atual prefeito Paulinho Imila, com a máquina, não deve ter muitas dificuldades este ano. Afinal, conseguiu dividir bem os interesses da Câmara e da base.