Caiado recebe sugestão de Instituto Mauro Borges

Caiado tem buscado diagnosticar situação do estado para escolher os melhores nomes para secretariado

Postado em: 17-11-2018 às 06h00
Por: Sheyla Sousa
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Caiado tem buscado diagnosticar situação do estado para escolher os melhores nomes para secretariado

Raphael Bezerra*

Grupo de 18 pesquisadores do Instituto Mauro Borges endereçaram carta ao governador eleito Ronaldo Caiado. No documento, os pesquisadores ressaltam a importância do instituto na compreensão do estado de Goiás e reforçaram a ideia que Caiado defende sobre nomeações técnicas para o seu secretariado.

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A pressão pelas indicações dos nomes para ocupar as secretarias de governo do estado de Goiás no próximo governo que toma posse no dia primeiro de janeiro tem crescido. Mesmo diante das cobranças, Ronaldo Caiado, busca conhecer cada detalhe da situação atual do estado em suas diversas áreas para indicar o melhor nome para cada pasta. A tranquilidade do senador tem sido alvo de questionamentos, mas o próximo governador mantém o foco na antecipação dos problemas que podem afetar seu governo a partir da virada do ano.

Preocupados com indicações políticas por parte do senador, o Instituto Mauro Borges se antecipou para pedir a Caiado que a nomeação da próxima direção e gerência do instituto seja alguém com conhecimentos ligados à pesquisa ou pelos próprios pesquisadores de carreira do IMB. O pedido revela diversas motivações, a primeira, segundo o documento, diz respeito à própria nomeação técnica do trabalho, para que este fomente ainda mais a pesquisa no estado. O instituto também explica que a nomeação técnica nos cargos de gestão do IMB ajudarão a fortalecer o instituto e a valorizar os profissionais da área

Compromissado com uma gestão mais eficiente, Caiado tem negociado para trazer nomes técnicos para as principais pastas da administração. O senador tem demonstrado esse flerte com nomes mais técnicos desde o começo da sua campanha. Durante lançamento de comitê do deputado estadual Dr. Antônio, Caiado levantou o nome do médico obstetra, para o governador eleito, além de um excelente nome técnico, o deputado também é um bom nome político para ocupar a pasta da saúde, uma das mais importantes na gestão. O deputado diz que seu nome não é confirmado, mas que ele já busca conhecer profundamente a situação atual da saúde para atuar como deputado e se for escolhido como secretário da saúde. “Não temos um compromisso firmado. Mas estou preparado para a escolha caso ele sinta que sou a melhor opção”, respondeu Dr. Antônio ao O HOJE.

Entretanto, os nomes para as secretarias ainda são estudos por Caiado, isto por que, ele quer conhecer a fundo o estado para que os melhores nomes sejam alocados para cada função. “Ainda estou na fase de diagnóstico de Goiás, levantando os dados sobre a situação fiscal. Cada dia é uma surpresa. Para compor o secretariado vou buscar não só o organograma mas também o “personograma””, com o perfil adequado para cada secretaria”, diz o senador após encontro com Bolsonaro em Brasília. O deputado federal eleito pelo PSC, Glaustin da Fokus, saiu em defesa de Caiado quanto a nomeação técnica. Em entrevista ao O HOJE, o deputado falou que o senador deve dar prioridades a qualificação técnica à política.”Já tem gente entregando lista de demandas ao futuro governador e vi um grupo de empresários criticando as pessoas que ele escolheu para trabalhar. Eu disse que nenhum empresário aceita outra pessoa metendo o dedo na sua equipe, por isso digo para deixar o governador eleito trabalhar”, disse Glaustin.

Diagnóstico

Hoje a principal preocupação do democrata é ter uma radiografia detalhada do governo que o permita conduzir uma reforma administrativa e elencar as prioridades do Estado. Informações repassadas a nível nacional apontam que as finanças de Goiás estão em total desequilíbrio. Segundo O Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais de 2018, da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Goiás mantém nota C no ranking nacional e não tem aval da União para obtenção de empréstimos.

“Nós estamos impedidos de buscar, junto ao Governo Federal, qualquer tipo de empréstimo e ter uma condição mínima de operar essas adversidades. Deveremos receber o atraso da folha, o que impacta enormemente. A folha hoje gira em torno de R$ 1, 2 bilhão. Um quadro que também nos preocupa são os empenhos que foram feitos em que as obras foram realmente realizadas mas os empenhos estão sendo cancelados. Isso tudo irá recair sobre nossos ombros”, disse Ronaldo Caiado esta semana.

Em entrevistas coletivas, o governador eleito também dá indicativos claros de como deve conduzir sua gestão. Para ele, Goiás chegou neste nível crítico nas finanças públicas não só pela má gestão, mas principalmente pelo aparelhamento do Estado. “Você não pode dizer que é só má gestão, porque existiu dentro do governo uma política de aparelhar o Estado para poder manter essa estrutura de poder. Ou seja, o uso da máquina pública com o objetivo de impedir qualquer mudança no processo eleitoral, já que eles tinham quase que o controle de todas as lideranças políticas dos municípios, como tinham também ações diretas sobre até os órgãos de controle do Estado”, afirmou.

Para ele, foi o que fez com que a situação de Goiás se deteriorasse ao longo desses últimos 20 anos. “Goiás tem uma dívida de R$ 19 bilhões consolidada. Vamos chegar ao final do ano com déficit de R$ 3,6 bilhões no orçamento. Precisamos mostrar que o Estado não pode ser utilizado com interesse político-partidário de poder. O Estado tem que ser servidor do cidadão”, resumiu. (* Especial para O Hoje) 

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